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Audiência pública discute denúncias de maus-tratos em vaquejadas no Piauí
Published
8 anos agoon
Uma audiência pública na Câmara Municipal de Teresina nesta terça-feira (10) discutiu denúncias de maus-tratos contra os animais durante as vaquejadas no Piauí. Em protesto, os defensores da prática realizaram um ato musical de repúdio à reunião, enquanto as entidades de proteção aos animais vestiam camisetas mostrando para alertar sobre o sofrimento dos bois usados nos eventos.
“Estamos aqui hoje justamente para repudiar a criminalização que fazem da vaquejada, pois nossa associação foi, inclusive, criada no intuito de profissionalizar a prática e isso inclui cuidar bem dos animais. Vamos aproveitar a oportunidade para mostrar que a corrida evoluiu, os equipamentos desenvolvidos não machucam o boi e o cavalo”, comentou Rafael Costa, diretor financeiro da Associação dos Vaqueiros Amadores do Piauí (Avapi).
animal (Foto: Catarina Costa/G1)
Durante a audiência, o empresário Márcio Campos apresentou um acessório criado por ele para proteger o rabo do boi durante a vaquejada. Márcio explica que o “protetor de cauda” é um revestimento de malha que diminui a pressão exercida na traseira do animal quando ele é puxado.
Representantes da Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais (Apipa), foram à Câmara acompanhar a audiência e apoiar a denúncia de maus-tratos mostrando vídeos e fotos de bois machucados durante vaquejadas.
“Não queremos proibir a realização da vaquejada, mas que ela aconteça pensando no bem-estar dos animais nestes eventos e nas doenças que podem adquirir. Queremos também com essa discussão cobrar o estado para o controle da natalidade de bichos, através da cadastração pública”, falou o representante da Apipa.
A audiência foi proposta pela vereadora Teresina Brito (PV), após ela registrar na segunda-feira (9) denúncia no Ministério Público Estadual e na polícia sobre os maus-tratos sofridos pelos animais durante evento no Parque de Exposições de Teresina.
No documento entregue ao MP, Teresa Brito solicitou a interdição da pista de vaquejada, a criação de uma Delegacia Especializada de Maus-Tratos aos Animais, implantação de um canal telefônico para acolher as denúncias e maior fiscalização do órgão nesses eventos.
“Maltratar animal é crime e com esta audiência de hoje queremos proteger estes inocentes que não falam. Solicitei a interdição da pista do parque, porque eu entendo que as pessoas defensoras da vaquejada confundem o vaqueiro, que tem zelo pelo seu animal, com a prática da vaquejada, que resulta em maus-tratos”, disse.
Fonte: G1