Connect with us

Clicks do Mês

Uma mãe que venceu barreiras: Clicks do Mês de maio conta a história de Olívia Carvalho, de Massapê do Piauí

Publicado

em

Duas vezes ela vivenciou a alegria de gerar um fruto do seu amor. Primeiro, nasceu Ana Lavínia, sua primeira benção. 10 anos depois veio o segundo filho, o Odon Neto, que chegou trazendo luz para toda a família.

A primeira gravidez foi tranquila, ela tinha 26 anos de idade. Já a vinda de Odon Neto, foi marcada por alguns desafios, que somente pela força vinda do criador e seu amor inexplicável de mãe, foi possível vencê-los.

A mãe que protagoniza essa história é Olívia Carvalho Veloso Costa, 38 anos de idade, que é casada com Francisco Laércio de Carvalho Costa, há 12 anos. Em homenagem ao dia das mães, comemorado neste mês de maio, a história dela será contada pelo projeto Clicks do Mês.

Olívia, que é da cidade Massapê do Piauí, hoje vive realizada, com os filhos Ana Lavínia Carvalho Costa, 12 anos e Odon José da Costa Veloso Neto, 1 ano e 5 meses, mas, para estar hoje ao lado de sua família, ela teve que vencer barreiras.

Olívia descobriu que estava grávida de seu segundo filho aos 37 anos de idade. “Tive minha filha Lavínia, a primeira benção da minha vida, com 26 anos, e com um pouco mais de tempo, 10 anos depois veio o segundo. O Odon Neto de certa forma já tinha sido planejado. Quando descobri que estava grávida dele foi supressa naquela momento, mas foi planejado, a gente queria um outro filho. Quando descobri a gravidez eu ia fazer 37 anos”.

Publicidade

Além de um sonho realizado, a notícia, naquele momento, foi um acalento, pois fazia apenas 3 meses que ela havia perdido uma das pessoas mais importantes de sua vida, seu pai, Odon José da Costa Veloso.

O pequeno ser que estava se formando na sua barriga, chegava para transformar o pranto em sorrisos. Para Olívia, ele foi um enviado de Deus naquele momento. “No ano de 2018, em dezembro, tivemos uma grande perda na nossa família, que foi a morte de meu pai. Meu pai era a base, era tudo pra nossa família, então nós ficamos todos sem chão, porque foi de repente, em uma manhã de quinta feira ele simplesmente caiu e não voltou mais. Ficou uma tristeza muito grande na família. Três meses depois eu descobri que estava grávida, e em meio a tristeza que a gente estava vivendo, foi um motivo de alegria. Um filho na vida de uma mulher é uma benção e naquele momento então, meu filho foi um enviado de Deus”.

O filho de Olívia foi o primeiro neto de seu Odon José e dona Teresinha de Carvalho. A descoberta do sexo do bebê foi então mais uma realização. “Na minha família são cinco filhos, 4 mulheres e um homem, e os que tem filhos são todas mulheres. Sempre quando aparecia uma grávida já diziam “ah, é mulher”. E aí quando fiquei grávida pedia a Deus que se fosse da permissão dele, viesse um homem. Mas eu não queria criar expectativa. Quando fui fazer a ultrassom o médico perguntou “você já tem filho, é homem ou mulher?”, eu disse que sim, uma menina, e ele olhou pra mim e falou “vai formar um ‘casalzinho’ agora Olívia. E eu fiquei sem acreditar, foi uma explosão de alegria”.

Sem precisar pensar, Olívia decidiu que o pequeno teria o nome do avô. Sua mãe, seu porto seguro, foi a primeira a saber de tudo. “Minha mãe não estava aqui no tempo, estava viajando, mas eu lembro que foi a primeira pessoa que soube, pois eu tinha que falar pra ela. Minha mãe é tudo pra nós. E quando o médico disse que era um menino meu coração palpitou na hora, pois não podia ser outro nome, tinha que ser o do meu pai. E aí quando eu sai da sala já liguei para mãe e disse “mãe, é um menino e eu quero colocar o nome do meu pai, a senhora deixa?”. E aí foi um momento de muito choro e ela disse “minha filha, se você quer, pode colocar o nome de seu pai” lembrou ela sem conseguir segurar a emoção.

As irmãs também receberam com alegria as notícias. A partir daí, tudo passou a ser ainda mais encantador. “Logo eu liguei para minhas irmãs e foi aquela euforia, misturada com choro de alegria e o pensamento que vinha no nosso pai. Parecia um sonho, a ficha não estava caindo. E foi só alegria, minha gestação foi aquela emoção toda com cada coisinha, porque a gente estava acostumada em lidar só com vinda de meninas, e aí veio um menino e era tudo muito novo, e sempre com muita emoção para comprar cada coisinha dele”.

