Picos
Wilson renuncia ao mandato e deixa um elenco de obras inacabadas em Picos; veja quais
Seguindo o caminho natural tomado pela maioria dos antecessores, Wilson Martins (PSB) renunciou ao mandato de governador na manhã da última sexta-feira, 4 de abril, e deve disputar uma cadeira no Senado Federal. Para Picos, ele deixou uma herança pouco positiva: um elenco de obras inacabadas, muitas delas com prazo de conclusão vencido há mais de um ano.
Durante os quatro anos em que esteve à frente do Palácio de Karnak, o ex-governador Wilson Martins (PSB) conseguiu concluir poucas obras em Picos, a maioria delas ficou pela metade, causando descontentamento da população.
Dentre as poucas obras concluídas pelo ex-governador Wilson Martins em Picos e que foram inauguradas por ele, estão o quartel do 4º BPM, Hemocentro, reforma do Premen e a ponte Mestre Raimundo Duarte, esta iniciada ainda na gestão do antecessor Wellington Dias (PT).
A maioria das obras iniciadas no governo de Wilson Martins, em Picos, ficou inacabada. Dentre elas está o novo campus da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), localizado no bairro Altamira. O ex-governador ainda ensaiou a inauguração do prédio em construção, mas recuou diante da possibilidade de enfrentar protestos da comunidade acadêmica.
Terceiro bloco da Uespi
Durante visita a Picos no dia 2 de agosto de 2013, o então governador Wilson Martins (PSB) assinou várias ordens de serviço. Uma delas autorizava a construção de um elevado rodoviário na avenida Deputado Sá Urtiga/avenida Brasil (BR-316), na interseção com a avenida Getúlio Vargas.
O viaduto prometido por Wilson Martins teria extensão de 270 metros e seriam investidos recursos da ordem de R$ 9.184.742,18. O prazo de execução dos serviços era de 240 dias, porém, oito meses depois a obra efetivamente ainda não começou. Nem mesmo a demolição de uma passarela existente nas proximidades e anunciada para 25 de novembro do ano passado ocorreu.
Local onde será construido o viaduto
Ordens de serviço
Ainda em 2 de agosto de 2013, Wilson Martins assinou ordem de serviço para a construção do alargamento de duas pontes sobre o Rio Guaribas. A passagem I, com extensão de 77 metros, e a passagem II, com extensão de 109,6 metros. O custo orçado da obra é de R$ 15.503.245,07 e prazo de execução dos serviços de 360 dias.
Alargamento da primeira passagem sobre o Rio Guaribas
Alargamento da II Passagem sobre o Rio Guaribas
Oito meses após a assinatura da ordem de serviço, a obra se arrasta e não tem prazo de conclusão. Uma das passagens, inclusive, ainda está na fase inicial dos trabalhos enquanto a outra se encontra bastante atrasada e andando a passos lentos.
No tocante as obras de mobilidade urbana autorizadas pelo então governador Wilson Martins para Picos ainda não foram concluídas. A pavimentação asfáltica em diversas ruas dos bairros Junco, Parque de Exposição, Pedrinhas, São José, Morada Nova, Paroquial e Aerolândia, sequer foi iniciada. O custo estimado da obra é de R$ 5.427.610, 29, mas apenas algumas vias do centro e do bairro Canto da Várzea já receberam o benefício.
Também ainda não foi concluída a pavimentação asfáltica, em tratamento superficial duplo (TSD), da avenida José de Moura Monteiro (Beira Rio) com uma área de 20.566,58 metros quadrados, ligando a BR-316 ao bairro Passagem das Pedras. O custo estimado da obra é de R$ 1.746.442,00 e o prazo de conclusão era de 120 dias.
Avenida José de Moura Monteiro ainda não foi concluída
Está atrasada também a pavimentação asfáltica da rodovia de ligação de Picos ao povoado Gameleira dos Rodrigues, com extensão de 12,34 quilômetros e investimentos da ordem de R$ 3.599,870,74. O prazo de execução dos serviços era de 240 dias, mas a obra está longe de ser concluída. Nem mesmo uma ponte ligando ao bairro Emaús foi terminada.
Asfaltamento da estrada ligando ao povoado Gameleira dos Rodrigues não tem previsão de ser concluído
O ex-governador Wilson Martins também não conseguiu concluir a tempo a restauração do pavimento com microrrevestimento do subtrecho Picos ao povoado Torrões, com implantação de pavimentação asfáltica (TSD). E no subtrecho Torrões/povoado Tabatinga, na rodovia PI-236, com extensão total de 19 quilômetros. O valor orçado é de R$ 3.489.937,66 e prazo de execução da obra de 240 dias .
Outra ordem de serviço assinada pelo então governador Wilson Martins e que não foi concluída dentro do prazo foi à pavimentação asfáltica de diversas ruas dos bairros Passagem das Pedras, Boa Sorte e Boa Vista, com extensão de 3,16 quilômetros. Os investimentos são da ordem de R$ 1.444.800,40 e a obra deveria ter sido concluída em 150 dias.
Mercado do Produtor
A construção dos blocos de cereais e carnes do Mercado do Produtor também está bastante atrasada. O convênio entre a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) e a Prefeitura de Picos foi celebrado em junho de 2012. A obra deveria ter sido concluída no prazo de 180 dias, mas, passados quase dois anos, ainda está longe de terminar. O serviço está orçado em R$ 4.008.348,89.
A reforma de sete escolas da rede estadual de ensino em Picos também se encontra atrasada. Iniciadas no meio do ano passado, as obras de reforma e ampliação dos prédios nunca foram concluídas, embora os prazos girassem em torno de 150 a 210 dias.
Reforma do Colégio Urbano Eulálio
Wilson Martins deixou o governo e também não concluiu a reforma e ampliação do Hospital Regional Justino Luz, em Picos. A obra se destina a implantação de UTI/UCI Neonatal, ampliação da UTI adulto e das enfermarias. O serviço está orçado em R$ 1.950,884,01.
Reforma do Hospital Regional Justino Luz
A população local ainda espera também a retomada da construção do novo hospital de Picos, que foi orçado inicialmente em R$ 30.850.175,06. Anunciada como a saída para a melhoria no atendimento à saúde no município, a obra está parada faz mais de dois anos e passou agora por uma nova licitação com valor previsto de 100 milhões de reais.
Por fim, durante a gestão de Wilson Martins, foi abandonada a obra de construção da sede própria do Corpo de Bombeiros, localizada na estrada que liga Picos a Santana do Piauí.
Fonte: GP1 – José Maria Barros