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POLÍCIA

No Piauí, presos voltam a se rebelar em presídios; polícia confirma 10 feridos

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Dois dias após a rebelião que teve a participação de mais de 800 presos na Casa de Custódia de Teresina, os detentos voltaram a se rebelar no maior presídio do estado no início da manhã desta quarta-feira (16).  De forma simultânea, os presos da Penitenciária Mista Juiz Fontes Ibiapina, em Parnaíba, também fazem uma rebelião. Na noite de terça-feira (15) eles chegaram a atear fogo em algumas celas.

Segundo a Polícia Militar de Parnaíba, pelo menos três feridos foram encaminhados para o Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda). Já em Teresina, sete detentos da Casa de Custódia ficaram feridos durante o confronto com a Tropa de Choque. No entanto, agentes contestam os dados e falam em mais de 10.

Familiares dos presos da Casa de Custódia pararam um ônibus e passageiros obrigados a descer em Teresina (Foto: Gustavo Almeida/G1)

Familiares dos presos se aglomeraram em frente à Casa de Custódia e, a exemplo da segunda-feira (14), voltaram a bloquear o trânsito na BR-316. Um ônibus foi parado e os passageiros obrigados a descer. Após isso, alguns manifestantes apedrejaram o veículo e a situação só foi contornada com a chegada dos policiais.

Sejus aciona viatura do Corpo de Bombeiros para conter ânimos na Casa de Custódia em Teresina (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas
(Foto: Gustavo Almeida/G1)

Os conflitos nesses presídios acontecem na mesma semana em que os agentes penitenciários decidiram entrar em greve. De acordo com Kleiton Holanda, diretor do sindicato que representa a categoria, relatou que na por volta das 20h da terça-feira houve um motim no pavilhão B, que tem 212 presos, com o intuito de chamar a atenção dos policiais e assim facilitar a fuga dos presos do pavilhão C.

Motolância chega à Casa de Custódia para atender presos feridos (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Motolância chega à Casa de Custódia para atender
presos feridos (Foto: Gustavo Almeida/G1)

Coronel Júlia Beatriz, do Gerenciamento de Crise da Polícia Militar, chegou à Casa de Custódia e antes de entrar no presídio falou com a imprensa. “Vamos ver como está a situação. O diálogo ele pode existir, mas depende de como os ânimos estão lá dentro. Temos que averiguar, se houver a possibilidade de diálogo, vamos dialogar, do contrário, partiremos para outra alternativa”, disse.

Do lado de fora, gritos e lágrimas de familiares apreensivos por notícias. “Isso é tudo culpa do governo que não se preocupa em resolver a situação. Isso não pode acontecer. A gente soube que tem morto lá dentro e ferido”, disse aos prantos uma senhora que tem um irmão e marido presos na penitenciária.

Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram enviadas ao local, além de viaturas do Corpo de Bombeiros. A todo momento era possível ouvir disparos vindos de dentro do presídio e segundo Kleiton Holanda, a situação nos pavilhões estava bastante tensa e os presos reclamam principalmente da superlotação. A Casa de Custódia tem capacidade para apenas 330 presos, mas atualmente mantém encarcerados mais de 850 homens.

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Litoral
Simultaneamente, em Parnaíba os mais de 450 detentos também se rebeleram na noite de terça-feira, atearam fogo em colchões, quebraram cadeados, paredes e grades. O Corpo de Bombeiros foi acionado e somente na manhã desta quarta-feira, 12h após o incêndio, as chamas foram totalmente extintas (Veja vídeo ao lado).

De acordo com o major Rivelino de Moura, quase 100% do presídio foi atingido pelas chamas, mas não houve comprometimento total da estrutura. “Foi um trabalho árduo onde utilizamos muitos militares e água. O fogo foi generalizado porque na mesma medida em que apagávamos, eles voltavam a atear fogo. Mas no início da manhã tudo já estava controlado e a rebelião contida”, falou.

Caos
Desde domingo (13), a situação é de caos no sistema penintenciário do Piauí. Primeiro, na Penitenciária Irmão Guido, onde um preso foi assassinado de forma brutal no final de semana.

Já na segunda (14), ocorreu uma rebelião na Casa de Custódia envolvendo os mais de 800 detentos. Presos do pavilhão H chegaram a quebrar a grade que dá acesso às dependências da unidade prisional e a atear fogo em colchões. Houve um principio de incêndio.

 

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G1

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