PANORAMA: Fragilidade de aliados na Câmara incomoda cúpula governista

Missão árdua
Comenta-se nos corredores da Assembleia Legislativa do Piauí que um certo deputado picoense está negociando uma dobradinha com o deputado federal Assis Carvalho (PT) para as eleições do ano que vem. Dizem que a conversa está em estágio bem avançado, porém, uma das condições impostas pelo parlamentar picoense ao petista não é uma tarefa tão fácil: para o acordo ser selado, Carvalho terá que melar a candidatura de uma importante figura do PT picoense que almeja disputar umas das trinta cadeiras da Alepi. E agora?

Haja ansiedade
Atendendo a um pedido da defesa, o juiz da 62ª Zona Eleitoral, José Airton Medeiros de Sousa, adiou a audiência de instrução e julgamento do processo que pede a cassação dos mandatos do prefeito de Picos, Padre José Walmir de Lima (PT), e do vice, Edilson Alves de Carvalho (PTB), que estava prevista para acontecer na terça-feira (28). O período que antecedeu a decisão do magistrado deixou atônitos simpatizantes de ambos os lados. Dizem que em algumas farmácias da cidade acabou o estoque de Imosec – medicamento destinado ao tratamento de sintomas como diarreia.

Cadê a zaga?
O vice-prefeito de Picos, Edilson Carvalho (PTB), fez uma reclamação a um vereador da base governista. É que no ponto de vista de Carvalho, a defesa da administração municipal não está sendo feita a contento pela base governista na Câmara Municipal. Pelo que disse o vice-prefeito, os vereadores que defendem o Palácio Coelho Rodrigues estão iguais à zaga da seleção brasileira na partida contra a Alemanha na copa de 2014. O placar o amigo leitor ainda deve se lembrar.

De barriga vazia e de saco cheio
Após Edilson Carvalho manifestar descontentamento com os aliados, a cúpula governista se reuniu em um almoço que, segundo uma fonte deste colunista, teria o objetivo de afinar o discurso da situação. Mas há quem garanta que o principal motivo da reunião foi puxar as orelhas dos defensores da administração que ocupam as cadeiras do legislativo picoense. Pelo visto, o cardápio foi indigesto e não houve sobremesa.

Nem tão bom assim
Apesar de cantar “que tá bom, tá, e vai ficar melhor” durante a última campanha eleitoral, parece que as coisas não andam tão boas assim para o prefeito Walmir Lima. Desde o início do ano, o petista vem enfrentando uma série de denúncias contra sua administração. O curioso é que agora o movimento contrário à gestão é quem canta em alto e bom tom: “que tá bom, tá, e vai ficar melhor”. A pergunta que fica é a seguinte: na política, será que a ordem dos fatores altera o produto?

No mesmo barco
Os vereadores da bancada de oposição à administração do prefeito Walmir Lima (PT) estão se reunindo constantemente. A ideia, segundo o líder oposicionista Renato Ibiapino (PRP), é socializar as demandas a serem pautadas pelo bloco na casa. E a partir de agora, segundo ele, a música é “todos no mesmo barco remando juntos na mesma direção”.

Corda no pescoço
O presidente de uma certa Câmara Municipal da região de Picos não lê a mesma cartilha do executivo local e agora vai ter que se virar nos 30. Lá a intenção da atual gestão municipal é não repassar um centavo a mais do que a lei exige para o legislativo. O motivo é simples: tudo para que a temporada do parlamentar à frente da Casa seja como a música da cantora Beth Carvalho: “com corda no pescoço”.

No varejo
Na macrorregião de Picos é comum que políticos influentes juntem lideranças de menor expressão para apoiar candidatos a deputado estadual e federal. Mas é bom que os poderosos comecem a ficar atentos. É que algumas dessas lideranças estão prometendo mudanças nas próximas eleições, pois não estão dispostos a entrar em negociações no atacado. Agora a exigência é no varejo.

Deu o recado
Ao que tudo indica, o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Picos, Filomeno Portela (PSD), ainda não está bem a vontade na atual gestão. Portela disse que já comunicou ao gestor que só permanecerá à frete da pasta se tiver condições de desenvolver um bom trabalho. Segundo pessoas ligadas ao secretário, ele possui um perfil pragmático e isso não agrada aos mais próximos do chefe do poder executivo.

Excluídos
A cúpula do PTB picoense garante que imbróglio registrado no início do ano dentro da legenda já foi superado, mas parece que ainda há alguns resquícios de descontentamento. Pelas ruas, é comum se deparar com petebistas menos influentes reclamando que não foram contemplados na cota do partido.

Fonte: A Coluna Panorama é assinada pelo jornalista Assis Santos, formado em Rádio e TV pelo Instituto ComRadio do Brasil e Coordenador do Departamento de Jornalismo do Sistema de Comunicação de Picos – SCP.