Gasolina chega a custar R$ 6,10 em Jaicós e trabalhadores reclamam de altas no preço

Mais um aumento nos valores dos combustíveis foi anunciado pela Petrobras na última segunda-feira (08). Os novos preços foram aplicados nas refinarias da estatal já na terça (09).

Com as mudanças, a gasolina vai ficar R$ 0,23 por litro mais cara com a alta de 8,8%. Esse já é o sexto aumento da gasolina, que só em 2021, acumula alta de 53%. O diesel, que sofreu o quinto reajuste e acumula alta de 40% no ano, passa a ter R$ 0,15 a mais no valor por litro, com um aumento de 5,5%.

No município de Jaicós, novos valores já chegaram às bombas dos postos de combustíveis e a gasolina está chegando a custar R$ 6,10, valor que foi registrado pelo portal Cidades na Net em dois postos nesta quarta (10).

O menor preço verificado, até a manhã desta quarta (10), era de R$ 5,83. Em outros dois postos, o combustível estava sendo vendido a R$ 6,08. Já o diesel, varia entre 4,54 e 4,59.

As altas frequentes no preço dos combustíveis tem tido um forte impacto para alguns grupos de trabalhadores, que têm reclamado dos constantes reajustes. Uma das categorias afetadas é a de moto taxistas.

Josemberg Lima, que atua na área há 2 anos, disse com o aumento dos preços, a dificuldade é grande. “Está uma dificuldade tremenda, porque todo dia, ao invés de diminuir, o preço faz é subir. As coisas não estão fáceis para ninguém, está tudo caro, sobe combustível, peça, tudo. Eu tenho gastado um absurdo, pois se não abastecer não tem como rodar”.

O moto taxista disse que a taxa cobrada pelas corridas já teve que ser ajustada por conta do aumento no preço do combustível. “A gente já teve que aumentar a taxa para 4 reais, pois não compensa rodar de 3, pois ao invés de ganhar você vai estar pagando para trabalhar. Pois não foi só o combustível que aumentou, mas tudo. Eu ando de pop, que costuma gastar menos gasolina, mas a moto é econômica, mas a bomba de gasolina não é. Antes dava pra encher o tanque com 10, e hoje tem que colocar 15, 16” disse.

Há 15 anos trabalhando como moto taxista, Lourival Leal, o Dedé, disse que a categoria conseguiu manter a mesma taxa por muito tempo, mas agora se viu obrigada a aumentar. “Ultimamente para nós está ruim, pois todo dia a gasolina sobe e fica difícil pra gente. Nós conseguimos manter o preço de 3 reais pela corrida por vários anos, e agora tivemos que aumentar para 4 por causa do valor da gasolina, pois não temos como rodar por 3”.

Questionado sobre a aceitação por parte dos clientes da nova taxa cobrada, ele disse que os mesmos tem sido compreensivos. “Hoje, com certeza, nosso gasto está dobrado comparado a antes. Graças a Deus, nossos clientes entendem nossa situação e não reclamaram do aumento na taxa. Eles confirmam que estamos certos, que não tem como manter o mesmo preço, já que a gasolina aumenta o valor todo dia”.

Tadeu Elias, que trabalha no ramo desde 2002, disse que o ganho já é pouco, e com os altos preços, a dificuldade aumenta. “Esses aumentos foram péssimos, pois até tivemos que aumentar nossa taxa para 4 reais. E a gente já ganha pouco, e com combustível nesse preço fica complicado pra gente rodar. Todo dia aumenta e fica cada vez mais difícil para a gente trabalhar”.

Ele ainda falou que não só a gasolina, mas peças de moto também estão com outros valores, encarecendo também a manutenção. “E o pior é que tudo aumentou, para fazer uma manutenção na moto também está mais caro, as peças mudaram o valor. O pneu de uma moto, por exemplo, antes da pandemia era 90, 100 reais, já hoje custa de 100 a 150. Se você chega em uma oficina com a moto quebrada você gasta um absurdo para arrumar por causa desse aumento de tudo. Então, nosso desejo é que as coisas voltem ao normal logo para que possamos seguir com o nosso trabalho como antes” concluiu.