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Violência afasta alunos das escolas no Piauí

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Chegar à escola ou mesmo voltar para casa em segurança tem sido um desafio para muitos estudantes no Piauí. Infelizmente, os adolescentes se tornaram vítimas, nos últimos tempos, de roubos e assaltos dentro e fora das salas de aula. Os ladrões estão atrás de uma mochila, um celular ou até mesmo um tênis. E a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar 2015(PeNSE) mostrou qual a consequência dessa insegurança na vida escolar dos estudantes.

O estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na última sexta-feira (26), revelou que, no Piauí, 11% dos alunos do último ano do ensino fundamental disseram que deixaram de ir para a escola em algum momento por causa da insegurança. Em Teresina, o número é maior. 13,7% não compareceram a escola por falta de segurança, número quase semelhante à média nacional (14%). Dos que não compareceram por medo, 15,7% são oriundos de escolas públicas.

E são as escolas públicas, municipais e estaduais, os principais alvos da criminalidade na capital. De acordo com Jocielma Magalhães, diretora do Centro Estadual de Educação Profissional Lourival Parente, localizado na zona Sul de Teresina, após diversos tiroteios e assaltos, alunos têm solicitado cancelamento das matrículas antes mesmo do final do ano letivo. Turmas que antes tinham 40 alunos, hoje comportam apenas 19.

“Há cerca de duas semanas, uma aluna teve o carro roubado na porta do colégio e outro aluno, que é policial militar, tentou intervir. Ele chegou a trocar tiros com os criminosos, mas não conseguiu evitar que o veículo fosse levado. Estamos buscando reforçar nossa segurança porque não está dando para segurar. Já solicitei policiamento permanente na escola e estou esperando um posicionamento”, comentou.

Só na Unidade Escolar Residencial Esplanada, que fica localizada no Residencial Esplanada, também na zona Sul da capital, cerca de 230 alunos se desligaram da escola nos cinco primeiros meses do ano pelo mesmo motivo. Os números correspondem a uma evasão de 75% dos alunos. De acordo com a diretoria da unidade, os cursos técnicos que começaram o ano com 300 alunos, hoje, não passam de 70. Em 2015, apenas 12 estudantes concluíram o ano letivo no local.

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Além dos assaltos na porta da escola e/ou em suas imediações, no mês de maio, bandidos arrombaram a porta do laboratório de informática da unidade e furtaram seis computadores e uma máquina copiadora. Esta unidade de ensino foi construída há três anos pelo Governo do Estado para funcionar com o ensino médio durante o dia e com cursos técnicos no período da noite.

Outro caso que a crescente violência superou a vontade e necessidade de estudar dos alunos foi na Unidade Escolar Desembargador Pedro Conde, localizada no bairro Mocambinho, zona Norte de Teresina. A instituição de ensino foi fechada no início do ano após registrar baixo número de estudantes matriculados. A evasão ocorreu por causa dos inúmeros roubos registrados. Somente este ano, enquanto a escola ainda estava ativa, foram 10 arrombamentos.

Bandidos também têm realizado os roubos dentro das salas de aulas. Em junho, bandidos fizeram arrastão dentro da Unidade Escolar Vila Paraíso, na zona Leste de Teresina. Professor e alunos foram agredidos a coronhadas dentro da sala de aula. Duas estudantes grávidas passaram mal durante a ação dos bandidos.

RESPOSTA- A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que está montando uma força-tarefa com participação da Companhia Independente de Policiamento Escolar (Cipe), polícias Civil e Militar para atuar nas unidades escolares com maior índice de violência, bem como realizará atividades para promover sensação de segurança no ambiente escolar.
A Polícia Militar informou que providências estão sendo tomadas para conter a violência em todas as áreas da capital.

Diário do Povo

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