Sem categoria

Piauí desponta como referência em energia renovável

Published

on

Vários países de diversas partes do mundo têm buscado novas alternativas de geração de energia, aliadas à sustentabilidade e proteção ao meio ambiente.

Neste cenário, o Brasil desponta como um dos principais ascendentes na produção de energia renovável, sendo o Piauí o destaque nacional como o estado mais promissor da área.

“Pra você ter uma ideia, a Hidrelétrica de Belo Monte vai produzir algo em torno de 12 mil megas (megawats-mw) de energia. Nós, com três mil torres para energia eólica, vamos produzir a metade, ou seja, 06 mil megas,sem nenhum conflito, nenhuma morte e sem impacto ambiental, e ainda temos a energia fotovoltaica em curso. Na realidade o Brasil hoje começa a caminhar a passos largos para uma nova solução de geração de energia, e o Piauí é destaque nesse setor”, afirma o secretário estadual de Mineração, Petróleo e Energias Renováveis, Luís Coelho.

Secretário mostra as potencialidades de produção de energia renovável do estado. Foto: Gabriel Torres/CT

 

 

“O Piauí será um grande exportador de energia renovável. […] Na realidade o Brasil hoje começa a caminhar a passos largos para uma nova solução de geração de energia, e o Piauí é destaque nesse setor” secretário Luís Coelho

 

Torres de produção de energia eólica no litoral piauiense. Foto: Gabriel Tôrres/CT

 

Atualmente, a produção total de energia renovável no Piauí alcança cerca de 1.200 MW/mês. “O investimento em infraestrutura e o interesse das empresas que buscam nosso estado nos leva a avaliar que, daqui há três ou quatro anos, seremos o maior produtor de energia eólica da América Latina”, defendeu o secretário.

Destaque

De fato, o Piauí tem sido bastante procurado por empresas interessadas em investir nessa modalidade de geração de energia, empresas que tem ganhado os leilões nacionais e que já trabalham na implantação de fazendas de energia fotovoltaica (solar) e eólica no estado e no país.

Empresa italiana Alba Energia durante audiência sobre energia solar. Foto: Jorge Henrique Bastos

Recentemente o Piauí foi apontado pela rede BBC como o 4º maior produtor de energia eólica do Brasil, superando a meta do estado, que era de ser a 5ª até 2017. O Estado também foi destaque na 9ª Feira Internacional de Energias Renováveis – All About Energy, realizado em junho na cidade de Fortaleza.Conheça a seguir mais detalhes sobre as captações de energia eólica e solar.

Energia Eólica

Em meio à paisagem de céu azul e sol forte, lá estão elas, imponentes, integradas à paisagem. As torres de captação de energia eólica medem 180 metros de altura por 40 a 50 metros totais de suas hélices. Serão ao todo 3 mil unidades espalhadas pelo estado.

Torres se integram à paisagem das cidades. Na foto, torres na cidade de Parnaíba. Foto: Gabriel Torres/CT

 

“Eu digo sempre que essa energia a gente não investe onde a gente quer, mas onde ele [o vento] está. E no nosso estado, os bons ventos nos trazem boas novas”   Luís Coelho.

 

“Podemos observar que envolve praticamente toda a costa. Nesse ponto, na serra do Ibiapaba, pega três municípios: São Miguel do Tapuio, Buriti dos Montes e Assunção do Piauí. Depois podemos ver aqui aquela região de Simões, chamada de Vento do Araripe, então seguimos aqui até a Serra da Mangabeira, na divisa da Bahia com o Piauí. Esse trajeto todo do norte até aqui por essa costa do estado, tem um potencial de captação de 6 mil megas”, explicou Luís Coelho enquanto apontava no mapa, fixado na parede de seu gabinete, os municípios promissores em energia eólica.

Para o secretário, não há dúvidas de que o Piauí será um grande exportador de energia renovável. “Digo isso porque o nosso consumo médio deve ser em torno de 700 mw. Metade daquela região que vimos no mapa vai produzir mais de três mil megas de energia eólica.  Para entendermos melhor, somente 2 megas já abastece uma cidade do porte 0.6 (06 mil habitantes). Uma torre dessas produz 2 megas, ou seja, somente uma dessas já da pra atender seis mil habitantes.

“E o melhor é que as torres não impedem as pessoas de seguirem suas rotinas próximos às elas, não atrapalha em nada as atividades”, completou o secretário.

Torres de produção de energia eólica no litoral piauiense. Foto: Gabriel Tôrres/CT

Do projeto para a prática

Atualmente os municípios de Parnaíba e Ilha Grande já abrigam usinas geradoras. As Centrais Geradoras Eólicas Delta 1 e Pedra do Sal produzem 70 e 18 mw, respectivamente, num total de 88 mw produzidos.

Além destes, já existem projetos construídos e em construção na região dos Ventos do Araripe, nos municípios de Caldeirão Grande, Marcolândia, Curral Novo, Padre Marcos, Simões, Paulistana, Betânia, Queimada Nova, Lagoa do Barro e Dom Inocêncio.

Torres de produção de energia eólica no litoral piauiense. Foto: Gabriel Tôrres/CT

Empresas como a Ômega Energia, Queiroz Galvão Energias Renováveis, Casa dos Ventos, Votorantim Energias Renováveis, Consórcio Contour Global e Atlantic Energias Renováveis, já tem projetos em execução e em fase de pesquisa com inicío previsto para os anos de 2016 a 2019.

