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POLÍTICA

João Vicente Claudino afirma que vai buscar participação no governo de Wellington Dias

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O senador João Vicente Claudino (PTB) está deixando o Senado Federal depois de oito anos de mandato. Decidiu por livre e espontânea vontade não disputar novo mandato. E diz que tomou a decisão de forma consciente e planejada. “Tudo na vida tem seu tempo, seu momento. Para mim, política não é carreira, não é profissão, é uma missão”, explica.
Para ele, em seu segundo mandato, que começa em janeiro, a presidente Dilma vai precisar adotar medidas que criem ambientes favoráveis ao crescimento do país. “O governo já viu que tem de modificar esse conceito (de controle dos preços públicos). Se quisermos controlar a inflação pela contenção de preços tem um limite, depois não há como represar”, observa. Para o senador, a equipe econômica que está sendo anunciada para o segundo governo Dilma reflete um novo pensamento. “Isso é bom. Precisamos ter outros parâmetros e diretrizes econômicas, se quisermos ter outros resultados”, observa.
Integrante da aliança que deu a vitória a Wellington Dias nas eleições de outubro, João Viente diz ainda que seu partido vai ocupar cargos no futuro governo. Não diz em que secretarias ou áreas, mas quer discutir com o governo. “Tem o pensamento do governo que ganhou a eleição, mas tem de escutar todo mundo que caminhou com o partido e a coligação”, diz.
Diário do Povo – O Sr. está encerrando agora seu mandato, não disputou a reeleição. Qual a avaliação que o Sr. faz desses oito anos de senador?
João Vicente Claudino – A gente tenta primeiro honrar a confiança do piauiense que nos concedeu esse mandato; depois, exercer o mandato em sua plenitude, com projetos que possam contribuir com o estado e sua população, com posicionamentos e a defesa de recursos para o estado. Nós procuramos fazer isso, e acho que o resultado foi bom. Há muito ainda por fazer, a gente não consegue fazer tudo o que deseja. Uma das coisas que a gente sente no Congresso é ritmo diferente do Poder Legislativo. E a sociedade vê isso e cobra mais, como ficou bem claro nas manifestações do ano passado. Este ano foi mais atrapalhado, por causa da eleição. Aliás, eleição a cada dois anos atrapalha muito o andamento das matérias no Legislativo. Espero que os novos (senadores e deputados) possam trabalhar mais para ajudar o Piauí.
DP – O sr. sai desapontado?
JVC – Não. Eu vejo pelo lado positivo e pela experiência. Eu nunca tinha disputado uma eleição, a primeiro foi em 2006, e sai vencedor. Das casas legislativas, o Senado é que tem o perfil mais parecido com o Executivo. Tem um acervo de experiência política muito rico – são ex-governadores, ex-prefeitos, ex-deputados, pessoas que tiveram experiências anteriores de gestão. São lideranças consolidadas. E eu convivi com isso.
DP – O Sr. teve presença na Mesa Diretora, tava com a ficha-limpa, por que desistiu da reeleição?
JVC – Tudo na vida tem seu tempo, seu momento. Para mim, política não é carreira, não é profissão, é uma missão. Acho que todo mundo deveria participar das disputas políticas, e é importante que a gente da política uma profissão, que abra caminho para outras pessoas e categorias participar – o sindicalista, o empresário, a dona-de-casa. Por isso defendo o fim da reeleição no Executivo. A política deve ter alternância para permitir que outros tenham a oportunidade de servir. Eu acho que foi mais uma questão de bom senso, de reflexão. Não foi excesso de coragem. Foi uma demonstração de não comodismo. Você se acostuma tanto com a vida pública que acha que a vaga é patrimônio seu. Não entrei (na política) pensando nisso. O mandato não é meu, é outorgado por outras pessoas, pelos eleitores. São eles que decidem. Continuo na vida pública, mas a decisão de disputar ou não tem de ser sempre um projeto pessoal em comunhão com projeto partidário, e ver se o povo acha que deve ou não.
DP – Teve receio de não ser reeleito?
JVC – De maneira alguma. Em 2006, eu nunca tinha exercido mandato e enfrentei um nome consolidado na política, experiente (o ex-senador e ex-governador Hugo Napoleão). E eu comecei lá atrás nas pesquisas, tinha 5% e o ex-senador Hugo tinha 45%. E o povo entendeu a mensagem e nós fomos eleitos.
DP – Em 2002 com Wellington Dias e em 1994 com o Mão Santa também ocorreu isso…
JVC – Verdade.
DP – O Sr. diz que vai continuar na vida pública, mas sem mandato. Qual é o foco agora e o que o estimula a continuar?
JVC – Penso em contribuir com a política, ajudar o Estado, que pode ser melhor, avançar e crescer.
DP – Onde o Sr. acha esperança de mudança, se os que estão ai já passaram e não deram certo?
JVC – Olha, o momento é outro.  Política não é uma ciência imutável. Lá atrás não deu certo, mas o político e o gestor podem refazer suas decisões. Em 1995, no governo Mão Santa, fui secretário (da Indústria) e o momento do Piauí era um; em 2002, apoiamos o Wellington Dias, e já era outro momento; agora, é outro totalmente diferente. Nós vivemos ainda muito dependentes de transferência da União. Só para efeito de comparação, em São Paulo as transferências representam menos de 0,5% das receitas do estado; o Piauí, são mais de 40%. Há desafios imensos a serem enfrentados e nós temos a responsabilidade e a obrigação de enfrentá-los, principalmente os políticos. Agora, entendo que os políticos, governo e oposição, têm de mudar sua forma de fazer política.
Diário do Povo
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