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POLÍCIA

Caso Camilla Abreu: Allisson Wattson afirma que morte foi acidental

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O ex-capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson da Silva Nascimento, foi interrogado durante o julgamento do caso do feminicídio contra a estudante de direito Camilla Pereira de Abreu, na tarde desta sexta-feira (24), no Fórum Criminal de Teresina, após três anos e 11 meses da morte da jovem.

Em seu depoimento, Allisson Wattson negou as acusações apresentadas na sessão pelas testemunhas e afirmou que a morte de Camilla Abreu foi acidental. O acusado deu detalhes da noite do dia do crime, desde o momento em que ele foi deixar a jovem na faculdade, em um shopping da zona Leste de Teresina, até a fatídica morte da estudante.

“No referido dia, eu havia ido trabalhar como de costume, no expediente administrativo e fui para casa, por volta das 14 horas. Trabalhava no 8° BPM, no Dirceu e por volta das 16 horas ela me mandou mensagem se eu poderia deixar ela na faculdade, e eu disse que não iria porque não tava com vontade. Mais tarde por volta das 17 horas para as 18h horas, disse que seu Gomes (pessoa que deixava ela no local) não ia pegar ela e ela não tinha como ir e eu fui. Cheguei na casa dela, esperei ela se arrumar e fomos para a faculdade dela. Ao descer, encontrei com meu irmão e fiquei aguardando ela terminar a prova. Ela desceu, ele foi embora e ficamos no shopping”, disse em sua fala.

Caso Camilla Abreu: Allisson Wattson afirma que morte foi acidental (Foto: Redes Sociais)
Caso Camilla Abreu: Allisson Wattson afirma que morte foi acidental (Foto: Redes Sociais)

Na sequência, o ex-capitão explicou que quando foi deixar Camilla na casa dela, ela teria dito que não queria ficar lá e os dois foram para casa dele. No entanto, no meio do caminho, na altura do bairro Alto da Ressurreição, ela pediu para parar, alegando que ‘queria ter uma relação diferente’, segundo ele.

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“Mas disse que não poderia. Área perigosa, região quente. Então ela disse para a gente ir ao local mais reservado e fomos ao povoado Mucuinho. Descemos para namorar e no meio houve um assunto que não me agradou. A relação foi interrompida por uma discussão de um assunto que não me agradou, retornei para o carro para vestir minha roupa, no momento que fui entrar ela pegou minha arma. Ela tava quente; para quem é ‘taticano’, a arma sempre anda quente. A Pistola é sensível, tentei conversar com ela e no momento para tentar pegar a arma, a arma disparou. Tava muito escuro e quando fui colocar ela no carro, quando vi o disparo pegou na cabeça e tinha muito sangue. Desse momento para frente, eu perdi totalmente a razão, foi um choque muito grande e tenho dificuldade de lembrar, só uns dias depois. Até hoje minha cabeça não está normal. Mas foi isso que aconteceu”, pontuou.

Veja outros trechos do depoimento:

Possível tentativa de desarmá-la

Estava tão escuro. Eu tentei pegar a arma dela da maneira que eu pude, mas foi muito rápido, não deu para ver direito; foi uma tentativa muito infeliz e o resultado que foi trágico. Quando nós voltamos, eu fui vestir minha roupa que tava no banco do motorista, quando botei minha roupa, a gente continuou discutindo e ela pegou minha arma, foi quando tentei conversar com ela, quando tentei dar a volta por trás do carro. A arma ficava encaixada entre os bancos. Depois disso, eu entrei em choque, não vou mentir.

Liguei a luz; era tanto sangue. Minha cabeça já não começou a funcionar direito. Já estava amanhecendo o dia. Do momento do disparo para frente, eu não consigo lembrar direito. Ela caiu fora do carro, estava tentando segurar ela quando ela caiu. Tentei colocar ela dentro do carro, com muita dificuldade, porque ela era um pouco pesada, mas quando consegui eu liguei a luz, para ver o que tinha acontecido; corpo estava muito mole.

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Após a morte de Camilla

Doutora, eu fiquei estático, não soube o que fazer não. Após isso eu acabei tirando ela do carro e ali próximo onde estávamos, quando o dia foi amanhecendo, fui para minha casa e fiquei 24 horas sem dormir, sem saber o que fazer. Coloquei ela no chão. Me tranquei dentro de casa, tava pensando em até tirar a minha própria vida. Meu irmão entrou em casa, perguntou o que eu tinha e fiquei calado. Perguntou o que tinha acontecido e eu não falei nada. Depois disso, tomei um calmante e dormi. No outro dia fui no quartel (entregar arma) só porque não queria aquela arma perto de mim.

Carro para lavar

Nesse momento, eu tava tentado voltar um pouco a mim e não sabia quem recorrer e fui atrás do meu advogado. Eu achava que ninguém ia acreditar em mim. Ele disse simplesmente para eu me livrar do carro. O carro todo ensaguentado, cheio de sangue, acabei indo lavar realmente, totalmente desnorteado. Se eu tivesse no meu juízo perfeito, talvez não tivesse ido àquele local. Isso acabou tanto com a vida da Camilla quanto a da minha.

Doutora, eu acho que fui em dois lugares, um na Maranhão e outro no posto de lavagem. Eu fui para lavar em um e não ficou lavado. O banco tinha a parte de encostar estragado e tive que trocar. Tava muto encharcado de sangue. A primeira hipótese era transferir, mas vender acho que não teria condição não. Na verdade, foi uma tentativa, um infortúnio mesmo. Eu ia tentar, mas o rapaz disse que não dava para transferir.

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Corpo arrastado para matagal

Eu fiquei sem rumo. Eu arrastei ela, dei alguns passos. Coloquei para fora do carro. Confirmo que coloquei ela para fora do carro. Doutor, eu não cobri ela com palha não e nem precisaria, porque a mata é fechada. Tudo foi uma atitude errada. Excesso de confiança, achar que eu poderia fazer isso (tomar a arma). Se eu tivesse corrido, ela não tinha atirado.

Nega agressões e relacionamento conturbado

Era um bom relacionamento. Relacionamento com carinho, discussões tinham, relacionamento normal. Ciúmes homens e mulheres têm. Não só como de homem para mulher, como de mulher para homem. É impossível em uma relação não ter discussões.

Fonte: Meio Norte

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