Maria da Penha diz que juízes minimizam penalidades para os agressores

Durante coletiva na manhã de hoje (10), Maria da Penha, conhecida por liderar a luta contra a violência doméstica no Brasil, disse que os juízes minimizam as penalidades contra os agressores. Ela está em Teresina para o lançamento de seu livro “Sobrevivi, posso contar” e afirmou que a lei com o seu nome ainda é muito questionada.

Fotos: Assis Fernandes/ODIA

Durante sua luta, Maria da Penha disse ter percebido que nem todas as pessoas estão ao seu lado apoiam sua causa. “Tem juízes que dizem que minha lei é maravilhosa, mas minimizam a pena de um agressor ou, quando saem da minha presença, dizem que há exageros na lei. O fato é que tem pessoas que me amam e outras que me odeiam e essas que me odeiam geralmente são os agressores”, diz Maria da Penha.

A farmacêutica, que sofreu duas tentativas de homicídio de seu ex-marido e chegou a ficar paraplégica depois de tantas agressões físicas, conta ainda que o único momento em que teve vontade de desistir da luta foi quando seu agressor foi julgado, condenado e saiu do fórum em liberdade por conta dos recursos pedidos por sua defesa. Maria da Penha afirma que foi o movimento de mulheres que a fortaleceu. “Até hoje, muitas mulheres desistem. E o agressor fica impune”, destaca a militante.

Ela acredita que o Estado brasileiro ainda é muito machista, pois não desenvolve as políticas públicas a favor da mulher. Ela ressalta que em muitos municípios de médio e pequeno porte, os gestores sequer lembram que é necessário desenvolver medidas de proteção às mulheres. “A sociedade precisa ser educada para escolher seus representantes, porque alguns dos que temos hoje são vergonhosos”, completa.

Sobre o Piauí, Maria da Penha disse que tem conhecimento do trabalho da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres e destacou a atuação da delegada Vilma Alves como um personagem importante na luta contra os agressores.

 

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