Pesquisa sobre a feira livre de Jaicós é apresentada em Congresso Internacional na Bolívia

Do interior do Piauí, para outros estados e até países. Através da pesquisa na área da comunicação, ele vem se destacando, acumulando experiências, enriquecendo seu currículo, e representando suas cidades mundo afora.

Ele é o jornalista Vinícius Coutinho, de 24 anos de idade, nascido em Jaicós, mas da cidade de Patos do Piauí. Vinícius é pós-graduado em Marketing, pesquisador em comunicação e suas interfaces e estudante de Mestrado no Programa de Pós-graduação em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos da Universidade do Estado da Bahia.

Vinícius também é pesquisador Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e através da fundação, esteve em outro país, apresentando uma de suas pesquisas.

O jaicoense participou do XVIII Congresso Ibero-Americano de Comunicação, realizado na Universidad NUR, em Santa Cruz de la Sierra da Bolívia, entre os dias 25 e 28 de outubro.

No evento, ele apresentou um artigo sobre a feira livre de Jaicós. O congresso reuniu pesquisadores e professores de diversos países e teve sua temática central voltada à relação entre a Comunicação e o Poder Político.

Segundo Vinícius, a pesquisa apresentada no congresso discute e busca compreender como a tradicional feira livre de Jaicós-PI se mantém ‘viva’ atualmente, sendo a mesma estudada enquanto processo cultural e folkcomunicacional, analisando sua resistência à globalização e suas interconexões.

“O modus operandi da feira se mantém, relativamente o mesmo, desde o princípio, preservando apenas um dia da semana e com horário/local relativamente específicos, fixados no calendário cotidiano da cidade. A feira mantém seu lócus de manifestação, tendo as trocas comerciais tradicionais como importante símbolo e também o compartilhamento de informações entre vendedores e compradores (rurais e urbanos, de Jaicós e dos municípios circunvizinhos), que é um significante processo de folkcomunicação” disse.

O pesquisador ainda explicou que a folkcomunicação é uma teoria da comunicação genuinamente brasileira que estuda as expressões culturais, tradicionais e populares, tendo como foco descrever e refletir como ocorrem os processos comunicacionais nessas manifestações, caracterizadas a princípio por serem do povo para o povo.

O jornalista disse que abordou sobre a feira, contextualizando sobre a história de Jaicós. “Para falar da feira, tenho que falar de Jaicós. Então eu fui atrás da biografia, dados do IBGE, o que os autores dizem sobre a cidade, de onde vem o nome “Terra do Galo”. O trabalho tem 15 páginas, mas procuro contextualizar para que quem leia o trabalho, entenda onde fica Jaicós, quantos habitantes tem, que é uma cidade história e uma das mais antigas do estado, além do fato de que a feira acontece interligada ao processo de formação histórica da cidade” esclareceu.

Vinícius, que participou pela primeira vez de um evento fora do país, falou sobre a experiência. “A pesquisa tem me levado a vários lugares, seja aqui no Nordeste, como fui esse ano apresentar trabalho no INTERCOM, em Minas Gerais, e agora para Bolívia. A pesquisa tem me dado espaço para falar e eu sempre vou levando estudos que tenham a ver com o meu cotidiano, o semiárido, as manifestações que acontecem de onde eu venho”.

Ele ainda definiu o evento como um importante espaço de trocas e aprendizado. “O evento também é um intercâmbio. É um país que tem uma língua diferente, o espanhol, e mesmo fazendo fronteira com o Brasil, tem uma cultura diferente, como a forma de se locomover, a culinária, linguagem, vários traços distintos daqui. Então o evento é também esse intercâmbio, porque a gente vai, encontra um espaço diferente, pesquisadores de outros países, e então há essas trocas significativas e simbólicas, que são comuns em qualquer congresso, mas ainda mais marcantes em um congresso fora do país” concluiu.

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