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Dia do Gari: jovem usa redes sociais para motivar colegas e enfrentar discriminação: ‘o orgulho vem com o resultado do trabalho’
Com frases motivadoras e um largo sorriso no rosto, a jovem Paula Lunnara exibe nas redes sociais o orgulho que tem de sua profissão: ela é gari, e trabalha na limpeza pública de Teresina.
“Comecei a gravar para que outras pessoas também tenham foco. Quando a gente foca numa conquista, corre pra cima. Tem gente que se desfaz dos seus trabalhos, mas tem que saber agradecer”, disse Paula Lunnara.
Nesta terça-feira, 16 de maio, se comemora do Dia do Gari, trabalhadores essenciais para manter as cidades funcionando, mas que seguem sendo tratados como uma categoria inferior e alvo de discriminação.
A conta de Paula no Instagram coleciona fotos e vídeos da jovem trabalhando pelas ruas da cidade e inspirando outros jovens a buscar seus objetivos com obstinação e dignidade. Ela posta ainda vídeos dançando com a farda do Consórcio Teresina Ambiental (CTA), mas sempre fora do horário de trabalho!
Primeiro emprego formal
Dia do Gari: jovem usa redes sociais para motivar colegas e enfrentar discriminação: ‘o orgulho vem com o resultado do trabalho’ — Foto: Arquivo pessoal
Paula começou a trabalhar como gari aos 22 anos, em 2021, seu primeiro emprego com carteira assinada. Antes disso, ela passou trabalhou com babá e ajudando a cuidar de idosos em várias casas. Também atuou no comércio, e numa padaria.
Quando a oportunidade surgiu, ela abraçou, e se dedica para fazer tudo bem feito.
“O orgulho vem quando a gente vê o resultado do nosso trabalho. Chegar num lugar que está sujo, e depois ver o resultado. É muito satisfatório, você vê como a nossa classe é importante”, disse.
Hoje ela trabalha nas ruas do bairro São Joaquim, na Zona Norte de Teresina. “Depois que comecei, fui vendo que, com meu salário, podia conquistar minhas coisas, mesmo que com dificuldade, aos poucos”.
Exclusão
Dia do Gari: jovem usa redes sociais para motivar colegas e enfrentar discriminação: ‘o orgulho vem com o resultado do trabalho’ — Foto: Arquivo pessoal
Paula contou que, no início, teve dificuldades para se adaptar à rotina e principalmente com o afastamento das pessoas por conta da profissão.
“Nós garis somos muito criticados. Não sei se porque trabalhamos com lixo, mas somos. Passar por cima disso foi uma das minhas maiores superações”, desabafou.
Foi com sua alegria que Paula decidiu encarar os olhares que ela e os colegas recebem nas ruas, enquanto trabalham. “Só a forma das pessoas olharem faz você se sentir excluído. Isso dói em qualquer um. Todo gari vai falar o mesmo. Mas quando a gente quer, consegue ultrapassar”, disse.
Fonte: g1 PI
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