No Piauí, advogado é eleito prefeito e vai assumir cargo do tio que teve o mandato cassado

O advogado Dr. Thiago (PSD) foi eleito prefeito de São Lourenço do Piauí após conseguir 56,33% dos votos contra 43,67% do candidato Mundola Marques (PT) na eleição suplementar realizada neste domingo (6). Ele fica no comando da prefeitura até dezembro de 2024 e assume o lugar do seu tio Biraci Damasceno (PDS) que teve o mandato cassado em abril deste ano.

Com 100% das urnas apuradas, Dr. Thiago garantiu a vitória com 2.251 votos, contra 1.745 de Mundola Marques.

Ele concorreu na coligação “São Lourenço em Boas Mãos”, formada pelos partidos PSD e Progressistas. Thiago Santana tem 34 anos e representa o grupo político de seu tio, e prefeito cassado do município, Biraci Damasceno Ribeiro. Dessa forma o município segue no comando do mesmo grupo político.

O município, que fica a 522 km de Teresina, passou por uma nova eleição para a escolha do novo prefeito e vice-prefeito após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizar em abril deste ano a cassação do então prefeito Biraci Damasceno Ribeiro (PSD) e o vice Valdeci Paes de Castro (PSB). Após a cassação, município estava sendo administrado pelo presidente da Câmara, Iran Damasceno Ribeiro (PSD), que é irmão do prefeito cassado.

Para a eleição estavam aptos a votar 4.948 eleitores distribuídos em nove locais de votação, cinco na área urbana e quatro na zona rural. Foram 16 seções eleitorais com quatro seções agregadas. A eleição teve um comparecimento de 84,5%, com abstenção de 15,5% dos eleitores.

Thiago Santana disputou contra Mundola, que já foi vereador por três mandatos, à época era filiado ao PROS. Em 2020, já filiado ao PT disputou a eleição na vaga de vice-prefeito, mas sua chapa não foi eleita.

A data da posse ainda será marcada.

Mundola Marques

A cassação

A coligação A Vitória é do Povo e a candidata Michelle de Oliveira Cruz ajuizaram, respectivamente, uma representação e uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), nas quais acusaram a chapa vencedora na eleição de 2020 de oferecer dinheiro e outras vantagens em troca do apoio do eleitorado. Para subsidiar as alegações, as recorrentes afirmaram que tanto Biraci Ribeiro quanto Valdeci de Castro assumiram as irregularidades praticadas no último pleito municipal.

Segundo a denúncia, em entrevista concedida à Rádio Serra da Capivara em 18 de novembro de 2020, o prefeito teria admitido que praticou boca de urna na data da votação.

Também foram apresentados pela coligação e pela candidata adversária dois áudios captados em local público em que o vice-prefeito reconhece que a oferta de benefícios a eleitores foi determinante para garantir a vitória nas urnas.

Quando o caso foi julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Piauí, a cassação foi negada, mas a ex-candidata ingressou com um recurso no TSE.

O TSE reformulou a decisão do TRE/PI, pois entendeu que não havia dúvidas sobre o valor de R$ 2 mil, citados em gravações ambientais e em depoimentos prestados por testemunhas, que seria o valor acertado pelos políticos em troca de apoio dos eleitores. 

Bárbara Rodrigues
Cidadeverde.com