Reportagem da revista
Isto É que será publicada neste sábado aponta que, em delação premiada na
Operação Lava Jato, o presidente da
Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva teria recebido propina da empreiteira em dinheiro vivo.
Segundo a publicação, os repasses teriam ocorrido quando Lula não era mais presidente, com maior fluxo entre 2012 e 2013.
“Foram milhões de reais originários do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – o já conhecido departamento de propina da empresa”, diz trecho da matéria.
A revista também afirma que, na delação, Marcelo Odebrecht explica que após sua prisão, em 2015, a empreiteira teria acionado um “esquema interno de emergência” chamado de “Operação Panamá”.
Essa estratégia consistia em promover uma varredura nos computadores, identificar os arquivos mais sensíveis e enviá-los para a filial da empresa no país caribenho. “O objetivo era desaparecer com digitais e quaisquer informações capazes de comprovar transferências de recursos da empreiteira ao ex-presidente Lula”, diz a Isto É.
De acordo com a publicação, Marcelo Odebrecht teria deixado de “resistir a entregar o petista” porque a empreiteira “mudou de planos premida pelo instinto de sobrevivência”.
Segundo o Ministério Público Federal, os operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran foram acusados de oferecer dinheiro em espécie para o sistema de corrupção e lavar mais de R$ 50 milhões para empresas investigadas na Lava Jato.
Outras citações a Lula
Entre as delações de executivos da Odebrecht, Lula é citado ainda por Emílio Odebrecht, Alexandrino Alencar, ex-executivo da empresa, e o diretor de América Larina e Angola, Luiz Antônio Mameri, como informa a Isto É.
A revista diz que nos depoimentos há relatos de trocas de mensagens entre Mameri e Marcelo Odebrecht com referências da participação de Lula para aprovação de projetos da empreiteira no BNDES.
Mameri teria confirmado que as influências de Lula e do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci teriam sido decisivas para a aprovação de projetos sem nenhum tipo de checagem. Além das obras em Angola, Mameri teria citado construções em Cuba.
Fonte: G1