Publicidade

Tudo corria bem, a gestação foi tranquila. Mas ao realizar sua última consulta de pré-natal, Olívia apresentou uma queda de plaquetas. “Minha gestação foi muito tranquila, eu estava com peso normal, os médicos sempre diziam que era um meninão. Eu estava bem, até que na última consulta de pré-natal as coisas ficaram diferentes. Estava com 36 semanas, já pra fazer os últimos exames. E aí quando recebi o resultado veio a primeira alteração, que foi uma queda de plaquetas. Eu fui na médica e ela passou uma medicação para começar imediatamente. Eu ia na unidade de saúde tomar na veia, dia sim dia não, pra ver se recuperava”.

Quando foi refazer os exames para saber como tinha reagido a medicação, Olívia teve que ouvir o que não queria: suas plaquetas tinham diminuído ainda mais. Em mais alguns dias a situação foi se agravando, sua pressão aumentou, veio o inchaço e não havia outra saída, ela teria que ser encaminha para Teresina.

“Tomei a medicação por uns dias e eles recomendaram que fizesse os exames novamente. Quando fiz, as plaquetas estavam mais baixas ainda, aí começou o sinal vermelho. Eu comecei a me preocupar, pois sabia que já tinha uma certa idade. Já  com 37 semanas as coisas começaram só a piorar, minha pressão aumentou. Em casa eu media a pressão sempre e teve dia que chegou a 14 por 15. Eu fiquei muito inchada. E com a pressão muita alta eu fui até a unidade de saúde e lá elas já tomaram as providências imediatamente e disseram que eu tinha que ser encaminhada para Teresina”.

Ela já saiu de Massapê com um quadro de pré-eclâmpsia, que é uma complicação potencialmente perigosa da gravidez, caracterizada por pressão arterial elevada. Às 23 horas, ela, acompanhada do marido e de uma de suas irmãs, iniciou a viagem mais longa que já fez à capital do estado.

“Eu já fui encaminhada para Teresina com um quadro de pré-eclâmpsia. Muito inchada, a médica orientou que eu não podia viajar direto, tinha que ir parando. Nesse mesmo dia pegamos a estrada, saímos daqui 11 da noite do dia 18 de dezembro e chegamos lá pela manhã do dia 19, foi a noite toda de viagem. Foi uma viagem calma, pois graças a Deus não tive nenhuma complicação na estrada, mas foi cansativa, pois parávamos a todo instante, porque eu estava muito inchada e tinha que andar para o sangue circular um pouco”.

Publicidade

Já na maternidade, ela recebeu uma notícia que a aliviou um pouco: seu filho estava bem. Mas, sua pressão seguia alta e ela teve que aguardar horas e horas até poder ir para a sala de cirurgia. “Em Teresina eles me examinaram, fizeram a ultrassom e disseram que o bebê estava bem e que fariam a cirurgia porque ele estava formadinho e já podia ser retirado. Eu fiquei esperando o dia todo na maternidade, porque minha pressão não baixava e eles não podiam fazer a cirurgia assim. Eu já estava com quadro de pré-eclâmpsia e síndrome de hellp e passei o dia todo fazendo exame e no soro, tentando controlar para fazer a cirurgia. Eu entrei lá 9 horas da manhã e eles só foram me pegar para levar pra sala de cirurgia 9 horas da noite”.

Quando finalmente chegou a hora de ir para a sala de cirurgia, Olívia mais uma vez teve que ser forte. Ela ouviu dos médicos que a situação era de risco e que em um dos momentos mais importantes da sua vida, ela estaria sedada e intubada. “Eles me levaram com muita cautela, mas não esconderam nada, disseram que meu quadro era muito delicado e que precisariam me sedar e intubar pra fazer a cesária (choro). Eu perguntei se tinha risco e eles disseram que sim, mas me passaram muita segurança”.

O medo se tornou mais presente naquele momento, mas apesar de tudo, ela mantinha a fé. Através de uma música que não saia da sua mente, ela pedia o tempo todo que Deus continuasse ao seu lado. “Eu estava preocupada, pois via a situação, mas com um pouco de paz, pois meu coração dizia lá no fundo que tudo daria certo. Tem uma música que eu cantava em pensamento. Quando fui fazer a ultrassom ela vinha na minha mente, e na maternidade, quando vi que a situação era grave, foi do mesmo jeito. Eu via eles fazendo todos os procedimentos, já colocando sonda e só vinha a música na minha cabeça, que diz assim: “Manda teus anjos sobre nós e abençoa todos que esperam em vós, manda teus anjos para nos ensinar a te louvar e te glorificar Senhor”.

O louvor e oração da mãe que sonhava em ver o rostinho de seu filho, foram ouvidos. “Para a glória e honra do Senhor Jesus eu acordei no dia seguinte. Estava numa UTI, em meio a pessoas estranhas. Era tudo muito confuso para mim, eu não sabia o que tinha acontecido e só vinha na minha mente o meu filho. Eu ainda não conseguia falar direito, mas quando consegui foi a primeira coisa que disse ‘meu filho’. Lembro que a enfermeira se aproximou e disse: “calma, logo vai vir notícia de seu filho, mas ele está bem”.

