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Bate-papo literário e palestra reúne escritores no aniversário da Biblioteca Patativa do Assaré em Vila Nova; fotos

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Em mais uma etapa alusiva às comemorações do aniversário de 18 anos da Biblioteca Municipal Patativa do Assaré em Vila Nova do Piauí, escritores, poetas, cantores e militantes da causas sociais estiveram reunidos na noite desta quinta-feira (19), no Ponto de Cultura Cidade Poesia, para compartilhar experiências de vida e conhecimentos. A iniciativa conta com apoio da gestão “Trabalho e Compromisso” do prefeito Edilson Brito, da Sociedade Amigos da Biblioteca e Secretaria Municipal de Cultura.

A abertura do evento contou com a execução do Hino Municipal e ficou por conta da apresentação do grupo AJA que através da coordenação do professor, Edilberto Lima, dançou o xaxado nordestino. Após apresentação do grupo, a secretária de Assistência Social e primeira-dama, Ana Carolina, deu boas-vindas ao publico presente e convidados falando da importância que tem os livros e a biblioteca.

“O livro com certeza é um dos melhores amigos que nós temos. Se colocarmos sempre em prática o costume de querer ler bons livros a partir daí nós nos desenvolvemos sempre.  No aniversário da nossa biblioteca estamos ricos de escritores aqui nesta noite. O livro é para todas as idades e se a gente não ler, certamente não saberemos falar e muito menos escrever”, ressaltou Ana Carolina.

Em seguida, a professora Marli Veloso intermediou o bate-papo literário entre os autores que compuseram a mesa de honra, tais como: Pedro Munhoz, Samuel Nascimento, Regivalda Sosusa, Ilza Bezerra, Honorato Lima, professor Cícero Rodrigues e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Vila Nova, Sandra Leal, que ministrou palestra com tema “Mulheres na luta pela superação das desigualdades”.

A professora Marli Veloso, agradeceu pela presença e ressaltou o quão valiosa é a biblioteca para o município. Segundo Marli, ao longo dos 18 anos de existência, 93.091 pessoas já assinaram o livro de visitas da Biblioteca Patativa Assaré.

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“Vila Nova cresceu em torno da Biblioteca Patativa do Assaré. Tivemos a oportunidade de crescer indo à biblioteca e sendo frutos dos trabalhos desenvolvidos pela mesma. Por meio dela muitas vidas foram transformadas e muitos corações foram tocados. Em relação ao número de assinaturas no livro de presença é ainda maior, pois tem muitas pessoas que visitam e acabam não assinando”, afirmou.

O bate-papo foi aberto com o escritor e poeta da cidade de Alagoinha do Piauí, Samuel Nascimento, que falou sobre o livro Apontamentos da Genealogia da Família Brito. Samuel declarou em suas palavras que todo momento de leitura é uma festa.

“Uma noite como essa é uma festa. O livro sobre a Genealogia foi um registro que fizemos sobre nossa história. Começamos com uma pesquisa sobre a família Brito que é uma das fundadoras de Alagoinha e dessa região e que Sabino Gomes de Lima era um poeta de Vila Nova irmão de minha bisavó. Genealogia estuda as famílias e de onde vieram. Esse projeto de pesquisa nasceu em 2011 e conseguimos concretizar em julho de 2019. Não podemos esquecer de nossas raízes e durante essa pesquisa podemos perceber que muitas pessoas estão distantes dessa realidade que de certa forma não prezam por esse contexto da história de sua família e suas origens. Nosso livro aborda ao falar da família Brito seus feitos, personalidades e fala também de Vila Nova e Campo Grande, bem como da importância do contexto cultural”, ressaltou.

Honorato Lima que também foi um dos escritores ao lado de Samuel no livro Apontamentos para Genealogia da Família Brito. O pesquisador elogiou a iniciativa do poder público vila-novense em valorizar sua história e cultura. O mesmo destacou sobre o interesse em pesquisar sobre a origem da Família Brito.

“Já me interessava por essa pesquisa ao longo do tempo com esse pensamento de valorização da família. Por conta de muitos prédios públicos levar o sobrenome Brito foi também que tive interesse em pesquisar. Foram quatro anos de pesquisa onde percorrermos quase toda as cidades da região do centro-sul”, revelou.

Gaúcho nascido nas proximidades do Rio Guaíba, o cantor e poeta, Pedro Munhoz, falou um pouco da história de sua cidade, de suas origens também da época da Ditadura Militar quando seu pai foi vítima do regimento. Pedro destacou que a leitura é fundamental para o conhecimento.

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“A leitura é fundamental para o conhecimento. A arte, a literatura são ferramentas de transformação”. Gosto muito da cultura popular e da cultura nordestina […] a arte está ligada a alguns fatores como economia e política e o resultado disso é uma sociedade. O resultado da sociedade é a cultura que tem a ver coma geografia, com o relevo, com o clima, com a vegetação. Os cantadores fazem seus poemas, suas músicas mediante a uma região, diante de um cenário. A arte também é um condição de classe. Não tem como desconectar a arte/artista de sua condição de classe. Não existe uma arte descolada na condição de classe do autor. Se o Patativa do Assaré, por exemplo, fosse fazendeiro que mantivesse pessoas numa carvoaria, no trabalho escravo, grileiro, será que ele escreveria o que ele escreveu? Isso é condição de classe!”, pontuou questionando Pedro Munhoz .

