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JAICÓS | Jovem que chegou a pesar 141 muda hábitos, perde 60 kg e é exemplo de superação

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Com muita força de vontade, dedicação, e sobretudo, o apoio da família, ela conseguiu mudar de vida. A jovem que chegou a pesar 141 kg, teve que abdicar de momentos comemorativos ao lado dos familiares, e enfrentar os olhares e comentários negativos das pessoas, hoje é exemplo de superação.

Marconiete Silva, 26 anos, da cidade de Jaicós, é a dona dessa história. Ela, em entrevista ao Cidades Na Net, contou um pouco de sua trajetória na luta contra a obesidade. A jovem, depois de anos enfrentando o sobrepeso, buscou ajuda, mudou de hábitos, e já perdeu mais de 60 kg.

Segundo ela, o problema com excesso de peso iniciou ainda na infância. “Desde a infância enfrentei problemas de peso. Sempre fui uma criança gordinha, sempre comia de forma exagerada. Fazia acompanhamento com a nutricionista, mas nunca seguia ao pé da letra. Por volta de 2009, acho que tinha 13 anos, eu pesei 103 kg, que foi o meu maior peso na adolescência. Nesse tempo eu morava em Petrolina, e não costumava me pesar, então, quando fui no médico e vi esse resultado, fiquei assustada. Daí comecei um tratamento”.

Com a ajuda profissional ela começou a perder peso, mas não conseguia manter. “Com o acompanhamento eu perdi um bom peso nesse período, mas infelizmente ganhei tudo de novo. Eu ficava ansiosa e isso me levava a ficar nesse ciclo de ganhar e perder peso. Já agora, se não me engano com 24 anos, cheguei aos 141 kg, o maior peso que já tive”.

Chegou um período em que Marconiete praticamente não conseguia controlar seu desejo por comida. “Eu comia uma coisa e pensava ‘não, não era isso que eu queria comer, quero outra’, aí eu ia lá e comprava. Às vezes eu sai de casa várias vezes para comprar coisas que não era o que eu queria comer. Na minha casa tinha muitas vezes que quando eu ia fazer a feira de mercado, comprava só o necessário, porque eu sabia que se comprasse outras coisas, comia tudo de uma vez”.

Além de tudo, ela ainda teve que lidar com o preconceito. “A obesidade, infelizmente muitas pessoas acham que é porque a gente quer, mas não. Sempre tinha muitas brincadeirinhas sem graça. Às vezes as pessoas pensam que as brincadeiras não machucam, que a gente sorri porque está de boa, mas a gente sorri porque não vai chorar na hora, mas machuca e a gente fica pensando em casa ‘ah, porque as pessoas ficam brincando desse jeito. A gente não chegou a esse peso por querer’”.

Marconiete disse que chegava a evitar sair de casa para não ter que ouvir comentários que a machucavam. “Sempre fui muito ativa, mas às vezes a gente se limita. Por exemplo, acontecia de não querer sair pela opinião dos outros, pois as pessoas comentavam ‘nossa, tá muito gorda, porque tu chegou nesse peso?, porque você come demais’. Aí essas coisinhas vão entristecendo e a gente prefere ficar em casa. Deixava muito de sair aqui em Jaicós, em casa de parentes, porque sempre tinha esses comentários que me incomodavam”.

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A família da jovem desde o início se preocupava com a situação. “A minha família toda sempre foi preocupada comigo, porque eu acho que eu vivia mais para comer e vomitar. Quando estava alegre eu queria comer, quando estava triste queria comer mais ainda. Como minha vontade era estar comendo, quando já não aguentava mais e não tinha mais espaço na barriga, eu vomitava” contou ela.

Em um dia em que Marconiete se sentiu envergonhada de si mesma, veio o primeiro passo para a mudança. “Lembro que uma vez fui para o aniversário de um amigo nosso, comi tanto que eu mesma estava com vergonha. Minha barriga não estava mais aguentando, mas eu queria comer mais. Quando cheguei em casa, falei para minha mãe que não estava mais aguentando a situação. Ela só me ouviu, pois já sabia do jeito que eu estava”.

Da família, que sempre esteve ao seu lado, partiu o contato em busca de ajuda profissional. “Depois disso minha irmã chegou um dia e disse que tinha marcado nutricionista pra mim, que foi a Paula. Então eu fui com minha irmã Mikaele, porque nesse processo de emagrecimento a família tem que estar presente o tempo todo, porque sem a família da gente, se torna mais difícil”.

No final de 2020, ela começou a ser acompanhada pela nutricionista, mas Marconiete precisava de mais ajuda. “Com o acompanhamento dela consegui perder uns 10 kg, mas era no final do ano, então terminei ganhando novamente. Num mês, quando estava bem pertinho de ir no retorno, eu voltei firme pra perder o que tinha ganhado de novo. O problema é que eu perdia, ganhava, e quando estava perto de voltar, tentava perder o que já havia perdido antes. Até que a nutricionista falou pra minha irmã que não poderia mais ser só com ela, que eu precisava procurar um endocrinologista pra me acompanhar”.

