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Infectologista alerta para risco de colapso na rede de saúde: “teremos momentos terríveis”
Em meio ao aumento de casos de gripe em todo o país, da covid-19 e circulação das suas variantes pelo país, o médico infectologista e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI, Carlos Henrique Nery Costa, alertou, em entrevista ao Jornal do Piauí, que ainda “teremos momentos terríveis” em relação a um novo episódio de lotação das redes hospitalares e de Unidades de Terapia Intensivas (UTIs), semelhante ao que aconteceu durante o pico da pandemia em 2021.
“Se o Brasil seguir o padrão internacional, e vai seguir porque não tem razão para não seja com essa variante ômicron, é que teremos uma superlotação nas próximas semanas ou meses. Talvez em fevereiro e começo de março tenhamos um pico extraordinário, mas já na próxima semana os serviços de saúde vão começar a sentir a demanda exagerada por atendimento, além da influenza que está circulando simultaneamente”, avaliou o especialista.
Por conta dos aumento de pessoas manifestando sintomas gripais em Teresina, a Fundação de Saúde (FMS) instalou cinco centros de testagem na capital e, dos 4.881 exames realizados, 12% tiveram diagnóstico positivo para covid-19. Outro exemplo é Bom Jesus, onde o Hospital Regional Manoel de Sousa Santos registrou, nos últimos 15 dias, um crescimento de 255% desses atendimentos, aproximando-se da sua capacidade máxima de lotação.
Carlos Nery explica que essa situação ocorre mesmo com o avanço da imunização, justamente por conta da rápida transmissão das novas variantes do vírus, mais resistentes às vacinas desenvolvidas ainda em 2020. Por outro lado, o médico infectologista reforça que além do incentivo a vacinação da população, as autoridades públicas também devem tomar medidas sanitárias mais enfáticas e restritivas antes de um cenário ainda pior.
“Estou estranhando realmente porque não estão sendo tomadas mais duras agora, no momento em que a onda está se formando. O momento ideal para se formar essa onda é agora, que as pessoas deviam estar se distanciando, que o serviço de saúde deveria estar sendo preparado e as escolas se preparando. A vacina é importante, e devíamos pensar seriamente em não fazer as crianças voltarem para sala de aula sem estarem vacinadas. Acho que é uma preocupação, pois as crianças sem as vacinas podem transmitir e podem morrer também”, concluiu o professor.
Breno Moreno
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