POLÍTICA

Saiba o perfil de cada candidato a conselheiro do Tribunal de Contas

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A Assembleia Legislativa do Estado realiza até o início do mês de abril a eleição que irá escolher o novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI).  O eleito pelos 30 deputados estaduais irá assumir a vaga aberta após a aposentadoria do conselheiro Anfrísio Lobão.

A eleição na Assembleia é considera “a mais democrática”, porque qualquer pessoa acima de 35 anos e que preencha os requisitos técnicos exigidos pode se candidatar sendo ou não parlamentar. Apesar de toda a “democracia”, o processo realizado pela Casa é também o mais criticado porque apesar de todos poderem participar, a história mostra que apenas deputados ou cidadãos com ligações políticas conseguem ser eleitos.

HISTÓRICO DA ALEPI É DE ELEGER DEPUTADOS COMO CONSELHEIROS

Nas três últimas eleições de conselheiro realizadas pela Assembleia Legislativa, três deputados foram eleitos. Em 2012, foi a polêmica escolha da então deputada Lilian Martins (PSB), esposa do governador da época Wilson Martins (PSB). A eleição de Lilian é contestada até hoje na Justiça pelo Ministério Público Estadual. Em 2010, o eleito foi o ex-deputado Xavier Neto (PL), que morreu em acidente aéreo em 2012, sendo substituído por Lilian Martins. Em 1994, a Assembleia elegeu o então deputado Luciano Nunes para a vaga de conselheiro.

Foto: Thiago Amaral/ O Olho

Na eleição deste ano, não há deputado em exercício do mandato disputando a vaga. Porém, os suplentes que não conseguiram se reeleger em 2014 estão de olho na possibilidade de assumir o cargo no TCE-PI, que garante um mandato vitalício. O conselheiro eleito terá ainda direito a um salário de cerca de R$ 26 mil mensais, direito a carro oficial, assessores, prerrogativas de desembargador de Justiça e poder para fiscalizar as contas do governo do Estado, dos prefeitos e dos deputados.

 

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CONFIRA OS PERFIS DOS CANDIDATOS AO CARGO DE CONSELHEIRO

Entre os possíveis candidatos à vaga estão os suplentes de deputados Mauro Tapety (PMDB), Antônio Felix (PSD), João de Deus (PT) e o ex-deputado e atual prefeito do município de Picos, Kleber Eulálio (PMDB). No grupo dos não políticos estão o jornalista Zózimo Tavares e o delegado Bareta.

Mauro Tapety: “Se por 16 anos eu aprovei leis na Assembleia porque não posso ser conselheiro?”

O ex-deputado Mauro Tapety, 54 anos, é um dos candidatos à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Piauí. Mauro foi eleito deputado estadual a primeira vez em 1988. Ele se reelegeu por mais dois mandatos e na última eleição de 2014 ficou na vaga de suplente.

A candidatura de Mauro é contestada porque o ex-deputado não concluiu o curso superior de Medicina. Ele cursou apenas três períodos. No edital da eleição, um dos critérios exigidos é que o candidato tenha notável capacidade técnica. Para os concorrentes, um conselheiro precisaria ter curso superior para comprovar possuir capacitação.

Mauro reage às críticas e diz possuir outros critérios como serviço público prestado ao povo do Piauí. “A questão de ser formado não é critério. Eles pedem que o candidato comprove a capacidade técnica. Eu tenho 16 anos de deputado e vários anos de atuação no serviço público. Acho que isso mostra que eu tenho capacidade. Se por 16 anos eu aprovei leis na Assembleia porque não posso ser conselheiro?”, questionou.

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João de Deus: “Se essa for uma missão concedida a mim estarei pronto”

O possível candidato do governador Wellington Dias (PT) na disputa pela vaga de conselheiro deve ser o suplente de deputado João de Deus (PT). Assim como Mauro Tapety, o petista não conseguiu se reeleger em 2014 e agora busca o cargo vitalício no TCE-PI. João de Deus foi leito deputado suplente de deputado estadual em 1994 e suplente de vereador em Teresina em 1996. Ele foi eleito deputado estadual em 2002 e 2006 e desde a eleição de 2010 tem conseguido apenas a suplência.

