POLÍCIA
MP entra com ação para tornar ilegal movimento de paralisação dos PMs
Published
9 anos agoon
O Ministério Público do Piauí entrou nessa sexta-feira (4) com uma ação judicial pedindo a ilegalidade do movimento ‘Polícia Legal’, deflagrado pelos policiais militares e bombeiros para cobrarem melhorias salariais e promoções. O promotor-geral da justiça, Cleandro Moura, afirmou que a decisão teve como base a paralisação dos serviços prestados à população pela categoria.
Segundo Cleandro Moura, a ação foi proposta após declarações feitas à imprensa pelos líderes do movimento, nas quais afirmaram que os policiais e bombeiros cruzariam os braços a partir do dia 28 de novembro e não executariam o policiamento ostensivo e repressivo, não combateriam incêndios, atendimento pré-hospitalar e outras ocorrências que não atendam a ordem legal.
“Apurou-se ainda que a intenção do movimento paredista, promovido pelas Associações Militares é paralisar as suas atividades em todo o estado. Nesse momento de violência incontrolada e ocorrência de incêndios, é inadmissível autoridades policiais cruzarem os braços, não obstante a vedação legal. Embora necessitem de melhores condições de trabalho, o interesse social se sobrepõe aos interesses individuais e de classe”, declarou.
com ação contra o movimento (Foto:Divulgação/MP)
O promotor-geral explicou ter feito o pedido à justiça com base na Constituição Federal, que proíbe o militar de se organizar em sindicato e de entrar em greve. A ação pede a ilegalidade do movimento e a cessação imediata da paralisação das atividades policiais e do corpo de bombeiros, sob pena de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
![Presidente da Abecs afirma que policiais continuarão com o movimento (Foto: Catarina Costa/G1 PI) Presidente da Abecs afirma que policiais continuarão com o movimento (Foto: Catarina Costa/G1 PI)](http://s2.glbimg.com/CM9v5J0Ai-eRyblwux_aWssENs8=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2015/12/05/agnaldo.jpg)
com o movimento (Foto: Catarina Costa/G1 PI)
Resposta
Procurado pelo G1, o presidente da Associação de Cabos e Soldados (Abecs), Agnaldo Oliveira, avaliou como normal o pedido do Ministério Público Estadual e que o órgão vem cumprindo a sua função de fiscalizar a ilegalidade do movimento, no entanto, com isto contribue para o crescimento do mesmo.
“Estamos cobrando o que é legal, mas se fazer isso não for conveniente e certo, teremos que viver sempre na ilegalidade. O movimento Polícia Legal continua e uma audiência com o governador foi marcada para próxima semana pelo Tribunal de Justiça do Piauí. Agora a questão é política”, declarou.
Agnaldo Oliveira lamentou não ter ainda conseguido revogar o decreto de prisão de 15 líderes do movimento e criticou à postura do governador do Piauí em declarar os atos dos policiais como crime. Na quinta-feira (3), Wellington Dias (PT) revelou ter solicitado a presidente Dilma Rousseff o reforço do Exército e aprovação do envio de mais tropas da Força Nacional ao estado, para enfrentar a paralisação dos policiais.
“O governador ridicularizou a nossa categoria e levou para o lado político o movimento. Ele foi pessoalmente no Tribunal de Justiça pedir que não fosse revogado as prisões dos policiais”, disse.
![Governador Wellington Dias esteve reunido com o comando de segurança do Piauí (Foto: Divulgação/Governo do Piauí) Governador Wellington Dias esteve reunido com o comando de segurança do Piauí (Foto: Divulgação/Governo do Piauí)](http://s2.glbimg.com/WBHw68gH86OCy9Q2C4_NVsPTTQo=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2015/12/03/foto_2.jpg)
Entenda o caso
No dia 28 de novembro, policiais militares e bombeiros do Piauí anunciaram uma paralisação para cobrar a aprovação da Lei de Organização Básica da PM, que prevê melhorias salariais e promoções. Com a deflagração do movimento “Polícia Legal”, os militares impedem que viaturas irregulares saiam dos quartéis.
Em meio a uma crise na segurança pública, a Justiça decretou a prisão de 15 líderes do movimento que parou vários quartéis no estado. O corregedor geral da PM, coronel George Félix Carvalho, afirmou que se a ação persistir serão tomadas medidas ainda mais enérgicas.
G1
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