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‘Está morta’, diz segurança ao ver jovem desacordada na UFPI; suspeito do crime diz que vítima sofreu queda

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O g1 teve acesso aos depoimentos de Thiago Mayson da Silva Barbosa, 28 anos, suspeito de estuprar e matar a estudante de jornalismo Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, em uma sala do mestrado em matemática na Universidade Federal do Piauí (UFPI), e de um segurança da instituição que flagrou o suspeito com a vítima.

Thiago alega que manteve relações sexuais consentidas com Janaína e que ela teria batido a cabeça no chão. Contudo, a polícia afirma que a jovem foi estuprada e teve o pescoço quebrado. O segurança relatou ter visto os hematomas e sangramentos na vítima e que o suspeito estava nervoso e apreensivo.

“Essa moça está morta, o que houve?”

Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, foi morta após ser estuprada e ter o pescoço quebrado em Teresina — Foto: Reprodução

O segurança da UFPI prestou depoimento à Polícia Civil. Ele relatou que, por volta de 9h40 de sábado (28), quando realizava vistoria no setor de matemática da instituição, avistou dois rapazes caminhando. Um deles estava com uma jovem nos braços.

Ao abordá-los, o segurança disse ter percebido que a jovem não tinha pulsação e que estava com as pupilas “viradas”. O segurança perguntou “essa moça está morta, o que houve?” e o rapaz respondeu que a estudante havia bebido muito.

Durante o intervalo em que conversava com o rapaz, o colega de Thiago teria dito “bebida mata”.

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O segurança destacou que Thiago aparentava estar nervoso e apreensivo. O chefe de turma do dia que levou o suspeito e a jovem para uma unidade hospitalar.

Suspeito alega que vítima sofreu queda

Thiago Mayson teve a prisão decretada suspeito de ter matado a estudante de jornalismo na UFPI. — Foto: Reprodução Rede Social

Thiago Mayson da Silva Barbosa relatou à Polícia Civil que participava de uma calourada na UFPI quando, por volta de 2h da manhã de sábado (28), encontrou Janaína. Segundo ele, os dois já haviam “ficado” antes.

Após conversar com ela, Thiago disse que os dois “ficaram” próximo a um dos corredores do setor de matemática da instituição e, depois, resolveram seguir para uma sala de estudo. Ele alegou possuir a chave da sala, pois, “esporadicamente” madrugava no lugar.

Thiago afirmou que a jovem aceitou o convite e os dois mantiveram relação sexual consentida. Na primeira vez, Janaína dormiu e acordou uma hora depois. Thiago aproveitou e também cochilou. Quando acordou, ouviu o telefone de Janaína tocando. Segundo ele, a vítima atendeu o telefone e falou brevemente com uma amiga. Durante outro ato sexual, o suspeito diz ter sentido que a estudante desmaiou e que acredita que nessa hora ela tenha batido a cabeça no chão. Ele achou que Janaína tivesse dormido e deitou ao lado dela. Thiago acordou e afirmou que Janaína estava suja de sangue em suas partes íntimas e que seu corpo estava frio.

O suspeito alegou que um amigo lhe enviou mensagem perguntando onde estava. Thiago disse que relatou o que aconteceu e o amigo sugeriu que Janaína fosse levada para o hospital. O amigo do suspeito teria ido até a sala. Logo que saiu do local com Janaína nos braços, Thiago e o amigo se depararam com os seguranças da UFPI.

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A estudante foi levada para o Hospital do bairro Primavera. A equipe médica teria feito massagem cardíaca, mas Janaína já estava morta.

Outros depoimentos

A amiga de Janaína, Rainara Silva, prestou depoimento ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) nessa segunda (30). Ela afirmou que ela chegou primeiro na festa e Janaína da Silva foi depois. Ao g1, ela não preferiu não falar sobre o que aconteceu no dia em que a amiga foi morta. Rainara relatou à Polícia Civil que saiu da festa por volta das 6h da manhã, esperando ter contato com a amiga. Afirmou ainda não saber se dentro da Universidade tem câmeras de segurança interna.

Pai de Janaína ficou sabendo por amiga da filha

O pai da estudante, o mecânico Adão Bezerra Nascimento, soube que algo de errado havia ocorrido com a filha por meio de uma amiga da jovem. Somente ao chegar ao Hospital da Primavera, Zona Norte de Teresina, descobriu que ela estava morta.

“A coleguinha convidou ela [Janaína] pra sair e, na hora do baile, veio embora e deixou ela. Eu me senti muito mal, fui pro hospital, pensava que a menina tinha desmaiado, sofrido um acidente. Quando cheguei, a menina já tava era morta. Estava bem machucada, cheia de hematormas. Ainda tô abalado. Quero justiça. E vai ser feita, com fé em Deus”, disse o pai.

O que diz a polícia

De acordo com o delegado Francisco Costa, o “Barêtta”, coordenador do DHPP, a jovem foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI. Acontecia uma festa em um espaço próximo no momento.

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Na sala, foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos.

Delegado Francisco Costa, o Barêtta, coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHHP), em Teresina, Piauí — Foto: Lucas Marreiros/g1

Ainda segundo o delegado, um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal de Teresina (IML) confirmou violência sexual contra a jovem. Ela teria sido estuprada e tido o pescoço quebrado.

O IML emitiu uma declaração de óbito em que aponta que a causa da morte de Janaína foi trauma raquimedular por ação contundente, uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, que provocou lesão da medula espinhal e morte. Ou, seja, teve o pescoço quebrado.

O órgão reforçou que a ação contundente pode ter sido causada “por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso”.

Fonte: g1 PI

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