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Líder das vítimas da barragem de Algodões, Corcino Medeiros, morre de Covid-19

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O presidente da Associação das Vítimas da Barragem Algodões, Corcino Medeiros Santos, morreu nesta quinta-feira (9), vítimas de Covid-19.

Corcino tinha 89 anos e há algumas semanas lutava contra a doença em hospital de Teresina. Em nota, a Associação lamentou a morte do presidente. “O mesmo foi vítima do vírus mortal que assola nossa sociedade. Infelizmente não resistindo e nos deixando”.

Seu Corcino, como era conhecido, era um líder e esteve à frente da luta das centenas de famílias vítimas do rompimento da barragem de Algodões. A tragédia aconteceu em 2009 e somente neste ano o pagamento de indenização foi concluído, graças às batalhas judiciais da Associação.

O professor doutor Corcino é reconhecido em todo Estado, principalmente entre os Cocalenses, devido à importância que teve na garantia dos direitos das vítimas do rompimento.

A morte de Corcino gerou comoção na cidade Cocal. Nas redes sociais muitas homenagens estão sendo feitas em memória do presidente da Associação.

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Na manhã de hoje, sob forte emoção, a população de  Cocal  fez um cortejo da entrada da cidade até o cemitério do município.

O livro Algodões I: personagens de uma tragédia, dos autores Graciane Sousa e Josiel Martins, destacou a luta de Corcino para fazer justiça às inúmeras vítimas do rompimento da barragem.

Cenário devastado do leito do Rio Pirangi

No livro o presidente da Associação lembrou da tragédia.

“Você ver pela televisão notícias de desastres é uma coisa, porém, senti-la dentro do furacão é outra completamente diferente. Ainda hoje temos pesadelos morrendo na água, pois vivenciamos algo que marcou nossas vidas”, lembrou Corcino acrescentando: “Você não leva nada desse mundo. Quando você está morrendo não lembra absolutamente de nada, nem daquilo que está perdendo. A única coisa que você procura é salvar a sua própria vida e das pessoas que você ama”.

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Sobre Corcino

Corcino Medeiros dos Santos nasceu no Estado de Minas Gerais, e aos 13 anos migrou para São Paulo. Até os 16 anos era semianalfabeto. Depois, concluiu o curso de História Econômica e História Administrativa do Brasil e de Geografia Humana do Brasil. Em 1960 fez curso de especialização na Universidade de São Paulo. Na época da ditadura militar chegou a ser denunciado como comunista. Em 1972, o professor concluiu doutorado e foi estudar em Portugal e Angola, retornando ao Brasil para defender sua tese de doutorado intitulada ‘O Comércio do Porto do Rio de Janeiro com o de Lisboa, 1763-1808’. Corcino ainda participou da implantação do programa de Pós-Graduação em História na Universidade de Brasília (UnB), em 1975, sendo autor de diversos livros e artigos.

Sua história de ligação com o Piauí começa ao conhecer Marlene em Brasília – que havia saído de Cocal, cidade natal, para ser diarista na capital do Brasil – no ano de 2004. Dois anos depois, o casal estabelece raízes familiares no Estado do Piauí, junto com sua filha Maiara na localidade Angico Branco. -Trecho do livro de Algodões I: personagens de uma tragédia.

Fonte: Cidade Verde

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