Energia Solar

 

“O Piauí ganha da Alemanha, país precursor da captação de energia solar no mundo todo. O pior lugar do Piauí para captar energia solar é 20 vezes melhor do que o melhor lugar da Alemanha”  Luís Coelho

 

As fazendas solares também começam a ser instaladas no Piauí. Em setembro e novembro empresas interessas ganharam os leilões e vão trabalhar com um modelo instituido pelo governo federal, através da agencia nacional de energia elétrica – ANEEL. Municípios como Picos, Baixa Grande do Ribeiro, Ribeiro Gonçalves, Eliseu Martins, São João do Piauí, Nova Santa Rita e Ribeira do Piauí possuem grande potencial de atratividade de energia solar.

Placa de captação de energia fotovoltaica (energia solar). Foto: Greenpeace

Em São João do Piauí e Ribeira do Piauí, por exemplo, a empresa Green Power já trabalha na região. Estações experimentais foram instaladas, onde um equipamento realiza as medições da exposição solar e potencialidade eólica. “Isso já é uma prova real dos projetos, e no ultimo leilão empresas interessadas em nosso município venceram com 07 projetos, onde cada unidade, cada usina, vai produzir 30 megawats”, explicou o prefeito de São João do Piauí, Gil Carlos. “Estes 07 projetos já estao em instalação, inclusive, e dando um total, nessa fase inicial, de 210 megawats”, completou.

Estação experimenral energia fotovoltaica (energia solar) e eólica em São João do Piauí. Foto: Gabriel Tôrres/CT

Além da Barragem Boa Esperança

Outros projetos apresentados por 04 grandes empresas da área podem produzir cerca de 1.600 megawatts. “Pra você ter uma ideia, podemos fazer referência à barragem de Boa Esperança, que é uma grande obra, uma das mais importantes do Piauí para o desenvolvimento do estado, e que gera 256 megawatts em sua carga de produção máxima. Então estamos falando de um projeto que chega a 05 ou mais ‘Boa Esperanças’ no que diz respeito à produção de energia”, disse o prefeito.

 

“São João do Piauí é, portanto, um dos municípios do país hoje que tem o maior volume de projetos de energia solar. Já somos a capital da uva, e poderemos vir a nos tornar também a capital da energia solar”  Gil Carlos

 

Prefeito acredita no desenvolvimento do município com a geração de energia solar. Foto: Gabriel Tôrres/CT

O secretário Luís Coelho explica porque aquela região é de grande atratividade para esses investimentos. “Todas as empresas que fazem pesquisa naquela região ficam interessadas em investir lá por diversos fatores, mas, principalmente, porque lá tem uma subestação muito grande, tem as linhas de transmissões que passam por lá, a região se tornou de grande importância para o investidor de energia limpa”.

Subestação em São João do Piauí. Foto: Gabriel Tôrres/CT

Unidades fotovoltaicas

Entre Ribeira e São João do Piauí serão implantadas as usinas de energia solar Nova Olinda (1 a 7), pelo consórcio Enel Green Power Brasil e Alba Energia. As usinas Sertão I e Sobral I, do grupo Gransolar tem previsão de instalação finalizada até 2017. Todas vão gerar um total de 270 mw. Renobrax/Renobras Energia Solar, Centrais Eólicas Brite e Bartolomeu LTDAs, Bondia e Fotowatio são algumas das empresas que também apresentaram projeto de captação de energia solar para o Piauí.

Desenvolvimento

As instalações das usinas de energia solar deverá mudar a realidade da economia local. “Assim como o projeto da Marrecas eleva em seis vezes a geração de riqueza em nosso município, mudando de forma significativa a renda per capita do sanjoanense, a energia solar também deverá trazer muitos dividendos para nossa região”, defendeu o prefeito de São João do Piauí.

Para garantir que o piauiense seja beneficiado com as novas vagas de emprego da área, o governo estadual está investindo em capacitação e qualificação de mão de obra. “Acreditamos que vá gerar emprego e renda, e a Secretaria de Educação está trabalhando no sentido da qualificação. Qual mão de obra qualificada vai ficar no estado?”, destacou. ”

Também é uma preocupação nossa em fazer com que as instituições de ensino do nosso estado, universidades estadual e federal, escolas técnicas, acompanhe essas novidades e acrescente à sua grade curricular cursos nessa área para que o piauiense possa ocupar esses postos de trabalho. É uma preocupação nossa, já conversamos com os empresários e há um entendimento para que eles valorizem a mão de obra nossa, local”, completou Luís Coelho.

Secretário Luis Coelho. Foto: Gabriel Tôrres/CT

 

“O Piauí é a bola da vez na área de energia renovável. Temos sol, temos potencial. Mas o que é que vai dar o diferencial aqui? O que vai dar o diferencial são as linhas de transmissões e as subestações. Porque você tem que produzir e armazenar pra depois distribuir pelas linhas de transmissão”  Luís Coelho

 

As subestações e as linhas de transmissão são importantes para a distribuição da energia tanto eólica quanto solar, porque armazenam e distribuem para a rede e para o sistema de integração nacional. Conheça em nossa próxima matéria o que tem sido realizado no Piauí em termos de expansão de linhas de transmissão.

 

Capital Teresina

MAIS ACESSADAS

Sair da versão mobile