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ENTRETENIMENTO

Como o interesse pela Lua influencia a vida na Terra e move sonhos espaciais

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Há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, era formada a Lua, o único satélite natural da Terra e o quinto maior do Sistema Solar. Os estudos sobre esse astro começaram há séculos como forma de levantar hipóteses para as dúvidas de filósofos e cientistas durante suas observações noturnas.

A Lua já foi retratada em pinturas nas paredes de cavernas, esculpida em rochas e descrita por diversos povos antigos. Os egípcios e mesopotâmios, por exemplo, conheciam o ciclo das fases lunares e sabiam estimar quando ocorreriam os eclipses, fenômeno que intriga as pessoas até hoje.

Na opinião de Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a curiosidade pela Lua se deve ao fato de ela ser o astro mais próximo do nosso planeta e, por isso, o mais fácil e menos custoso de ser alcançado em comparação com outros corpos do Sistema Solar. O satélite natural está a 384,4 mil km do planeta Terra, mas, a cada ano, se afasta 3,78 cm.

A possibilidade de cruzar a atmosfera e chegar a um lugar desconhecido, porém muito estudado, fez a Lua ser alvo de disputas entre países. O confronto indireto entre Estados Unidos e União Soviética, durante a Guerra Fria, fez surgir uma corrida espacial que resultou em grandes feitos e conquistas para a humanidade.

Em 2023, pouco mais de meio século após a bem-sucedida missão Apollo 11, que levou três astronautas até a Lua, o ​​programa Artemis será pioneiro ao colocar a primeira mulher e a primeira pessoa negra na superfície lunar.

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Qual é a origem da Lua?

Existem diversas teorias sobre a formação da Lua. De acordo com Langhi, a mais aceita delas é a da colisão.

“​​Há bilhões de anos, enquanto os planetas ainda estavam se formando no Sistema Solar, por meio de material e rochas se juntando e aglomerando, acredita-se que outro objeto, mais ou menos do tamanho da metade da Terra, colidiu com o nosso planeta e arrancou dele um pedaço. Esse pedaço formou o que hoje é a Lua”, explica o especialista.

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Essa versão é plausível e defendida por muitos estudiosos, mas há outras explicações para o surgimento da Lua, como a teoria de coacréscimo, a teoria da captura e a teoria da fissão.

“A teoria de coacréscimo diz que a Lua se formou ao redor da Terra logo quando se deu a formação do nosso Sistema Solar. Depois da formação do nosso planeta, teria sobrado material que ficou gravitando em volta da Terra e, com o tempo, acabou se aglomerando e formando a Lua”, diz o pesquisador e proprietário do Observatório Espacial Heller & Jung, Carlos Fernando Jung.

Já a hipótese de que o satélite natural surgiu a partir de uma captura, segundo o pesquisador, admite que a Lua teria se formado longe da Terra, mas sido atraída pela força gravitacional do planeta ao passar por perto dele.

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“A teoria da fissão diz que a Lua e a Terra seriam inicialmente um corpo só, e o astro teria se soltado do planeta”, diz Jung.

As características da Lua

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Diferentemente do que muitas pessoas podem pensar, é possível ver a Lua da Terra não porque uma luz branca e intensa é emitida. Na realidade, os raios solares se refletem na superfície lunar e chegam até aqui.

Essa dinâmica da luz somada com a órbita do satélite ao redor da Terra e também do Sol resulta na forma como a Lua vai brilhar no céu e produzir as quatro principais fases do astro: nova, crescente, cheia e minguante.

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Um ciclo completo da Lua, ou seja, um dia lunar, equivale a aproximadamente 29,5 dias terrestres. Além de o dia ser muito mais longo por lá, há outro ponto curioso: a diferença do campo gravitacional em comparação com o da Terra.

A força da gravidade da Lua é seis vezes menor em comparação com a da Terra. Isso significa que tudo fica menos pesado e, por isso, os astronautas conseguem dar pulos que seriam impossíveis na Terra até para uma profissional de atletismo.

“Uma pessoa que pesa 100 kg na Terra pesa 11,09 kg na superfície lunar. Assim, o nosso peso na Lua é menor”, conta Jung.

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Uma peculiaridade menos lembrada é a ausência de vento. Isso faz com que, mesmo após 53 anos, itens como a bandeira deixada pelos americanos e até as pegadas de Neil Armstrong na Lua permaneçam preservados.

Eclipse e superlua

Não apenas o brilho causa admiração como também a ausência da luz da Lua desperta curiosidade. O eclipse lunar ocorre quando a Terra está posicionada entre o Sol e a Lua e o satélite fica na zona de sombra. Já o eclipse solar acontece quando a Lua está posicionada entre a Terra e o Sol e o astro é temporariamente encoberto pelo satélite.

Outro fenômeno que envolve o satélite natural da Terra é a superlua, momento em que o astro chega à fase completa ao mesmo tempo em que está na posição de sua órbita mais próxima da Terra.

Existem diversas superluas ao longo do ano, as quais são nomeadas em razão dos momentos em que surgem. A Superlua de Morango, por exemplo, recebeu esse nome por aparecer durante a fase de colheita desses frutos nos Estados Unidos.

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Já o nome Superlua dos Cervos foi dado porque os chifres desses animais terminam de crescer em julho nos EUA, quando ela ocorre. Outro caso é a Superlua de Esturjão, fenômeno que ocorre em agosto e que recebeu tal nome em razão de o peixe ser muito encontrado nesse mês.

Marés e colheitas

A Lua também influencia a rotina de pessoas ao redor do mundo, como no caso das marés que variam conforme o movimento orbital lunar.

“As fases da Lua influenciam as marés em razão da mudança da sua proximidade com a Terra”, explica Jung.

A força gravitacional da Lua provoca oscilações no nível da água do mar e, assim, dita a vida de pescadores, moradores de áreas litorâneas e também turistas.

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Em um momento em que se discutem a redução de poluentes e o controle da temperatura global, essa movimentação das águas do mar é vista como uma alternativa para produzir energia elétrica com baixo impacto ambiental e estudada para que se entenda a sua importância na regulação do clima.

Os agricultores também tiveram sua rotina influenciada pelas fases da Lua. Os momentos de plantio e de colheita eram determinados ao longo do ano de acordo com o formato com que o satélite natural da Terra surgia no céu.

“Os babilônios, por exemplo, já sabiam que os eclipses da Lua e do Sol se repetiam dentro de um ciclo de 18 em 18 anos, aproximadamente”, conta Langhi. “Esses povos usavam os movimentos, as fases e os ciclos da Lua e dos astros para organizar rituais religiosos, festividades, plantações e a própria vida.”

“Também existem pessoas que acreditam que as fases lunares estão diretamente relacionadas ao crescimento dos cabelos”, diz Jung. “Outro aspecto está relacionado ao sono, que é popularmente dito como capaz de se modificar de acordo com a fase lunar.”

Apesar dessas crenças populares em relação ao corpo humano, o especialista reforça que a Lua, cientificamente, não tem efeito nenhum sobre os seus líquidos e fluidos, mesmo levando-se em conta o fato de que somos feitos de 70% de água.

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Fonte: R7

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