POLÍCIA

População começa a sentir os efeitos da greve da Polícia Civil

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A greve dos escrivães e policiais civis do Piauí já causa prejuízos à população. Com a paralisação, só estão sendo atendidas as ocorrências de crimes contra a vida, como homicídios, latrocínios, estupros e delitos contra idoso. Boletins de ocorrências estão sendo registrados somente na Delegacia Geral, que funciona no Centro de Teresina, pois nenhuma delegacia distrital da capital e interior está funcionando para qualquer tipo de registro.
A estudante Cássia Camila Brito procurou a polícia para registrar um assalto sofrido por ela no Centro da capital, passou por três delegacias e não conseguiu fazer o boletim de ocorrência. “Fui a várias delegacias e a resposta foi sempre a mesma, de que não era possível fazer o BO até que a greve acabasse. Eu preciso desse papel para resolver o problema com meus documentos e cartões que estavam na bolsa roubada”, disse.
Segundo o secretário-geral do Sindicado dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), Waldir Bezerra, as delegacias estão seguindo o que foi deliberado em assembleia geral realizada na sexta-feira (29) e ratificado ontem. “Os crimes contra o patrimônio, aos quais os assaltos se incluem, não estão sendo registrados. Infelizmente quem sofreu com esse crime não será atendido nesses locais”, afirmou o secretário.
O motoboy Edson Castro precisa de um boletim de ocorrência para dar entrada num seguro, mas também não conseguiu fazer o registro na delegacia do bairro onde mora, a Piçarreira, zona Leste de Teresina “Se o caso não for bem grave não tem atendimento. Vou continuar tentando. E torcendo para tudo se normalizar. O cidadão não pode ficar sem atendimento”, disse.
A situação também está complicada na Central de Flagrantes. Mesmo ainda custodiando aproximadamente 50 presos, distribuídos em três celas, todos os seis agentes que trabalham por dia no local estão paralisados. Os escrivães também cruzaram os braços. Lá, todos os procedimentos estão sendo feitos pelo delegado responsável. Os procedimentos dos crimes hediondos atendidos pelas delegacias distritais também estão sendo feitos pelos delegados de plantão.

“Como os delegados não estão paralisados, eles que ficarão responsáveis por todo o procedimento. A PM vai chegar com o preso, o delegado faz o interrogatório e redige o depoimento, enfim, faz todo o flagrante. O agente de polícia e o escrivão não participam de forma alguma”, informou o delegado Luciano Alcântara.
Segundo Luciano, os agentes estão indo para a Central, mas não trabalham. Exceto no na hora de distribuir alimentação para os presos custodiados. “Algumas coisas na Central, ficou decidido com a categoria, que não podem parar. Como temos presos custodiados a alimentação continua sendo entregue aos detentos. Mas outros serviços como atendimento a advogados e encaminhamento do preso ao delegado não estão sendo feitos”, disse.
Sobre as transferências desses presos, o delegado informou que elas podem ser retomadas se a Delegacia Geral conseguir agentes que não estejam em greve disponíveis a fazer o serviço. “O sistema prisional disponibilizou cerca de dez vagas até o inicio da próxima semana, mas temos que esperar os agentes que queiram fazer essa transferência”, destacou.

 

Diário do Povo

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