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Coleção desenvolvida por Marcelo Rosenbaum no interior de Jaicós inspira livro e filme
Published
8 anos agoon
Tudo começa com a imersão de uma equipe de designers, sob a coordenação de Marcelo Rosenbaum, no cotidiano de determinada comunidade de artesãos. “Nos hospedamos com eles para, a partir do contato com as belezas de cada local, não só gerar uma coleção de produtos, mas um círculo virtuoso que leve estímulo e autorreconhecimento a todos”, conta Rosenbaum, que acaba de retornar de sua última expedição com duas surpresas na bagagem: o livro e o documentário Várzea Queimada, Espírito, Matéria e Inspiração, que registram a experiência vivida em Jaiacós, no Piauí. O momento assinala também o lançamento do Instituto A Gente Transforma. Outro dos assuntos que ele aborda nesta entrevista exclusiva ao Casa.
Esta é a quarta edição do A Gente Transforma. O que a convivência com comunidades tão diversas como a do Parque Santo Antônio, em São Paulo, de Iauanauá, no Acre, e, agora, pela segunda vez, Várzea Queimada, no Piauí, trouxe para a sua visão do design?
Vejo beleza em todos os cantos do Brasil. Mas, mais do que isso, vejo riqueza, potencial. Acredito que nosso País guarda saberes e expressões que uma vez encaixados podem gerar real abundância. Nesse sentido, vejo minha atividade como uma espécie de desígnio. Me sinto articulador de um propósito. E o design, como uma ferramenta para um mundo novo.
![Divulgação O designer Marcelo Rosenbaum em atividade na comunidade de Várzea Queimada](http://img.estadao.com.br/thumbs/640/resources/jpg/8/8/1467397252588.jpg)
![Divulgação Livro alusivo à expedição à comunidade de Varzea Queimada, no Piauí](http://img.estadao.com.br/thumbs/640/resources/jpg/9/1/1467397252919.jpg)
O que mais despertou sua atenção na comunidade de Várzea Queimada?
Várzea Queimada é um típico povoado do sertão. Por lá existem exímios artesãos, que criam cestos, esteiras e objetos com palha de carnaúba e transformam borracha de pneu de caminhão em chinelos. O manejo sustentável da matéria-prima já fazia parte do cotidiano deles desde seus antepassados, porém, a comunidade não reconhecia o valor de seus saberes. O cesto que inspirou toda nossa coleção, o bogoió, confeccionado para transportar mantimentos, descobrimos na casa da artesã mais idosa da comunidade. Para ela, o cesto não valia nada, para nós, foi a inspiração maior. Propusemos também trocar o chinelo de pneus por joias inspiradas na paisagem e vegetação locais.
Quais os objetivos do recém-criado Instituto A Gente Transforma?
A missão do instituto é gerir o relacionamento com as comunidades, zelar por seus direitos de propriedade, conhecimentos e repartição de benefícios, gerando fluxo econômico e, ao mesmo tempo, garantindo a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial de cada região.
![Divulgação Artesãos de Várzea Queimada trabalahndo sob orientação da equipe do projeto A Gente Transforma](http://img.estadao.com.br/thumbs/640/resources/jpg/4/5/1467397252654.jpg)
Fonte: Uol
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