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POLÍTICA

Investigado na Lava Jato, aliado de Cunha é o novo líder do governo na Câmara

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O chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, confirmou o deputado André Moura (PSC-SE) como o novo líder do governo na Câmara, nesta quarta-feira (18). O cargo é uma vitória na Casa para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que defendia a indicação em detrimento da feita pelo grupo ligado ao presidente em exercício Michel Temer, que preferia a nomeação de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o posto.

A indicação de Moura, investigado na Operação Lava Jato, foi apresentada em reunião do “centrão” – bloco informal composto ao todo por 12 partidos, entre eles o PP, PR, PSD e legendas nanicas, que lideraram a articulação para a aprovação do processo de impeachment na Casa – em reunião com Lima e Temer, na véspera. O centrão se autodenomina representante de cerca de 300 deputados, o que significaria o maior “bloco” na Casa.

“Entendemos que ele [Moura] tem uma boa interlocução e essa proximidade com todos os partidos e deputados certamente facilitará muito a sua locução para aprovar as medidas que são necessárias”, disse após a reunião o deputado Jovair Arantes (GO), líder do PTB na Câmara.

No encontro com Temer, entretanto, os parlamentares ouviram que a nomeação do líder de governo era uma prerrogativa do governo e não da Câmara. Lima não esclareceu os motivos da escolha do deputado.

Moura atualmente cumpre seu segundo mandato consecutivo de deputado federal (2011-2015 e 2015-2019) por Sergipe. Antes disso, foi deputado estadual por um mandato (2006 a 2010) e prefeito da cidade sergipana de Pirambu por dois (1997 a 2004), pelo extinto Partido da Frente Liberal (PFL).

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Na Câmara, apesar de estar à frente da liderança do PSC na Casa desde março de 2012, só ganhou notoriedade após o peemedebista chegar à presidência da Casa, quando passou a ser considerado o “homem de Cunha”.

A proximidade fez com que Cunha, mesmo afastado, articulasse apoio de cerca de 300 deputados de 13 partidos para indicação de Moura para liderança do governo Temer. O parlamentar sergipano disputava o posto com Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendido por legendas da antiga oposição, como PSDB, PPS e DEM.

Na Lava Jato, o novo líder do governo é formalmente investigado sob suspeita de atuar em conjunto com outros aliados de Cunha para chantagear empresas na Câmara. A Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeita que o grupo apresentou requerimentos e atuou na Casa para pressionar o grupo Schahin. O deputado nega.

Conselho de Ética
Moura é tido como um dos principais articuladores de Cunha no Conselho de Ética da Câmara, onde o peemedebista é alvo de processo que pode levar à cassação de seu mandato. O novo líder do governo Temer articulou a troca de membros do colegiado na tentativa de salvar o presidente afastado.

Nessas negociações, Moura também operou como mensageiro entre Cunha e ministros da presidente afastada, Dilma Rousseff. Coube ao deputado negociar com o Planalto, a pedido do peemedebista, os votos do PT no Conselho de Ética em troca da não deflagração do impeachment da petista. A negociação, porém, não teve sucesso.

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Na Câmara, o novo líder do governo faz parte da bancada católica e empunha bandeiras como a criminalização do aborto e o Pacto Federativo. A proximidade com Cunha fez com que ele fosse escolhido presidente de comissões especiais, como a de Redução da Maioridade Penal e do Piso Nacional dos Vigilantes.

Moura nasceu em Salvador (BA), tem 44 anos e é casado com Lara Ferreira desde 1993, com quem tem dois filhos. O novo líder do governo não tem formação superior. Começou os cursos de Administração de Empresas e de Gestão Pública na Universidade Tiradentes, em Sergipe, mas não concluiu.

Fonte: IG

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