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POLÍTICA

Comunicadores do Piauí lançam manifesto contra impeachment de Dilma

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Um manifesto assinado por mais de 300 comunicadores do Piauí foi lançado na manhã de hoje (07/04) no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). O documento ressalta o compromisso da categoria que se posiciona contrária ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

De acordo com o jornalista e radialista, Oscar de Barros, o manifesto busca fortalecer o argumento de que não há base legal para se instaurar o processo de impeachment da presidente. Ainda de acordo com ele, os comunicadores lutam pela manutenção da democracia.

Manifesto foi assinado por mais de 300 comunicadores Foto: Gabriel Torres/CT

“Nossa intenção é de reunir a maior quantidade de assinaturas possíveis e levarmos até a Frente Brasil Popular, entidade que está liderando esses movimentos contra a tentativa de quebra do Estado Democrático e de Direito”, disse.

Oscar completou destacando que não há base legal e jurídica que venha a levar ao impeachment da presidente. “Ela não cometeu crime algum e se não há crime, não há base legal para o impeachment”, completou.

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Jornalista Oscar de Barros Foto: Gabriel Torres/CT

O movimento contou com a presença de centenas de comunicadores, professores, artistas e políticos, entre eles, os deputados estaduais João de Deus e Flora Isabel, ambos do PT, e a vereadora Rosário Bezerra (PT).

Para o professor e mestre em comunicação, Américo Abreu, hoje (07/04), Dia do Jornalista, a categoria não tem o que comemorar. Segundo ele, a mídia que deveria ser utilizada de uma forma a levar informação e conhecimento para o cidadão, tem agido de maneira escusa e errada.

“O jornalismo deixou de ser um simples meio de se propagar informações. Passou a ser responsável por transmitir informações o os argumentos que as pessoas irão adotar durante as discussões. Contudo, isso tem sido feito de forma errada e muito ruim aqui no Brasil. O que vemos é uma mídia que busca acabar com um patrimônio brasileiro, que é o ex-presidente Lula. Devemos cuidar do bom jornalismo e fazê-lo sempre”, afirmou o professor e jornalista.

Manifesto foi lido pelo professor Américo Abreu e pela estudante Isadora Cortêz Foto: Gabriel Torres/CT

O secretário estadual de Comunicação, João Rodrigues e o presidente da TV Antares, Humberto Coelho, também estiveram presentes no evento.

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Foto: Gabriel Torres/CT

Abaixo a íntegra do manifesto lido durante o evento:

MANIFESTO DOS COMUNICADORES DO PIAUI CONTRA O GOLPE E PELA DEMOCRACIA

Nós, COMUNICADORES PIAUIENSES,  grupo suprapartidário, abaixo-assinados, vimos nos manifestar em defesa da democracia e do Estado de Direito. Não é a primeira vez, na história republicana do Brasil, que os comunicadores são obrigados a se pronunciar pela salvaguarda das conquistas sociais, das políticas públicas e das garantias democráticas obtidas nas lutas travadas, desde os primórdios da nossa nacionalidade, pelos verdadeiros democratas e pela ampla maioria trabalhadora de nosso povo.  

Três décadas após o fim do regime militar, nos vemos novamente sob a ameaça do autoritarismo. A cada dia, crescem os sinais de que está em curso um golpe de Estado contra a presidente Dilma Rousseff, eleita de forma legítima e democrática, e que, a despeito de qualquer crítica que se faça a seu governo, não está ligada a nenhum fato que dê base legal a um pedido de impeachment. 

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No entanto, parlamentares que acumulam denúncias de corrupção, como  Eduardo Cunha, e alguns dos principais partidos políticos do país já contabilizam votos no Congresso Nacional com esse intuito e negociam abertamente um futuro governo, num clima de golpismo institucionalizado. 

Em nome do combate à corrupção, a Operação Lava Jato atropela garantias constitucionais duramente conquistadas, como a neutralidade do Judiciário, o direito ao devido processo legal e a presunção de inocência. A hostilidade crescente nas redes sociais extravasa para as ruas, e o convívio plural e civilizado no espaço público, que em tempos recentes havia avançado bastante, já se turva. Queremos romper esta teia de ódio! Lembramos que o combate à corrupção também apareceu como pretexto para o golpe de 1964.

A memória nacional não pode ser tão curta. Repudiamos a corrupção e exigimos a punição de corruptos e corruptores, mas sempre com respeito às regras do Estado Democrático de Direito. Não aceitamos o retrocesso. Para nós, a democracia é um valor supremo, irmão da soberania popular. Defendemos os direitos sociais – o patrimônio público, as reservas de petróleo do pré-sal, as empresas estatais, os direitos trabalhistas, os avanços contra o racismo e o machismo, a redução da miséria e da desigualdade – ameaçados pelos adversários da democracia, muitos dos quais são notórios corruptos.

Como comunicadores, denunciamos o papel nefasto que as grandes empresas de comunicação têm desempenhado na presente crise. Beneficiadas pela falta de regulamentação do artigo 220 da Constituição, que proíbe os monopólios no setor, utilizam sua posição no controle da mídia como ponta-de-lança na ofensiva política contra o governo federal, em defesa dos interesses econômicos das elites nacionais e estrangeiras e dos partidos políticos que as representam. 

Essas empresas transformam seus veículos noticiosos em alto-falantes para que fontes ocultas no aparelho de Estado alardeiem vazamentos seletivos de informação, visando a destruir reputações e a soterrar o direito de defesa. Quando criticadas, usam como escudo a liberdade de imprensa, mas negam a seus jornalistas – empregados assalariados – a cláusula de consciência, que permitiria a cada qual se recusar a agir contra a ética e em defesa da rigorosa apuração jornalística e da verdade dos fatos. 

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Assim, multiplicam-se casos de profissionais assediados por determinações superiores e obrigados a se subordinar a orientações com as quais não concordam para manter seu sustento. Não podemos nos conformar com o clima de intimidação reinante em diversas redações. Trabalhamos pela pluralidade na mídia impressa, falada, televisada e na internet, por uma comunicação ética e de qualidade, pelo respeito ao direito social à informação e ao operário da notícia, o comunicador.  

Neste momento tormentoso, vamos nos manter a todo custo nas trincheiras da luta democrática e social. Queremos ao nosso lado todos os que mantêm apreço pela democracia e pelos avanços que apontam para um Brasil mais justo, mais desenvolvido, mais independente e mais soberano.

Nós, COMUNICADORES PIAUIENSES, estamos nos somando  àqueles que se opõem ao impeachment e nos manifestando  contra os que usam de meios ilegítimos com os quais pretendem derrubar o governo que resultou de eleições legítimas. Não vamos nos calar. Não ao golpe!  Viva a democracia!

Capital Teresina

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