POLÍCIA
Deu no Datena: PM obrigava contratação da empresa de segurança em Castelo do Piauí
Em entrevista ao programa Brasil Urgente, Ronaldo Mota, filho do PM Elias Júnior, acusado de ser o mandante do estupro coletivo em Castelo do Piauí e que está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, informou que seu pai foi ‘quem desvendou’ todo o mistério que cercava a cidade no dia do crime.
De acordo com ele, ninguém tinha pistas de quem poderia ter praticado os crimes, mas o militar teve a ideia de abordar Gleison Vieira da Silva, de 17 anos, um dos acusados e que teria assumido a autoria dos atos infracionais e posteriormente acusado os demais menores.
Ronaldo Mota (Foto: Reprodução/Facebook)
“Ele quem desvendou tudo. Ninguém tinha pistas de quem estava envolvido nisso, mas como o Gleison já havia entregado outros criminosos meu pai teve a ideia ‘vamos ali na casa do Gleison’, que é muito próximo ao morro, cerca de 500m”, disse.
Um ponto de contradição é encontrado na fala de Ronaldo. Como é que Elias Júnior teria abordado Gleison em parceria de outros militares, se a Defensoria Pública diz que o PM foi o primeiro agente da Segurança Pública a chegar no local? Por outro lado, Gleison assim que foi apreendido pelo PM, em vez de seguir para a delegacia da cidade, foi conduzido para a residência de Elias Júnior. A informação foi confirmada pelo filho do militar.
Ronaldo Mota afirmou ainda que assim que Elias Júnior em companhia dos demais policiais abordou o jovem, o mesmo foi indagado sobre o que havia feito e ele teria respondido: “não matei ninguém”. “Então já se entregou por si só”, destacou Ronaldo Mota.
Ronaldo disse que todos os menores já se conheciam e eram acostumados a praticarem vários atos infracionais pela cidade. Ele ressalta que seu pai por diversas vezes conseguiu recuperar o material que era levado durante os assaltos.
Por fim, ele garante que a cidade sentiu muito a transferência de Elias Júnior para a cidade de Campo Maior. Segundo ele, a criminalidade aumentou após a saída do PM. “Por onde você passar você verá. Tudo que acontecia era desvendado”, finalizou.
(Foto: Reprodução/TV Band)
PM É TEMIDO EM CASTELO
Com a câmera escondida a reportagem da TV Band flagrou o relato de diversas pessoas em Castelo do Piauí. Com medo, os populares não comentam, nem falam sobre o suposto envolvimento do PM.
Um deles afirmou que Elias Júnior ‘é uma onça, e que usa a rádio pirata para ameaçar a população’.
“Todo mundo sabe que ele mandou fazer uma coisa aí, mas ele não pensava que iria dar esse tanto de coisa aí. Diz o pessoal que ele é quem tá por trás de todo esse negócio das meninas. Quem tem comércio e ele mandar botar a placa e não aceitar, é roubado e pode acontecer qualquer coisa”. O relato faz relação as placas de propaganda da empresa de segurança do PM. Os comerciantes pagam R$ 30 mensais pelo serviço.
(Foto: Reprodução/TV Band)
A página principal da ata do livro de ocorrência da empresa de segurança está rasurada na parte em que cita o nome do proprietário. Em depoimento, de acordo com o sub comandante da PM, o coronel Lindomar Castilho, os menores afirmam que as residências que não possuíam a placa da empresa eram locais determinados como alvos para a prática de roubos e assaltos.
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