Saiba detalhes do esquema criminoso do Bonde dos 40 que movimentou R$ 60 milhões

Um dos núcleos da organização criminosa Bonde dos 40 chegou a movimentar o montante de R$ 60 milhões em bens e valores oriundos da prática de diversos crimes, conforme revelou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Maranhão. A facção criminosa foi alvo da Operação Cela 03, deflagrada nesta segunda-feira (12) no Piauí, Maranhão e Mato Grosso.

Em entrevista à reportagem, os promotores do GAECO, Fernando Berniz e Francisco Fernando, revelaram como funcionava a logística adotada pelos criminosos para arrecadarem dinheiro.

“São peças que integram a engrenagem. Haviam os líderes que emitiam as ordens de dentro dos presídios, outras pessoas forneceram nomes e contas bancárias, que a gente chama de contas passagens porque entra e sai dinheiro, até o dinheiro chegar ao destino, e um dos destinos principais era para o Mato Grosso, para uma empresa de fachada”, começou a explicar o promotor Francisco Fernando.

“A droga fornecida vinha de Mato Grosso até São Luís, tinham pessoas de Timon iam buscar essa droga lá para trazer para a região e depois ocorria a distribuição dessa drogas. Existe uma verdadeira engrenagem criminosa com divisão de tarefas entre as partes, inclusive, houveram famílias inteiras envolvidas, são amigos, vizinhos, que até disponibilizam suas contas para depósitos e saques imediatos para comprar drogas, armas e pagar fornecedores. São relações financeiras bem dinâmicas e que chegaram a movimentar valores de R$ 60 milhões”, acrescentou o promotor do GAECO, Francisco Fernando.

CONFIRA O RESUMO DO ESQUEMA:

1. Líderes do Bonde dos 40 emitiam ordens do Tribunal do Crime, roubos e narcotráfico de dentro dos presídios maranhenses;
2. Faccionados residentes em Teresina cumpriam ordens de roubos, tráfico de drogas e receptação;
3. Líderes da facção no Mato Grosso comandavam a rota do tráfico de drogas do Mato Grosso para São Luís (MA);
4. Membros do Bonde dos 40 em Timon (MA) tranportavam as drogas de São Luís para Timon;
5. Entorpecentes eram distribuídos e vendidos no Piauí e Maranhão;
6. Dinheiro era movimentado através da conta de pessoas usadas como “laranjas” até chegar às empresas de fachada.

QUANTAS PRISÕES E APREENSÕES?

Segundo o promotor Fernando Berniz, foram presos 32 alvos. Desse número, 20 foram presos preventivamente, sendo: 12 em Timon, 3 em Teresina, 3 em São Luís, 2 no Mato Grosso. Mais 8 mandados de prisão contra presidiários. Além de 4 prisões em flagrante, totalizando as 32 prisões.

“Foram apreendidos dinheiro, objetos de valor, quase 40 celulares, 3 veículos, 2 motocicletas e mais 1 motocicleta no estado do Mato Grosso”, detalhou o promotor do GAECO, Fernando Berniz.

O nome da operação faz referência ao fato de que um dos líderes da facção, mesmo preso em uma unidade penitenciária de São Luís, continuava a coordenar ações criminosas.

A operação contou com o apoio dos Gaecos do Piauí e Mato Grosso, além das Polícias Civil e Militar do Maranhão, Mato Grosso e do Piauí. 

Buscas realizadas durante a Operação Cela 03 | FOTO: Divulgação/ GAECO

O nome da operação faz referência ao fato de que um dos líderes da facção, mesmo preso em uma unidade penitenciária de São Luís, continuava a coordenar ações criminosas.

A operação contou com o apoio do GAECO do Piauí, GAECO do Mato Grosso, além das Polícias Civil e Militar do Maranhão, Mato Grosso e do Piauí. 

Fonte: Meio News