A poetisa, Ilza Bezerra, que participou também do bate-papo literário resgatou sua trajetória desde quando iniciou na literatura.

“Meu primeiro namorado nasceu de uma roda de cordel (rsrs). Só não casamos porque aconteceu um imprevisto. O cordel para mim é um remédio. Estou aqui porque sou cordelista”, apontou.

A escritora, poeta e pesquisadora, Regivalda Sousa, autora de dois livros, falou como é atuar como poeta e também como pesquisadora. Regivalda acrescentou ainda que os livros são como guardiões.

“Eu leio livros e vejo-os como guardiões, principalmente das pessoas. Antes iniciar a leitura de um livro eu leio a biografia do autor porque a partir daí posso conhece-lo e assim a leitura não se torna enfadonha. Ela vai se transformar numa conversa que pode ser inspiradora, sábia, divertida […] A Biblioteca é como guardião desses livros e existe para imortalizar as pessoas. Parabenizo a população de Vila Nova pelo trabalho que realizam sobre os livros. Sou amante e respeito os livros pelas pessoas que produzem e o respeito que guardam. A poesia para mim é um instrumento de transformação, luta e que eleva não só o pensamento, mas uma força para todos os lugares onde temos vontade de ir”, revelou Regivalda.

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O professor do Instituo Federal do Piauí, Campus de Picos, Cícero Rodrigues, participante do bate-papo literário enfatizou como a leitura transformou sua vida. De origem simples e humilde, somente aos nove anos de idade começou a aprender ler.

“Foi a leitura através dos livros que me trouxe até aqui. Aprendi a ler somente como nove anos de idade. Nada melhor que uma biblioteca como referencia na vida de uma pessoa. São os livros que nos transformam. Já na fase adulta comecei ler sobre Filosofia e Psicologia o que me salvou de muitas mazelas que ao longo tempo tive que conviver e também já me aventurei em literatura de cordel”, disse o professor.

A professora Raimundinha da cidade de São Julião que esteve na mesa de honra parabenizou e em palavras breves disse estar entusiasmada ao lado de vários nomes da literatura regional. “Estou muito empolgada ao lado de talentosos escritores. Parabéns à Biblioteca de Vila Nova do Piauí, à gestão do prefeito Edilson Brito e parabenizo a professora Marli Veloso pelo excelente trabalho que vem desempenhando ao longo de muitos anos. Parabéns ao povo de Vila Nova por ter uma biblioteca dessa magnitude”, elogiou a professora sãojuliãoense.

Ao final do evento a sindicalista e presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Vila Nova, Sandra Leal, com o tema “Mulheres na luta pela superação das desigualdades” ministrou palestra. No decorrer, ela falou sobre o momento que o país atravessa com a nova administração presidencial e a necessidade das mulheres conquistar espaço sem ter que tomar de ninguém, enfatizando sobre desigualdades.

“Nós enquanto mulheres trabalhadoras rurais e de todas as categorias precisamos nos emponderar e ocupar nossos espaços. Vivemos em um país muito machista, desigual, que tira nossos direitos, massacra e quer diminuir as mulheres. Nós temos capacidade e temos que garantir espaço na sociedade. Não queremos tomar espaço dos homens, só queremos ocupar o que diz a nosso direito. Vivemos em um país onde o machismo assola e mata mais do que a guerra. Precisamos mudar esse cenário […]”, concluiu a sindicalista.

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A vereadora Bibia de Benício, amante da leitura e amiga fiel da biblioteca durante os dezoito anos, por telefone, declarou que sempre incentivou a instituição.

“É uma importante riqueza para nosso município. Temos um acervo muito rico e é um agente transformador da sociedade. Parabéns pelo aniversário de 18 anos. Parabéns a todos que estão engajados nessa causa procurando trazer sempre de forma incessante a cultura para nosso município”, parabenizou a vereadora de Vila Nova do Piauí.

Estiveram presentes, os escritores: Samuel Nascimento, Honorato Lima, Ilza Bezerra, Regivalda Sousa, Pedro Munhoz, o professor do IFPI de Picos, Cícero Rodrigues; a professora Raimundinha da cidade de São Julião; a secretária de Educação de Fronteiras, Verônica Pereira acompanhada do líder político Zé Odon; a secretária de Educação de Vila Nova, Antônia Maria; a secretária de Administração Edinete Brito; a secretária de Assistencia Social, Ana Carolina representando o prefeito Edilson Brito; a diretora da escola Zacarias Manoel da Silva, Luzia; a diretora da escola Sabino Gomes de Lima, Eva Lima; a secretária de Saúde, Almerinda Luz juntamente com o enfermeiro Dayro Coutinho; as professoras Gorete de Deus, Gorete Leal e Marli Veloso; a advogada Núbia Rocha; jovens do NUCA; presidente do CMDCA- Jhônatas Luz; a assistente social, Cleide Leal; a vereadora Bibia de Benício; a presidente do STTR, Sandra Leal, entre outras autoridades, apreciadores e o povo em geral.

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