O município de Santana do Piauí, localizado na região de Picos, está agonizando por conta da suspensão dos recursos destinados à Operação Carros Pipa, no semiárido piauiense. O prefeito Ricardo José Gonçalves disse que foi surpreendido pela informação da Defesa Civil do Estado do Piauí sobre a suspensão do programa. “isso nos preocupa muito, pois julho, agosto e setembro são os meses do nosso verão onde a escassez de água vai aumentar e havendo a suspensão estamos indo na contramão do programa”, falou o prefeito Ricardo.
Como paliativo, o prefeito está utilizando um carro-pipa que recebeu do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), mas afirma que é insuficiente por conta da grande quantidade de famílias necessitadas. Diante do fato, faz um apelo as autoridades para que se sensibilizem, usem estratégias, que retorne a distribuição de água, atendam aos municípios que nesse momento estão pedindo socorro e tanto sofrem com a seca que assola a região.
Além das dificuldades citadas pelo prefeito Ricardo, o município também enfrenta sério arrocho financeiro. “Não estou conseguindo fazer funcionar a contento os programas federais, desde os sociais até as políticas públicas; estão inviabilizados justamente pela escassez de dinheiro. Por outro lado vem à questão da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma lei dura, está aí para ser cumprida”, explica. Acrescenta, ainda, que “isso tem nos causado grandes transtornos, porque como nosso município é coeficiente 0.6, não tem receita própria, vive exclusivamente de repasses federais utilizados em sua maioria nos gastos com pessoal, principalmente a folha vinculada a saúde, educação e assistência social. Só para ter uma idéia das dificuldades para administrar o município, sacrificamos mais de 80% dos recursos do Fundeb para pagar os funcionários”, enfatizou.
Finalizando, Ricardo José disse que mesmo com todas as necessidades citadas, continua trabalhando, buscando saídas e alternativas junto aos governos estadual e federal. “Nosso clamor nesse momento é restabelecer os carros pipa e também pedir que sejam pautadas as reivindicações dos prefeitos por ocasião da Marcha realizada em maio, em Brasília, que são o aumento em 2% do FPM e a pauta urgente para julgamento do STF dos royalties que a gente tanto espera”, completou.
Fonte:APPM
