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PAULISTANA | Em esquema milionário, alunos eram transportados de moto ano 95 por piloto que não tinha habilitação

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No município de Paulistana, em gestão passada alvo de denúncia do Ministério Público Estadual (MP-PI) por desvios milionários no transporte escolar, a polícia, quando da investigação, conseguiu relatos ‘primorosos’ que confirmariam a subcontratação dos serviços pela empresa Líder Transportes e Serviços, mesmo ela tendo recebido ao longo de 7 anos a cifra de R$ 18 milhões, que os investigadores dizem terem sido em parte significativa desviados sistematicamente. 

Um desses relatos individuais é o de Francisco Pedrosa Rodrigues. No termo de declaração prestado à 12ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Paulistana ele afirmou que transportou alunos em uma motocicleta CG, ano 1995, na rota compreendida entre as localidades de Lagoa do Escuro e São Martins. E que não possui carteira nacional de habilitação. Relatou que quando ele não pilotava a moto, seus filhos, que segundo ele, eram maiores de idade, faziam o transporte dos alunos. 

_Trechos de depoimento

Ainda segundo o termo de declaração, ele transportava em média 5 alunos no período da manhã e tarde, de segunda a sexta, e que obteve a função através do dono da empresa Liderança, João Lelis de Morais, empresário que segundo a polícia é “amigo de longa data” do então prefeito Gilberto José de Melo, o Didiu. 

Tanto empresário quanto político foram denunciados pelo MPE acusados de integrar uma organização criminosa duradoura que visava desviar dinheiro público destinado ao transporte escolar.

Francisco Pedrosa Rodrigues contou ainda que recebia em espécie a soma dos quilômetros rodados. Cada quilômetro contratado era R$ 0,50, perfazendo o total de R$ 180,00 no final do mês, já que rodava por dia 12 km entre ida e volta. 

Disse ainda que o abastecimento era feito pela sua própria pessoa e que a prefeitura não dava nenhum valor a mais por isso. 

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Outra que também disse que transportava alunos em motocicleta era Maria Constantino de Carvalho. À autoridade policial ela relatou que usava uma moto ano 96, entre as localidades de Barreiro e Barrinha e no restante do percurso usava uma D20. Em 2021 disse que realizava esse tipo de serviço há quatro anos. 

Na verdade ela mesma transportava os dois filhos, e recebia por isso. Disse que não possui carteira de habilitação. Que não tinha ajuda para combustível e no final do mês recebia a cifra de R$ 110,00 pelos serviços prestados à própria prefeitura. 

Não há registros nos termos de declaração prestados, se a autoridade policial indagou sobre o uso de capacete quando do transporte dessas crianças. 

O uso de motos, que ocorreria em outras rotas no município, não estava previsto nos contratos milionários assinados pelo gestor da época com a empresa do “amigo”.

Os donos da empresa Líder, assim como o ex-prefeito e outros agentes públicos, entre eles dois ex-secretários municipais de Educação, figuram na denúncia criminal ofertada pelo Ministério Público Estadual à Justiça.

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Fonte: 180graus

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