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Alegrete do Piauí

Em Alegrete, professora alimenta 60 gatos e cria 06 cães; conheça a história e ajude

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A relação entre o ser humano e os gatos é datada de milhares de anos, quando os primeiros estudos apontaram que começou há 3,5 mil anos, no Egito. No entanto, novos estudos genéticos sugerem que essa história de amor é bem mais antiga e surgiu cerca de quase 10 mil anos, na região do Crescente Fértil (no Oriente Médio e norte da África).

Atravessando continentes vamos conhecer um pouco da história da professora Cristina Cleide de Araújo, da Rede Estadual e Municipal da cidade de Alegrete do Piauí, que cria 16 gatos e alimenta mais uns 60 que vivem na rua, além de ser tutora de 06 cães.

DIA A DIA

O dia a dia com esses animais é considerado tranquilo. A movimentação maior é na hora mais esperada por eles, o momento de alimentá-los. Ela conta que a comida deve ser colocada em pontos separados.

Os bichanos são até comportados e não causam incômodos na vizinhança.

O cuidar e o alimentar são atos que tranquiliza e fazem bem para a professora que chega a gastar em torno de R$ 800, 900, e até 1.000,00 reais em alimentação por mês.

“Isso depende do tipo da ração que eu compro porque às vezes está em falta um certo tipo que tenho costume de comprar e acabo comprando de outras mais caras. E assim se tivesse uma ajuda pra mim seria bom porque não deixa de ser uma despesa grande para uma pessoa só”, destaca. “Eu me sinto bem, gosto de cuidar. Às vezes fico mais calma quando estou perto deles e fico feliz de saber que estou fazendo o bem”, relatou.

A professora revelou que gosta de animais há muito tempo, mas só passou a criar mesmo há uns sete anos atrás.

“Começou quando peguei uma gatinha abandonada na rua pra criar. Então ela cresceu e acabou pegando cria de três gatos. Não tive coragem de dar pra ninguém e muito menos abandoná-los. Comecei a dar anticoncepcional pra gata, mas me descuidei e ela acabou pegando cria novamente. Dessa segunda vez já foram 04 gatos e também não dei a ninguém, e os demais gatos encontrei na rua pequenos e abandonados. Então fiquei com pena e fui pegando e trazendo pra casa e por aí foi”, disse.

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O acesso dos animais é livre. No decorrer do dia a porta fica aberta e eles circulam de dentro para fora e também ficam na calçada. À noite ela coloca para dormir em caixas que servem de dormitórios no quintal de casa onde tem um quarto nos fundos .

“Quando é pela manhã eu abro a porta e eles ficam livres, saem e entram na hora que querem”, relatou.

SINAIS

Uma interrogação vista e ouvida há vários anos é que os animais são seres considerados irracionais. A questão é por muitos uma incógnita. Se são irracionais, não parece.

De certo é que uma vez muito chamou atenção foi quando um deles percebeu um acontecimento estranho. Era mais ou menos 13h. De costume depois do almoço Cleide estava dormindo quando de forma brusca um dos bichanos foi até ela passou a pata em seu rosto e ficou miando.

“Abri os olhos e ele saiu miando e correndo para o muro de casa e então fui atrás pra vê o que estava acontecendo. Chegando lá a menina estava desmaiada”, revelou. “Tinha dado um começo de infarto e se não fosse o gato eu não tinha visto pra socorrer”.

UM APELO

Professora Cleide faz um pedido de coração para as autoridades do município. Ela pede que tenham um olhar mais especial para eles, gatos e cães, que vivem sem lar, e o que tem por certo é apenas a rua, sujeitos a maus-tratos de diversas formas, das mais “simples” as mais impiedosas.

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“Eu queria mesmo era que as autoridades aqui tivessem um olhar mais especial para eles, olhassem pra esse lado de projetos de leis em prol dos animais abandonados, que trouxessem veterinários para castrar os de rua para que assim não aumente tanto e eles fiquem sofrendo”, apela.

Nesse sentido também chamou atenção para a criação de uma Organização Não Governamental de Proteção Animal. “Eu gostaria muito que tivesse aqui”.

Com recursos próprios, além da alimentação ela conseguiu também a castração dos gatos machos. “Só não as fêmeas porque no município não tem um projeto de castração grátis e os custos são caros”.

Mas o que dizem alguns estudiosos sobre a relação entre os seres humanos e os gatos?

Dr. Evilásio Moura é psicólogo e trabalha na psico abordagem da teoria e psicologia transpessoal e fala sobre o assunto.

Nesse campo, a psicologia comparada ou psicologia animal aborda o comportamento dos animais a partir de diferentes perspectivas, de uma forma científica e real. A que mais trabalha nesse sentido conforme disse Dr. Evilásio, é a teoria behaviorista ou comportamentalista do psicólogo norte-americano Burrhus Frederic Skinner.

“Hoje as pessoas estão mais sensíveis ou respeitando os animais também. Tem pessoas com sensibilidade grande com os animais”, destaca Evilásio.

Dr. Evilásio enfatizou que o comportamento animal e sua sensibilidade perante o ser humano é muito importante e tem até uma certa influência de proteção.

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“Acho uma atitude louvável de pessoas que têm um carinho e cuidam […] comparando ao ser humano tem também sua importância na escala evolutiva. Os animais têm uma sensibilidade incrível e percebem as coisas. O carinho que eles têm pelos donos é uma coisa fantástica. Eles criam apego e é muito verdadeiro”.

Para o psicólogo e professor do Instituto de Educação Superior Raimundo Sá (IESRSA), o termo utilizado nesse caso por ele é a percepção extra sensorial, como se fosse o “sexto sentido”.

“Eles não falam, mas a gente percebe que captam coisas mais do que a gente, a energia do ambiente, acentuam coisas que estão por acontecer e que tem um significado, uma importância e um valor”.

Quando indagado sobre o animal ser ou não ser racional, o professor colocou que eles têm sentimento e a forma de leitura do mundo.

Como exemplo de afeto entre animais e o homem ele destacou que durante tratamento de alguns pacientes que criam – gatos – foi constatado alerta por parte dos animais, o que resultou no livramento de atitudes que apresentavam características suicidas por parte de seus donos.

Veja mais fotos de Cleide e seus gatos

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