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Empoderamento negro: mulheres encontram formas de exaltar a beleza negra no Piauí

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Nesta quarta-feira (20) é celebrado o Dia da Consciência Negra no Brasil. No Piauí, um dos símbolos da resistência se chama Esperança Garcia, a primeira advogada negra do país. Na segunda metade do século 23, Esperança escreveu uma carta denunciando os maus tratos que ela e sua família sofriam durante a escravidão. Assim como ela, diversas mulheres negras travam uma batalha diária na busca pela valorização, reconhecimento e igualdade. É no empoderamento que elas encontram forças para vencer os desafios de ser negra no país.

Na família de Hiandara Santos, por exemplo, a conscientização e o empoderamento negro são passados de geração a geração. Ela e a mãe, Frankesnina Santos, são proprietárias de uma loja especializada em peças de roupas e acessórios da cultura africana.

Modelo da Loja Negritude — Foto: Gustavo Almeida

Modelo da Loja Negritude — Foto: Gustavo Almeida

A princípio, a ideia surgiu como uma nova oportunidade de emprego. Depois, Frankesnina percebeu que muitas pessoas passaram a se interessar pelo trabalho, pois se identificavam com os produtos que eram comercializados.

“A ideia surgiu por falta de oportunidade de emprego. Como sempre gostei de vendas e, de vez em quando, comercializava alguma coisa, para não ficar totalmente parada, resolvi vender brincos diferenciados e voltados para o público afro. Nesse mundo virtual, encontrei vários utensílios afros que ainda estavam escondidos na minha cidade, Codó, no Maranhão”, contou.

“As meninas estavam começando a conhecer a transição capilar e aos poucos conhecendo suas raízes. Sendo assim, pensei que, da mesma forma que estavam assumindo suas identidades, elas também iriam querer algo que se identificassem para vestir. Durante a minha pesquisa, eu encontrei fabricantes, designers e assim fomos criando as impressões”, relatou.

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A loja é virtual, entretanto, nas cidades de Teresina e Codó, as duas recebem clientes em suas casas para as provas das roupas. Hiandara Santos destacou que o empreendimento foi visto por elas não por uma questão de lucro apenas, mas sim pelo ensejo de promover a aceitação e a autoestima negra.

“Não vendemos somente para negros, vendemos para todos que se identificam com a cultura. Mas é inegável que a maioria dos nossos clientes são negros. E foi aí que vimos uma oportunidade. Mas não uma oportunidade somente voltada pra lucro, mas focada também na importância da aceitação e autoestima negra”, comentou Hiandara.

Resgate da autoestima

Encontros do Grupo Negritude Piauiense — Foto: Arquivo Pessoal

Encontros do Grupo Negritude Piauiense — Foto: Arquivo Pessoal

A valorização do negro e o seu empoderamento podem ser trabalhados de diversas formas, não só no campo comercial, mas também por meio de conversas, palestras, grupos de discussão sobre a aceitação da mulher negra com suas próprias raízes.

O Negritude Piauiense é um grupo composto por 75 mulheres que se reúnem frequentemente em rodas de conversas e palestras para trabalhar com o resgate da autoestima negra. A idealizadora do projeto, Camila Hilário, contou que os encontros iniciaram logo após a realização de um ensaio fotográfico, em 2017.

“Surgiu da vontade de ver mulheres negras em um espaço de beleza e altivez. Ver a nossa potência exaltada nos mais diferentes tipos de corpos e cabelos. As fotos do projeto são do fotógrafo Ronald Moura. E, a partir desses ensaios, surgiu o grupo no Whatsapp, criado em novembro de 2017, os encontros e as rodas de conversa”, contou.

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Fonte: G1

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