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Famílias estão mais dependentes do Bolsa Família, constata IBGE

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As famílias mais pobres estão cada vez mais dependentes do programa Bolsa Família. É o que revelam dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base em pesquisas realizadas de 2004, segundo ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a 2013, o terceiro ano do governo Dilma Rousseff, quando os programas sociais foram aprimorados e estendidos.

O Programa Bolsa Família foi criado pelo Governo Federal em 2003. É um programa de transferência direta de renda, destinado à parcela da população mais vulnerável à fome, com renda per capta ente R$ 70 e R$ 140. Segundo o levantamento o levantamento do IBGE, enquanto em 2013 o trabalho era responsável por 77,2% da renda da população total, nas famílias com renda per capita de até um quarto do salário mínimo o peso dos salários cai para 57%. Na outra ponta, as “outras fontes” (programas sociais, aluguéis, investimentos) representavam apenas 4,5% no rendimento do total da população e chegaram a 37,5% entre os muito pobres.

Em 2004, as “outras fontes” representavam 20,3% do total de rendimentos das famílias de menor renda, ou seja, o peso quase dobrou em nove anos. Muitos dos chefes de família estão desempregados ou deixaram de trabalhar e vivem exclusivamente do repasse do beneficio social. A dependência no programa cria uma situação inversa ao objetivo do programa. A manicure Fátima Amorim, 50 anos, tem dois filhos beneficiados pelo programa, o que representa mais de 60% do seu rendimento. Ela disse que vive numa casa com sete pessoas, mas está separada do marido.

Com dois filhos no programa, Fátima Amorim recebe R$ 154,00, e com o trabalho de manicure consegue em torno de R$ 250,00 por mês. “Esse dinheiro do Bolsa Família é que ajuda. Mas estou preocupada que meu filho vai completar 18 anos e o outro tem 13 e um vai sair do Bolsa Família”, explicou. Ela disse que vai ter de procurar uma outra forma de botar dinheiro em casa. A diarista Isolete Sales, 39 anos, vive praticamente do beneficio do Bolsa Família. Ela tem cinco filhos e está separada. O dinheiro do repasse do programa social é que banca os custos da família.

Isolete ganha uma diária de R$ 60,00 por faxina, mas não é todo dia que tem trabalho. Ela mora no loteamento Mocambinho, na Vila Firmino Filho, zona Norte de Teresina. A situação não é diferente no interior do Estado.  Em Luís Correia, no litoral do Piauí, o artista plástico Fabiano Campos, que mora no local, disse que tem dificuldades para encontrar pessoas para fazer trabalhos como jardinagem e pequenos serviços, como o retelhamento de casas. “Dizem que não querem (fazer o trabalho), que é melhor esperar receber o Bolsa Família, do que estar se arriscando em cima do telhado de uma casa”, lamentou.

 

Diário do Povo

 

 

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