Olívia ainda passou três dias na UTI. Com certeza, os dias mais longos de sua vida. O seu pequeno, ela viu pela primeira vez apenas por foto. “Eu fiquei três dias na UTI e quando vi ele pela primeira vez foi por foto e de longe, só no sábado quando eles deixaram meu esposo entrar. Só Deus sabe o sentimento de uma mãe ter um filho e não poder pegar na hora que nasce, mas eu estava muita grata mesmo assim, pois sabia que ele estava bem. Minha ansiedade era grande em poder ter ele nos braços”.

Publicidade

Olívia saiu da UTI no domingo, após ter tido um aumento no número de plaquetas. “Todo dia eles vinham e colhiam o sangue na UTI para ver como estavam minhas plaquetas. O normal das plaquetas é 180 mil, quando fui para cirurgia estava apenas com 40 mil […]. Eles disseram que eu só saia da UTI com pelo menos 90 mil, e não podia tomar medicação, eu tinha que me recuperar pelo meu organismo. […] Quando foi no domingo de manhã eu estava com 95 mil plaquetas e à tarde eles me liberaram da UTI e eu fui encontrar com meu filho”.

Olívia, ao pegar o filho pela primeira vez

O domingo, 22 de dezembro, foi o dia em que ela pôde pegar o filho no colo pela primeira vez. “Meu esposo e minha irmã que estavam na enfermaria com o Odon Neto não esperavam que eu ia receber alta, então eu cheguei lá de surpresa. E foi uma sensação inexplicável pegar meu filho nos braços pela primeira vez, ver ele. Depois disso ainda fiquei mais três dias no hospital. E o tempo todo eu estava ansiosa para vir para casa com meu filho, e meu pensamento também não saia da minha filha, amor de mãe né”.

Na véspera de natal, Olívia e sua família receberam o melhor presente. Ela e o Odon Neto retornaram para casa. “Quando cheguei em casa tive aquela recepção da minha família toda, foi só alegria. E quando entrei pela porta, que vi minha filha, eu não aguentei, desabei no choro. Parece que a ficha caiu, que eu estava em casa, bem, e com meus filhos. Eu voltei para casa no dia 24 de dezembro, véspera de natal” contou.

Olívia disse que seus dois filhos são tudo para ela e que se alegra ao ver o bem que o seu menino faz a toda a família. “De lá para cá, Odon Neto é tudo na minha vida, ele e minha filha são tudo para mim. Ele veio para fortalecer mais ainda esse amor de mãe que eu tenho, e veio também para trazer alegria para minha família. Esse menino é uma benção nas nossas vidas. Eu fico ainda mais feliz em ver o quanto meu filho faz bem a todo mundo, o quanto que gostam dele”.

Depois de tudo que passou, Olívia ainda enfrentou mais uma batalha, mas, mais um vez, venceu. “Quando Odon Neto tinha 10 meses, me apareceu esse problema. Eu estava dormindo e acordei de madrugada com dores. Quando fui fazer o exame era apendicite, aí tive que fazer cirurgia de urgência. Fui pra Picos com minhas irmãs, que são minhas mães também, que fazem tudo por mim, e tive que fazer a cirurgia de imediato. São as provações que vem na vida da gente, né. Tive que passar por mais uma cirurgia, com meu filho pequeno ainda, e eu via ele chorando e não podia pegar ele no colo […], mas enfim, são as coisas de Deus, que vem para fortalecer a fé, para mostrar que a gente pode vencer”.

Publicidade

Por fim, Olívia lembrou mais uma vez do pai. Seu desejo era que ele estivesse presente, mas, diante de sua ausência física, ela, além de guardá-lo para sempre em seu coração, decidiu eternizá-lo também, fazendo com que o seu nome se perpetue através do seu pequeno grande milagre.

“Sabia que seria um pouco difícil no início, pois a gente estaria chamando o nome do meu pai o tempo todo, mas com o tempo a gente ia se acostumar e perceber que eu não podia deixar de fazer essa homenagem a meu pai. E eu não coloquei o nome do meu filho só porque meu pai se foi, eu queria era que ele estivesse aqui, pra ele ver o neto dele, com o nome dele, pois ia ser o nome dele de qualquer forma. Sempre tive esse pensamento que o primeiro neto tinha que levar o nome de meu pai, pois meu pai era tudo para mim. Deus não permitiu que ele estivesse aqui pra ver, pegar o netinho dele no braço, mas eu tenho certeza que onde quer que ele esteja, está vendo” concluiu Olívia em lágrimas.

Veja os registros de amor do Clicks do Mês de maio: 

Publicidade

Facebook

MAIS ACESSADAS