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Laboratórios correm para produzir vacina contra zika
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou nesta sexta-feira que testes clínicos em grande escala de vacinas contra o vírus zika não serão possíveis em menos de um ano e meio. A organização informou que identificou pelo menos 15 empresas que trabalham na busca por vacinas e que duas delas estariam em estado mais avançado: uma dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e outro produto (com vírus) inativo da empresa Bharat Biotech, na Índia.
Ontem, o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Castro, estimou até um tempo menor estabelecido pela OMS para realizar testes com uma vacina a ser desenvolvida em parceria entre o Instituto Evandro Chagas e a Universidade do Texas. Segundo Castro, os testes poderão começar em um ano e o governo brasileiro investirá US$ 1,9 milhão.
— Apesar deste cenário encorajador, não irão ocorrer testes (clínicos) em grande escala de vacinas em menos de 18 meses — declarou à imprensa a vice-diretora da OMS encarregada do departamento de Sistemas de Saúde e Inovação, Marie-Paule Kieny.
RELAÇÃO CAUSAL GANHA FORÇA
A OMS acredita que o vínculo entre o vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, e o aumento do número de casos de bebês com microcefalia e de adultos com síndrome de Guillain-Barré é cada vez mais provável. Segundo Marie-Paule Kieny, a comprovação da relação causal entre as doenças e o zika deve ser comprovada em algumas semanas.
— Nós temos algumas semanas para termos certeza de demonstrar a casualidade, mas a ligação entre Zika e Guillain-Barré é altamente provável — disse a vice-diretora da OMS.
No início de fevereiro, a epidemia foi classificada como emergência mundial, decisão que abriu caminho para medidas internacionais mais rápidas e projetos de investigação sobre a doença.