Sem conseguir ser eleito pelo voto popular, o candidato do PT espera ser eleito com o voto dos 30 deputados da Assembleia Legislativa. Em entrevista ao O Olho, João de Deus afirma que estará pronto para concorrer a vaga se esse for o desejo do Partido dos Trabalhadores. Ele afirma que ainda não conversou com o governador Wellington Dias sobre o assunto.

“Se essa for uma missão concedida a mim estarei pronto. O cargo de conselheiro é um cargo honrado. O conselheiro tem a missão de prezar pela ética nas contas públicas. Com a experiência como deputado nos sentimos qualificados para assumir a vaga”, declarou. João de Deus é formado em Química pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Kléber Eulálio: “A vaga de conselheiro não é do PT ou PMDB, mas do povo”

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O prefeito do município de Picos, Kléber Eulálio (PMDB), poderá ser o candidato do PMDB a vaga. Mas ele encontra resistência do grupo peemedebista que apoia a candidatura de Mauro Tapety (PMDB). Kleber Eulálio é médico e já foi deputado estadual por   oito mandatos, até renunciar ao cargo em 2012 após ser eleito prefeito.

Kleber deixou a Assembleia, mas conseguiu eleger em 2014 o filho Severo Eulálio (PMDB) ao cargo de deputado estadual. Ele afirma que a disputa pela vaga de conselheiro não deve ser entre partidos, mas entre cidadãos de forma individual.

“A vaga de conselheiro não é do PT ou do PMDB, mas do povo. Eu não sei se serei candidato porque não quero disputar com o deputado mauro Tapety que é meu amigo. Vamos buscar um consenso dentro do PMDB”, destacou.

Delegado Bareta: “O TCE-PI não pode servir de acolhimento para deputado derrotado em eleição”

O delegado Francisco das Chagas Costa, o Bareta, 52 anos, irá concorrer pela primeira vez a vaga. Formado em Direito, ele critica a forma como a eleição ocorre na Assembleia. Bareta afirma que apesar de todo cidadão poder ser candidato, apenas deputados são eleitos. De acordo com Bareta, o TCE não pode “servir de acolhimento para deputado derrotado em eleição”.

O delegado afirma que não tem ligações partidárias e por ter anos de serviço público prestado ao povo do Piauí, possui todos os requisitos para assumir a vaga. “No meu trabalho como delegado combatemos os crimes contra o Fisco. Existe uma grande roubalheira de dinheiro público. O papel do TCE é combater a corrupção e o roubo do dinheiro público”, destacou.

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Segundo Bareta, é contestável a  imparcialidade de um conselheiro que julgará as contas de políticos e possui ligações políticas. “Se o voto fosse popular eu poderia comprar meu terno porque seria eleito. Digo isso pelo serviço prestado que tenho à população do Piauí. Tenho conhecimento. Sou formado em direito e tenho vários cursos de qualificação”, destacou.

Zózimo Tavares: “Não quero ser conselheiro, quero chamar atenção da sociedade para o processo”

O jornalista Zózimo Tavares será candidato a conselheiro pela terceira vez. Na primeira vez que concorreu à vaga, Zózimo recebeu um voto. Na eleição de 2012, ele teve dois votos. Na disputa deste ano, Zózimo reconhece que não tem condições de concorrer com os candidatos que possuem influência política, mas afirma que o objetivo é despertar a atenção da sociedade para a forma como a eleição ocorre.

Parafraseando os candidatos deputados, Zózimo afirma que ainda está “consultando as bases políticas” sobre a possibilidade de ser ou não candidato. “Eu não quero ser conselheiro, quero chamar atenção da sociedade para a eleição realizada pela Assembleia Legislativa. É preciso que o processo se torne mais transparente”, destacou.

Antônio Félix também pode entrar na disputa

O suplente de deputado Antônio Felix (PSD) também é candidato à vaga. Ele foi eleito deputado estadual pelo PPS3 em 2006 e 2010, foi para o PSD e ficou na suplência na disputa de 2014. Felix é de uma família política da região de Campo Maior. A reportagem do O Olho não conseguiu falar com o parlamentar.

 

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Fonte: O Olho

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