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POLÍCIA

Crise no sistema: Polícia acusa Justiça por onda de crimes em Teresina

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O assalto com desfecho trágico, ocorrido na tarde da última terça-feira (01), na Empresa Ferronorte, localizada no bairro Lourival Parente, zona Sul de Teresina, com a funcionária Hiasnaya Patrícia Nunes Carvalho, 32 anos, baleada na cabeça, vem provocando revolta no meio policial, contra o Judiciário piauiense. Dos quatro acusados (presos em flagrante), só um não tem longa ficha criminal, os demais todos são reincidentes, com mais de um processo e todos estavam em liberdade condicional.

A velha máxima de que a polícia prende e a Justiça solta volta a tona com o caso, praticado com requintes de crueldade. “Se a Justiça mantivesse presos uns 190 reincidentes que fazem esse rodízio entre o presídio e as ruas, com certeza a violência reduziria consideravelmente. Só para se ter idéia, temos, nas ruas de Teresina, adolescente que já matou mais gente do que Correia Lima”, sentencia o coronel Paulo de Tarso, comandante do policiamento militar das zonas centro, sul e norte de Teresina.

A mesma língua fala o delegado geral da Polícia Civil, Riedel Batista. “Na Secretaria de Segurança nós já fizemos um trabalho mostrando os nomes dos indivíduos, quantas vezes foram presos, os crimes que cometeram e entregamos para a Justiça”.

“Se esses elementos reincidentes estivessem, efetivamente, sendo punidos pelos crimes praticados anteriormente, provavelmente essa moça [Hiasnaya Patrícia] não estaria hoje agonizando em uma UTI. Quem solta esses bandidos é a Justiça, que acaba gerando uma sensação de impunidade muito grande na sociedade piauiense. Isso dá segurança ao bandido antes de praticar um crime; ele sabe que mesmo sendo preso, logo, logo estará novamente livre nas ruas”, grita Elmar Pinheiro, cansado de tanto prender bandido pela manhã e, em muitos casos, no mesmo dia encontrar o mesmo bandido, a tarde, praticando o mesmo tipo de delito.

No relatório de reincidentes da Secretaria de Segurança Pública, que também se encontra com o Judiciário, constam cerca de 900 nomes, como informa Riedel Batista.

O coronel Paulo de Tarso diz que hoje a atividade ostensiva nas ruas é uma espécie de “enxugar gelo”. “Mas não nos cansaremos e vamos continuar a cumprir a nossa missão”, diz.

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Hiasnaya Patrícia
Hiasnaya Patrícia

Estado de saúde de moça baleada

Hiasnaya Patrícia foi baleada na Ferronorte porque demoraram a abrir a porta da sala do escritório. A ação foi praticada por Paulo César da Rocha Freitas, 35 anos (sem antecedentes), Rhayfran Regino da Silva, 18 anos (com antecedentes), Haylanderson Regino da Silva, 22 anos (com antecedentes) e por um adolescente de 16 anos, também reincidente.

A funcionária Hiasnaya sofreu um tiro na cabeça e se encontra desacordada até hoje (sexta-feira, 04/11), na UTI do ProntoMed. Nesta manhã, a equipe médica que o acompanha retirou a sedação dela para fazer uma avaliação neurológica. O estado de saúde dele é grave. A paciente já passou por duas intervenções cirúrgicas e se encontra com bons sinais vitais. Ela é casada e mãe de uma filha de 2 anos de idade.

O povo quer matar bandidos

A sensação de impunidade está levando a população de Teresina e Timon a atitudes extremas. Há 15 dias, pegaram dois rapazes acusados de assaltos, bateram muito, amarraram e jogaram no Rio Parnaíba. Os dois foram resgatados mortos.

“Em Teresina é cada vez mais comum os nossos policiais chegarem e encontrarem indivíduos capturados e sendo espancados pela população. Já salvamos muitos do linchamento. Isso vem aumentando nos últimos dias”, informa o coronel Paulo de Tarso.

Portal AZ

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