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POLÍTICA

Regina Sousa abandona os autos e apela a questões político-partidárias

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A senadora Regina Sousa (PT) interpelou quase todas as testemunhas no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a exceção da única testemunha de acusação. Uma outra foi arrolada como que sendo de acusação, mas foi ouvida como informante da acusação. As outras, para as quais a parlamentar pelo Piauí fez questionamentos, foram arroladas como testemunhas de defesa – algumas ouvidas também na condição de informante, mas aqui da defesa.

O certo é que os questionamentos ou argumentações proferidos pela senadora pareceram procurar depor contra o governo interino e teriam um quê de objetivo de difusão do ‘quanto pior, melhor’, o que, em tese, fugia do foco dos termos técnico-jurídicos presentes nos autos, descambando para o viés político-ideológico.

BOLSA FAMÍLIA
Ao interpelar o ex-secretário-executivo de Educação no governo de Dilma, Luiz Cláudio Costa, por exemplo, Regina Sousa discorreu sobre o Bolsa Família, e afirmou que no Piauí, supostos beneficiados, irregularmente, com o programa, estariam sendo pressionados a votar em determinados candidatos sob pena de perderem a regalia conquistada de forma nada republicana.

“Aqui foi dito que os programas bons vão continuar, mas o Bolsa Família está sofrendo ataques, vão premiar prefeitos que diminuírem e – o que é pior – disseram que empresários recebem Bolsa Família e agora se viu que são presidentes de associações, presidentes de partido e, porque o CNPJ está em nome deles, estão sendo chamados, num período eleitoral, para dizer que podem perder o Bolsa Família. Imaginem o que isso vai gerar de pressão a candidatos a prefeito à reeleição, por exemplo, nessa história. Está acontecendo isso lá no meu estado e deve estar acontecendo em outros também”, tascou.

Ao questionar a também testemunha de defesa – que se tornou informante da defesa – o consultor editoral da Revista Carta Capital Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, a senadora procurou extrair do interpelado um diagnóstico obscuro da situação econômica do país num possível governo Michel Temer – hoje provisório –, mas não conseguiu.

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_Economista Luiz Gonzaga Belluzzo, consultor editorial da Carta Capital
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Regina Sousa: Aqui se vende uma ideia, principalmente para a população, de que, passou o impeachment, tudo fica maravilhoso. Então, eu queria que o senhor, que certamente já pensou, como economista, o dia seguinte – não é o dia seguinte ao dia 1º, mas os meses seguintes, até o ano seguinte –, o que é esse Brasil em caso de impeachment, em caso de a Presidente ser afastada, o que será o Brasil nesse dia seguinte, gostaria que o senhor aprofundasse isso.

_No que respondeu o interpelado:

Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo: Senadora, eu tenho uma grande resistência a fazer previsões, porque os economistas erram sistematicamente,e eu não deixo de também errar, não é? O Senador Lindbergh acabou de mostrar as previsões que eles fazem e erram sempre, eu também erro, porque é muito difícil fazer previsão.
O que eu posso dizer, isso, com certeza – eu acho que boa parte dos meus colegas concordariam – é que se a economia não se recuperar, se a economia não crescer, ela não vai sair desse enrosco fiscal em que ela está metida. O mais grave, o que me preocupa mais nesse momento é a situação do balanço das empresas com o impacto sobre o balanço dos bancos que as financiaram. Eu espero que o Governo seja capaz de equilibrar a política fiscal com a política monetária. E há uma questão fundamental que é a queda da taxa de juros.

ORIENTAÇÃO
Para essa primeira fase que se findou, de interpelação das testemunhas, foi acertado entre os líderes partidários e o presidente do Supremo Tribunal Federal e da sessão de julgamento do impeachment, ministro Ricardo Lewandowski, que os senadores, transformados em juízes, se ateriam aos autos. E que somente depois, no momento adequado, quando terão cada um 10 minutos para falar, poderiam tecer suas considerações a respeito do processo de impedimento da presidente afastada.

180Graus

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