Ainda no final do ano, ela também enfrentou um momento difícil. “Me recordo que em dezembro teve o aniversário de mãe, minha irmã comprou bolo lá pra casa, eu fui nesse dia e comi. Aí nos dias seguintes, ao invés de ficar satisfeita por ter comido, aumentava o desejo e ficava pior. Então eu cheguei em casa chorando, porque dava uma crise de ansiedade e só sabia chorar. O aniversário de Mikaele também é em dezembro, aí minha mãe pediu que ‘pelo amor de Deus’, não comprasse bolo. Daí eles foram cortando os aniversários de pouquinho”.

Para ela, não poder estar nas comemorações da família era difícil, mas a jovem sabia que era para o seu bem. “Quando foi no aniversário do meu cunhado teve um bolo mas ninguém nem me falou. Era dolorido quando eu via que eles iam comemorar e eu nem ficava sabendo, mas eu sabia que eles faziam aquilo para o meu bem. Às vezes eu ficava imaginando o que os outros iam pensar porque viam as fotos e eu não estava, mas tentava não focar nisso” disse.

Já no início de 2021, Marconiete começou a ser atendida também pelo endocrinologista Dr.Ésio, e aos poucos foi perdendo peso. Buscando manter-se firme na mudança de hábitos, dieta e também praticando exercícios físicos, ela foi evoluindo.

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Ela lembra que no começo enfrentou dificuldades. “No início, quando eu estava muito pesada e não aguentava fazer atividade física mais forte, eu ia fazer caminhada. E todo dia Mikaele estava comigo. Quando eu não queria ir ela mandava mensagem ‘já tá pronta?’. Ela estava ‘no meu pé’, o tempo todo, enquanto eu não conseguia ir sozinha, ela estava comigo fazendo caminhada. Fazia caminhada todo santo dia. No começo foi difícil, quando eu pensava na distância já batia aquele desânimo, mas mesmo assim a gente ia” lembra.

Ano passado ela também começou a ir para a academia. Em janeiro deste ano, 12 meses depois, já havia perdido 57 quilos, saindo de 141 para 84 kg. Atualmente Marconiete está com 80 kg. Ela também começou a praticar o CrossFut.

Marconiete disse que se alegra com a mudança que conseguiu até aqui. “Eu nem sei explicar a sensação pela evolução que consegui, é uma emoção muito grande. Tenho medo de voltar ao peso, não vou mentir, mas falo direto para minha família, que se eles verem que tô eu errando de novo, chama atenção, manda eu procurar ajuda. Dr. Ésio sempre fala pra mim que é um acompanhamento pro resto da vida agora, que eu nunca posso desistir, e qualquer deslize eu tenho que procurar ajuda com alguém, pois nunca vou conseguir sozinha”.

Ela diz que o mais difícil no processo é manter uma boa alimentação. Mas destaca que busca ajuda sempre que necessário. “O mais difícil é cumprir a dieta ao pé da letra, porque os exercícios, quanto mais você faz vai sentido mais gosto, tendo aquele prazer por fazer. O mais difícil creio que sempre vai ser a alimentação, porque a comida está ligada muita à mente da gente, então é algo que precisa ser muito trabalhado. Quando passa um tempo que vejo que não estou conseguindo, eu penso ‘não, eu preciso ir no nutricionista, ou em Dr.Ésio, ou conversar com alguém. Às vezes é só pra lembrar que eu estou fazendo um tratamento, tô buscando um objetivo para meu corpo, o que ele ainda está precisando”.

O intuito de Marconiete, que já é considerada por muitos como um exemplo, é evoluir ainda mais. “Muita gente fala que sou um exemplo de superação. Mas eu ainda quero buscar mais, o melhor. Quando o pessoal diz ‘já ta bom Marconiete’, eu penso, ‘não, eu ainda quero um pouquinho mais’. Mas com certeza estou feliz pelo que já consegui até aqui. A minha família também está feliz demais. A alegria que eu sinto, eles sentem também. O meu irmão também era gordinho, e eu que falei pra ele, “Daniel tu tem que perder peso também”, aí ele perdeu uns 20 kg. E é assim, sempre um motivando o outro”.

Por fim, a jovem deixou um recado de incentivo a outras pessoas. “Se não estiverem conseguindo só, busquem ajuda. Às vezes a gente não consegue sozinho, mas com a ajuda de outras pessoas e a força de Deus, conseguimos tudo. Se você não tem motivação em casa, tem de um amigo, um vizinho, às vezes de um parente distante, até por mensagem, mas sempre tem uma pessoa pra te dar força. Eu graças a Deus tive minha família sempre presente na minha vida. Tem gente que não tem, mas sempre tem alguém pra te dar força” concluiu.

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