Gambiarras e má qualidade da energia causa transtorno aos consumidores em Curral Novo; veja imagens

Além da falta de água, moradores da cidade de Curral Novo do Piauí, situada a 459 de Teresina, estão sendo obrigados conviver com outro sério problema, a má qualidade da energia elétrica, que tem causado prejuízos e transtornos à população.

Na cidade, onde residem mais de 2 mil pessoas, existe apenas um transformador, o que, segundo relatos dos moradores, é insuficiente para atender a demanda. As consequências disso são a baixa voltagem e as frequentes quedas de energia.

Além disso, outro problema grave e que oferece riscos à população, são as gambiarras, que estão espalhadas por todo o redor da cidade. Ruas com toda infraestrutura de calçamento, onde estão construídas casas e comércios, ainda utilizam postes de madeira para levar energia.

Um dos exemplos é a Rua 7 de Setembro, onde estão situados, dentre outros, uma farmácia e um mercadinho, de propriedade do senhor Salomão Lopes. Mesmo a energia chegando até o comércio através de gambiarras, utilizando postes de madeira, o relógio medidor do consumo de energia foi instalado pela própria Eletrobras. O comerciante relata que já teve prejuízos. “Já perdi um freezer cheio de picolés, um prejuízo de quase mil reais. Já perdi carnes, frangos e outras mercadorias de conserva, e até mesmo aparelhos que já queimaram”, disse.

A situação se agrava no turno da tarde, quando alguns aparelhos deixam de funcionar. O comerciante relata que já fez reclamações, mas nenhuma melhoria foi feita, enquanto isso, a conta de energia chega ao estabelecimento comercial mensalmente.

O comerciante Francisco de Assis Coelho de Carvalho, proprietário da Casa São Francisco, tem seu comércio desde o ano de 2009, e relata que sempre teve problema com energia. Assim como em outros estabelecimentos, a ligação da rede foi feita por ele mesmo, utilizando postes de madeira. Ele relata que, por conta disso, não utiliza ar condicionado e a geladeira da residência só funciona até o meio dia.

Segundo conta, o problema da energia já se tornou caso de polícia. Os caminhões de fornecedores tem dificuldade para transitar pelas ruas e estacionar em frente aos comércios para descarregar. “Muitas vezes cortam os fios, derrubam os postes, e os moradores reclamam. Já teve incêndio. Já denunciaram até na polícia”, disse.

“Eu conheço gente que comprou um terreno e construiu uma casinha, mas não tem condições de colocar energia. Eu sou testemunha disso. É triste você morar na cidade e não ter energia, viver no escuro. […]Já fazem anos que a gente sofre com esse problema e a Eletrobras não faz nada”, disse Francisco.

Em alguns pontos, o risco é ainda maior. Os postes de madeira, danificados com o tempo, estão quase caindo, os fios se enrolam, as redes baixam ficam ao alcance das pessoas. Segundo moradores, quando chove ou venta forte, é comum casos de incêndio na rede.

Apenas em uma parte da cidade existem postes de cimento e iluminação pública regular, mesmo assim a Eletrobras, empresa responsável pelo serviço, cobra mensalmente da Prefeitura Municipal um valor que varia entre 1.800 e 2.500 reais pela COSIP – Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública.

O prefeito Leônidas Lopes visitou algumas ruas onde existe gambiarra. “Onde tem postes de cimento e a rede feita pela Eletrobas, a energia é ruim, e onde existem gambiarras, só tem dado prejuízo à população. Tem comerciante deixando de vender certas mercadorias por causa da energia. Várias pessoas já perderam aparelhos”, disse.

“A Eletrobras é uma empresa arrecadadora, que todos os meses recebe dinheiro da Prefeitura e de nós consumidores. Deveria investir na qualidade dos serviços, tem mais responsabilidade, zelar mais pelos consumidores. A população tá pagando caro pela péssima energia. O povo tá deixando de viver melhor, com mais conforto por causa da energia”, disse Leônidas. O gestor informou que já procurou a Eletrobras por várias vezes cobrando a resolução do problema e garantiu que vai procurar novamente.

Equipes da empresa já visitaram a cidade por algumas vezes fazendo um levantamento para ampliar a rede, mas nenhuma melhoria foi implantada.