POLÍTICA

Marcelo Castro nega desprestígio com Planalto e diz que Brasil está perdendo batalha contra mosquito

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O ministro da saúde, Marcelo Castro, negou na tarde desta sexta-feira (22) durante seminário sobre dengue, zika e chikungunya em Teresina (PI), que o trabalho desenvolvido por ele na pasta esteja desagradando o Palácio do Planalto.

“Não é verdade”, afirmou ao chegar na sede da OAB, onde o evento é realizado.

Castro negou ainda que o Ministério da Saúde tenha perdido a gestão do controle de combate ao mosquito causador das três doenças para a Casa Civil, como a imprensa nacional também especulou.. “Também não é verdade”, limitou – se a dizer.

Nesta semana, o jornal Folha de São Paulo publicou que o comando do combate ao mosquito transmissor da dengue pode ser transferido para a Casa Civil, uma vez que declarações de Marcelo Castro teriam repercutido mal entre a cúpula do Palácio do Planalto.

O ministro preferiu falar sobre a pauta do seminário. Frisou que o país vem perdendo a batalha para o aedes e que a população precisa fazer a sua parte.

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“Esse mosquito está convivendo com a gente há pelo menos uns 30 anos e infelizmente nós estamos perdendo a batalha para ele”, declarou.

“Nós estamos percorrendo o maior número de estados possível, lançando esse plano de combate ao mosquito. (…) Em 2015 foi o ano que tivemos o maior número de casos de dengue no Brasil: 1.600.000 pessoas. Morreram mais de 800 pessoas. Mas agora a situação está mais grave, porque além da dengue tem a Zika. A Zika provoca microcefalia, que se reflete em danos irreversíveis para a criança. São 150 casos de microcefalia por ano em todo o país”, acrescentou.

Marcelo citou o exemplo de Água Branca no combate ao mosquito. Lá, os agentes de saúde visitam as casas e, em caso de focos de dengue encontrados, os moradores são conscientizados e o imóvel recebe um selo.

O ministro falou ainda de várias equipamentos tecnológicos para combater o mosquito e citou a bactéria Wolbachia pipientis. Ela é capaz de bloquear a transmissão do vírus da dengue no Aedes aegypti, originando uma nova proposta, natural e autossustentável, para o controle da doença.

“Quando ele (mosquito) é contaminado por ela, perde a capacidade de transmitir a dengue e acreditam os pesquisadores as outras doenças também. É uma DST de mosquito. O que está contaminado com a Wolbachia cruza com a fêmea transmite a bactéria, que transmite para o ovo que produz e o mosquito que vai nascer”, disse o  ministro, chamando mais uma vez a população a fazer a sua parte enquanto os estudos não são concluídos.

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“Se a sociedade não fizer sua parte, vamos entrar na batalha derrotados. Não podemos entrar na luta derrotados. Não podemos ter uma geração de sequelados no país e nós vamos ser todos responsabilizados pela história, por não ter nos mobilizado e feito o que precisava ser feito para vencermos este problema”, afirmou.

Participam do seminário o governador Wellington Dias e o prefeito de Teresina, Firmino Filho, além de orgãos ligados à saúde. O gestor da capital foi o primeiro a falar e, mais uma vez, chamou atenção para a gravidade da situação. Na ocasião, Firmino homenageou Amariles Borba, gerente de epidemiologia da FMS, a quem chamou de “Dama de Ferro”.

O governador Wellington Dias disse que Castro deu uma aula de como combater o mosquito. Dias mencionou o uso do kit rápido de diagnóstico e que vai usar o exemplo de Água Branca.

O governador autorizou a parceria da Fapepi com a Fiocruz para uso de mosquitos transgênicos no Estado.

” Estamos em um período que o desafio é maior, as chuvas. Vamos vencer mais essa”, declarou

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