POLÍTICA
Jesus Rodrigues culpa Wellington Dias pela desistência e dispara críticas
O deputado federal Jesus Rodrigues Alves (PT) acusou ontem o senador Wellington Dias, pré-candidato a governador do PT, de favorecer a candidatura da esposa, deputada estadual Rejane Dias, à Câmara Federal, em detrimento das outras candidaturas do partido. Jesus acusou o senador de agir de forma antiética e disse que não participará da campanha nem pedirá votos para Wellington Dias nas eleições de outubro.
“Wellington Dias e o PT não têm o direito de me pedir participação na campanha. Não é certo eu estar trabalhando a candidatura de um majoritário e ele trabalhando contra a minha. É antiético, mas é comum na política. Acontece em todo lugar. Alguns reagem, eu estou me recolhendo”, disse ao Diário do Povo ontem à tarde, por telefone, após desembarcar em Brasília. As críticas de Jesus Rodrigues ocorreram 48 horas depois de ele encaminhar carta à presidência regional do PT oficializando a desistência da disputa por novo mandato de deputado federal.
A razão principal da desistência foi a decisão de Rejane Dias de se candidatar a deputada federal. Jesus protestou junto ao partido, mas não encontrou apoio e preferiu desistir. No início da tarde de ontem Wellington Dias reuniu o partido para discutir a crise. Segundo Jesus Rodrigues, o pré-candidato ao governo do partido fez ‘vista grossa’ à reclamação feita por ele de equilíbrio entre as candidaturas à Câmara Federal, com a candidatura de Rejane Dias. “Tomei essa decisão por conta do privilégio à candidatura da Rejane. Ela não precisava disso para angariar voto. Eu até aceito a candidatura dela, mas sem privilégios. Uma posição capitaneada pelo candidato majoritário, eu não tinha braço para nadar contra essa correnteza”, disse o deputado.
Jesus Rodrigues revelou que Wellington Dias estava desconstruindo sua candidatura. “Não tinha como trabalhar construindo a minha candidatura com o Wellington Dias desconstruindo em favor da sua esposa. Eu ia romper? Eu ia fazer minha candidatura fora do palanque? O partido também não me deu retorno, portanto, eu só teria que recuar”, desabafou. O deputado, que ajudou a fundar o partido no Piauí, disse que alertou o PT de comportamentos que, em sua opinião, poderiam prejudicar a sigla no processo eleitoral.
“São comportamentos corriqueiros da política, que poderiam causar problemas ao PT. Mas fui uma voz isolada”, afirma. Ele garante que não deixará a sigla, pelo menos até 31 de janeiro de 2015, data em que termina seu mandato. “Até o dia 31 de janeiro não tratarei dessa questão. Teremos um momento oportuno”, declarou.
Fonte: Diário do Povo
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