GERAL
Caatinga: um espetáculo exclusivamente brasileiro
A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro. Rico em cores no período da chuva, a vegetação encontrou no processo evolutivo ferramentas adaptativas para aguentar a seca. No Piauí, na região do município de São Raimundo Nonato, predomina esta rica região ecótona, que é marcada por ser uma área de transição com o cerrado.
Para Graça Arrais, bióloga com doutorado em botânica, a caatinga desta região ao Sul do Piauí “esconde” um verdadeiro paraíso entre um ambiente inóspito e predominantemente seco. “A caatinga é um verdadeiro espetáculo natural. Já trabalhei muito neste bioma e observei este movimento na região da Serra da Capivara. Você passa de manhã e tudo seco, sem cor, tudo em tons pastéis. Depois de chover, tudo se transforma. Vibram cores das mais variadas tonalidades. Até os animais aparecem para ver tamanha beleza e aproveitar os frutos, o néctar das flores”, revela.
As plantas da região, dos mais variados tipos de cactos, arbustos, gramíneas e formações de líquens, escondem uma biodiversidade abundante. “Essas plantas são muito especiais. Elas desenvolvem maneiras de estar adaptadas a um ambiente com escassez de água. Para isso, acumulam água em seus parênquimas aquíferos, tecidos que a armazenam durante a seca. As folhas se transformam em espinhos ao longo do processo evolutivo para evitar a perda d’água pela superfície de contato das folhas, que é maior por conta da anatomia plana”, acrescenta a botânica.
Para identificar as espécies a reportagem contou com a colaboração das botânicas Gardene Sousa e Graça Arrais, ambas doutoras em botânica pela Universidade de São Paulo (USP). Gardene é professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), e Graça é professora aposentada da mesma instituição.
O olhar do fotógrafo
As belas imagens que compõem esse material são de uma pesquisa imagética do fotojornalista André Pessoa, que ao longo de 30 anos vem observando esse movimento natural único. “A caatinga tem peculiaridades exclusivas e únicas, que só ocorrem nessa formação vegetal, que ocupa o Nordeste e o Norte de Minas Gerais. É um conjunto de seres vivos ainda desconhecido. A ciência ainda não mergulhou profundamente como fizeram na Mata Atlântica e Amazônia”, explica.
O fotógrafo afirma que é preciso estar muito atento para fazer essas imagens, além de disciplina com horários para aproveitar o ápice da florada. “As flores dos cactos você só observa durante a madrugada. Durante o dia elas se fecham. As pequenas flores das fotos, são minúsculas, muito pequenas mesmo, que só nascem após as chuvas, que fazem a caatinga explodir de vida. Se você não for rápido, as plantas se fecham”, revela.
O trabalho de André é importante para incentivar pesquisas na região. “Esse ensaio é uma revisão para entender o bioma, as espécies e características únicas. A caatinga tem tudo para superar biomas em características exclusivas, além de ser a terra do sertanejo, da expansão do homem no interior brasileiro”, conclui.
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