Pela primeira vez, um integrante da base governista admite a possibilidade de mudança no cenário eleitoral do Piauí. O superintendente Luís Coelho, escolhido diretamente por Zé Filho para atuar na Articulação da Gestão Governamental, usou um discurso muito parecido com o que vem sendo utilizado pelos partidos de oposição, especialmente o PT e o PTB.
Em entrevista concedida ao O DIA, Luís Coelhodefendeu que a eleição não é um processo estático. “Daqui para as convenções, tem tanta água para passar debaixo da ponte. E não adianta a gente ter pressa, porque não vai acontecer do jeito que a gente quer. Vai ser o tempo que vai dizer”, disse o superintendente.
Em um cargo de confiança no governo de Zé Filho, Luís Coelho afirma que o futuro ainda é incerto. “Você sabe o que pode acontecer daqui até lá [eleições]? Ninguém sabe. A política é muito dinâmica. Ela ocorre paulatinamente, à medida que os fatos vão acontecendo”, declarou ele.
O superintendente defende, ainda, que não se pode pensar nos fatos de hoje como iguais no futuro. “A política é uma nuvem, que agora está aqui, amanhã está ali e depois em outro lugar”, definiu Luís Coelho.
As declarações são importantes no cenário político atual, visto que Luís Coelho está em um cargo estratégico no governo de Zé Filho. Cabe a ele articular as lideranças, principalmente dos municípios, com as ações do Estado.
Há rumores de que a indicação de Luís Coelho para a Superintendência de Articulação da Gestão Governamental gerou desconforto com o ex-governador Wilson Martins, que teria discordado da escolha imposta por Zé Filho.