POLÍTICA

Formação de “chapinhas” gera desconforto na base de Wellington Dias

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A mais nova polêmica da base encabeçada pelo governador Wellington Dias diz respeito às coligações com partidos menores para a disputa da eleição proporcional (para deputado estadual e federal), as chamadas “chapinhas”. Enquanto os pequenos defendem a ideia, até mesmo por questão de sobrevivência, representantes das maiores siglas se negam a dividir o “bolo”.

Os pequenos PTC e PRTB são duas das relutantes siglas. Os dois partidos (que já fazem parte da base de sustentação governista) não abrem mão do apoio de Wellington Dias para que consigam emplacar nomes à Câmara Estadual e Federal.

O PRTB e PTC estão à frente de uma aliança proporcional que reúne partidos emergentes, como PPS, PHS, PSL, PRP e PRONA.

“Nós estamos com uma união entre vários partidos: PPS, PHS, PSL, PRP e PRONA; os diálogos estão bem adiantados. A maioria destes partidos não apoiavam o governador Wellingnton Dias, entramos em entendimento com o governador, afinal nós estamos em um projeto para reeleição, trazendo aqueles partidos que não o apoiavam a passar a apoiar. Finalizo reafirmando que esta coligação tem sentido para apoiar o governador, caso contrário nem teria sido formada”, disse o deputado estadual e presidente do PRTB no Piauí, Fernando Monteiro, via assessoria de imprensa.

O deputado estadual Fernando Monteiro é o novo presidente estadual do PRTB

Evaldo Gomes, deputado estadual pelo PTC e forte defensor das propostas do governo na Assembleia Legislativa, já bateu o pé acerca dessa aliança proporcional que vem sendo consolidada e em entrevista concedida a uma TV local no último dia 18 ele explicou por que.  “É preciso dar oportunidades para os partidos emergentes, pois é capaz deles sumirem do cenário político”.

Na oportunidade Evaldo também garantiu que PT e PTC marcharão juntos na próxima eleição. O entendimento entre as partes ficou selado em encontros anteriores com Wellington Dias, segundo o parlamentar.

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“Ficou bem claro o entendimento entre PTC e o governador de que vamos manter a mesma estratégia das eleições anteriores, ou seja, buscar agregar os outros partidos emergentes até mesmo porque esses partidos passam por um problema a nível nacional”, disse Gomes.

Evaldo Gomes é um dos defensores do governo do Estado na Alepi (Foto: Divulgação)

O problema a nível nacional a que Evaldo se refere é a temida cláusula de barreira.

A cláusula (aprovada em setembro deste ano pela Câmara dos Deputados) estabelece que, a partir da eleição de 2018, só terão acesso ao fundo partidário e à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV partidos que obtenham ao menos 1,5% dos votos válidos na eleição para a Câmara Federal, distribuídos por ao menos nove estados (com mínimo de 1% dos votos em cada um desses Estados); ou elejam ao menos nove deputados vindos de pelo menos nove estados.

O outro lado

Apesar de anunciar entendimento com o governador sobre a formação das chapinhas, Evaldo e representantes dos demais partidos de menor expressão terão de enfrentar uma verdadeira queda de braço contra as siglas maiores. Dentro do próprio PT há resistência. “O partido não vai forçar coligação, mas também não quer ser instrumento para fortalecimento de outras siglas”, afirmou o deputado estadual petista João de Deus.

Um dos aliados da base de Wellington, o PDT, também já deixou clara a preferência pela formação de uma chapa única, ou seja, só com os partidos maiores. O secretário de Estado do Meio Ambiente, Ziza Carvalho, foi o primeiro integrante do partido a se manifestar contra as coligações envolvendo siglas menores.

Em entrevista concedida a meios de comunicação do estado no dia 22 do presente mês o secretário chamou a tentativa de formação de blocos com o apoio de integrantes da base do governo de “manobra” para garantir a sobrevivência de partidos pequenos, e cobrou do governador pulso firme para vetá-la.

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Flávio Nogueira no Café com Informação (Foto: Wilson Nanaia / Portal AZ)

O presidente estadual do PDT, Flávio Nogueira, também foi curto e grosso. “Sou contra chapinhas; tem que acabar com isso. São eleitos sem votos (os candidatos por partidos menores)”, disparou ele em entrevista à reportagem do Portal AZ.

“Já fui vítima disso. São 10 candidatos a deputado federal, eu fiquei em oitavo [na última eleição proporcional] e não fui classificado. Assumi um tempo, mas como suplente. O que vale é quem tem mais votos. Para governar o Estado não é quem tem mais votos? Para governar a prefeitura também não deve ser o mais votado? Por que para deputado não deve ser o mais votado?”, indagou Flávio.

Fonte: Portal Az | Foto destaque: reprodução

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