POLÍTICA

Câmara Federal realiza sessão em homenagem aos 200 anos da Batalha do Jenipapo

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A Câmara Federal realizou uma sessão solene em homenagem aos 200 anos da Batalha do Jenipapo nesta terça-feira (11). O evento foi presidido pelo deputado Flávio Nogueira (PT) e contou com a presença de deputados estaduais, membros da bancada federal piauiense e de outros estados, além do ministro Wellington Dias (PT), do governador Rafael Fonteles (PT) e do prefeito de Campo Maior, Joãozinho Félix (MDB).

Durante a abertura da solenidade, a banda do Exército Brasileiro executou o Hino Nacional e a cantora Myriam Eduardo interpretou o Hino do Piauí. Em seguida, houve a exibição de um vídeo resgatando os fatos envolvendo o combate, ocorrido no histórico dia 13 de março de 1823, às margens do riacho Jenipapo, na então vila de Campo Maior. O episódio é considerado um marco importante para o processo de independência do Brasil. 

“Nossos livros de história ignoram o confronto ou relatam os fatos de forma muito superficial. Mas não podemos esquecer que os heróis anônimos da Batalha do Jenipapo tiveram um papel relevante na emancipação política do Brasil e contribuíram para a consolidação da nossa unidade territorial e para a construção de uma identidade nacional”, destacou Flávio Nogueira, coordenador da bancada federal piauiense e autor do requerimento para realização da sessão solene. 

Processo violento 

O parlamentar ainda avaliou que os registros sobre a Batalha do Jenipapo são importantes para derrubar alguns mitos envolvendo a independência do Brasil. “O combate sangrento, que deixou cerca de 200 brasileiros mortos às margens do riacho Jenipapo, é uma prova de que a nossa independência não resultou de um processo pacífico. Essa Batalha, ocorrida em solo piauiense, também deixa patente que os fatos que contribuíram para nossa emancipação política não se limitaram às fronteiras do Rio de Janeiro, nem às margens do Ipiranga, em São Paulo”, pontuou.

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Conjuntura histórica 

A Batalha do Jenipapo está inserida em um contexto que envolvia o plano da Coroa portuguesa de manter uma colônia no norte do atual território brasileiro. Nessa conjuntura, o Piauí oferecia uma posição geopolítica estratégica, com ligações terrestres com Ceará, Pernambuco e Bahia, províncias que manifestavam o desejo separatista e apoiavam a independência do país. Ao nomear o major João José da Cunha Fidié como governador das Armas da província piauiense, o rei de Portugal, Dom João VI, pretendia salvaguardar os interesses de Lisboa na região.

Mas o projeto lusitano esbarrou na vontade emancipacionista do povo piauiense, que culminou na Batalha do Jenipapo. No confronto, a vitória ficou com os soldados da Coroa portuguesa. Uma vitória que teve um sabor de derrota, já que a tropa de Fidié, com muitos homens feridos e poucos suprimentos e munição, foi obrigada a fugir do estado. Fidié acabaria preso em Caxias-MA, sendo, em seguida, enviado para o Rio de Janeiro. De lá, seria deportado para Portugal. Enquanto isso, o Piauí consolidava sua adesão à independência do Brasil.

Fonte: Cidade Verde

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