GERAL
Comunidade acadêmica da UFPI rejeita proposta do Future-se
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Em assembleia realizada no final da tarde desta segunda-feira (10), a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Piauí (UFPI) se uniu a outras instituições federais de ensino e rejeitou integralmente a proposta do Future-se, programa do Ministério da Educação (MEC). A adesão das universidades ao programa é feita de forma voluntária.
A proposta do MEC tem como objetivo a contratação de empresas privadas, qualificadas como Organizações Sociais (OS), às quais caberá a implantação de um novo padrão de gerenciamento para os institutos e universidades federais.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Piauí (Sintufpi), Francisco Bezerra Teixeira, o programa poderá acabar com a autonomia universitária, além de intervir no patrimônio financeiro e intelectual da instituição.
“As Organizações Sociais de direito privado vão ter direito sobre o patrimônio financeiro e intelectual da UFPI. É um programa que vai de encontro a tudo que a gente pensa sobre a universidade”, pontua.
Comunidade universitária da UFPI rejeita proposta do Future-se em assembleia. (Foto: Reprodução)
De acordo com o servidor, a comunidade universitária irá elaborar um calendário de atividades para discutir sobre a proposta do MEC e buscar parlamentares piauienses para dialogar e cobrar um posicionamento sobre o Future-se.
“De imediato não vamos fazer paralisações. Primeiro vamos elaborar o calendário e fazer uma união juntamente com o DCE e com a Adufpi para discutir o programa”, afirma.
Já o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (Adufpi), Jurandir Lima, afirma que a proposta é, na verdade, um modelo de privatização das universidades.
“Porque transforma a proposta de financiamento da universidade. Os repasses são feitos pelo Governo Federal e pelo MEC e querem tirar essa responsabilidade, que é legal e constitucional, e repassar para a iniciativa privada”, explica.
Para o presidente da Adufpi, o Future-se interfere diretamente nos estudos desenvolvidos na universidade e converte a pesquisa científica para um viés mercadológico.
“A iniciativa privada só vai investir naquilo que aponte um retorno para o mercado e a universidade é mais do que isso. O objetivo da universidade é ensino, pesquisa e extensão, e essas pesquisas trazem um retorno muito mais social do que mercadológico”, finaliza.
Após a deliberação da comunidade acadêmica, o relatório deve retornar ao Conselho Universitário e posteriormente será avaliado pela administração superior da Universidade Federal do Piauí, que deverá adotar um posicionamento a partir disso, deliberando se adota ou não o programa proposto pelo MEC.
Fonte: Portal O Dia
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