POLÍCIA

Delegada anuncia criação de novos órgãos para combater feminicídio

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Novos órgãos para combater o feminicídio no Piauí devem ser criados ainda este ano pelo governo do estado. A medida foi anunciada pela subsecretária da Secretaria da Segurança Pública, delegada Eugênia Vila, durante audiência pública nessa quarta-feira (3) na Câmara Municipal de Teresina.

Segundo ela, a população passará a contar com a Delegacia de Feminicídio, Central de Gênero (que funcionará na Central de Flagrantes de Teresina), uma nova Delegacia da Mulher na Zona Sul da capital e outra para investigar crimes cometidos pela internet com base nas relações de gênero, que conforme a delegada, será a primeira no país.

“O estado vem avançando com medidas para combater a violência contra a mulher, especialmente após a criação do Núcleo do Feminicídio. No entanto, precisamos de mais políticas públicas voltadas para a mulher e para reforçar o enfrentamento a esses casos”, destacou.

Delegada Eugênia Villa apresentou dados durante
a audiência (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Somente no ano passado, 63 mulheres foram assassinadas, sendo 22 em Teresina e 41 no interior do estado. No mesmo ano, a polícia contabilizou 2.003 casos de ameaça, 1.635 registros de injúria e 664 ocorrências de lesão corporal.

Este ano, nos meses de janeiro e fevereiro foi registrado um assassinado na capital e seis nas demais cidades. Somente na primeira semana de março, três mulheres foram mortas.

Além de contabilizar os casos, o Núcleo do Feminicídio traça o perfil das vítimas e alerta sobre como prevenir este tipo de crime.

“Nós temos leis de proteção à mulher, no entanto, é preciso uma legislação específica que atenda esse público em cada cidade. No caso do feminicídio, são inúmeras vertentes, mas nós queremos prevenir e isso perpassa por outras políticas públicas de segurança, saúde e educação. Devemos pensar também na autonomia da mulher e não apenas trabalhar no enfrentamento ou quando ela é assassinada”, avaliou a delegada Eugênia Vila.

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A vereadora Rosário Bezerra (PT), que propôs a audiência pública junto com o vereador Gilberto Paixão (PT) e é autora do projeto Lei da Maria da Penha nas escolas, comentou os dados divulgados pela subsecretária. Ela destacou que fez uma cobrança para que o poder executivo mantivesse as delegacias abertas 24 horas e a capacitação das pessoas que trabalham nos distritos para receber essas vítimas.

“Não podemos admitir mulheres serem mortas por serem mulheres. Infelizmente, mesmo com a Lei Maria da Penha, os crimes têm aumentado e os homens continuam matando as mulheres. Também vamos pedir mais casas abrigo para as vítimas, porque se não houver intervenção elas continuarão sendo ameaçadas e até mortas”, comentou.

A audiência pública contou com a participação de representantes de diferentes órgãos e entidades. Entre as presentes está a promotora  Amparo Paes, Nailma Freitas, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PI, e a superintendente relações sociais do governo, Sônia Terra, além da senadora Regina Sousa.

 

 

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G1

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