Jaicós
Câmara aprova projeto do vereador Bosquinho e rua em Jaicós será denominada de Maria Vitalina
Um Projeto de Lei de autoria do vereador João Bosco Lima, o Bosquinho, foi aprovado pela Câmara Municipal de Jaicós durante a 70ª Sessão Ordinária, realizada na manhã desta sexta-feira (19).
Com a aprovação, será denominada de Maria Vitalina da Silva, a rua Projetada 26 localizada entre a Br-407 e a Avenida Engenheiro Ribeiro Gonçalves entre as quadras 127-96 no bairro Serranópolis.
Será colocada placa indicativa em local visível e de fácil identificação, contendo o nome e um breve histórico da homenageada, que será executada pela Prefeitura Municipal no prazo máximo de 01 ano.
Maria Vitalina da Silva (Mãe Maria), nasceu em 09 de maio de 1909 no município de Oeiras. Segundo o projeto, Maria residiu em Jaicós por vários anos, onde constituiu sua família e contribuiu com o município trabalhando como merendeira no “Grupo Escolar Anísio de Abreu”.
“Era uma mulher corajosa, apesar de ter sido adotada por uma família abastada economicamente nunca teve privilégios, trabalhou duro nas tarefas domésticas da casa e no cuidado dos seus irmãos adotivos. Depois de casada enfrentou muitos desafios junto com seu esposo pra garantir o sustento da família. Fizeram de tudo pra que seus filhos aprendessem algum ofício (trabalho), que garantisse liberdade e não “ser explorados pelos ricos” diz trecho da justificativa.
Maria Vitalina da Silva faleceu no dia 29 de janeiro de 2009 em Jaicós. Deixou 09 filhos, 34 netos, 42 bisnetos e 05 tataranetos. “Quase um século de história”.
Mais sobre a homenageada
Filha biológica de Firmino Martins e Vitalina Deolinda da Conceição. Origem étnica mestiça (povos indígenas – paterna, negra – materna), aos sete anos de idade, saiu de Oeiras, quando foi doada por sua mãe para um comerciante de Jaicós Antonino Antão, chegando a Jaicós passa a residir com a família do casal Antonino Antão e Adália Reis até o dia que fugiu para casar- se com Luís Pereira da Silva.
O casamento aconteceu na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Mercês. Da União nasceram 10 filhos, sendo 07 homens e 03 mulheres, mas uma filha faleceu recém-nascida. Maria Vitalina era uma mulher prendada, fazia renda de bilro arte que aprendeu ainda muito pequena com sua avó materna, se destacava na culinária, fazia doces de umbu, casca de laranja entre outros típicos da região, preparava deliciosos bolos (petinhas, sequilos e manuês), que assava no forno de lenha. Trabalhou muitos anos como merendeira no Grupo Escolar Anísio de Abreu. Hoje Escola Estadual de Tempo Integral.
Durante muitos anos não sabia ler e nem escrever, mas tinha grande gosto pela leitura, segundo ela, a maior herança, que os pais deveriam dar aos filhos seria o estudo. Dizia ter desgosto por não ter tido a oportunidade de estudar. No início dos anos 70 já com idade avançada aprendeu lê pouco, conhecer o alfabeto e assinar seu próprio nome com a ajuda da sua filha Maria Auzenir. Foi motivo de grande alegria assinar os documentos pessoais e também votar. Mesmo não sabendo ler conseguia registrar a história da sua família, possuía uma pequena caderneta com as anotações do local e datas de nascimento e batizado de todos os seus filhos, para organização da caderneta contou com a ajuda de suas amigas e comadres: Adalice Carvalho (comadre e irmã adotiva), comadres Maria Dulce Luz e Lurdinha Carvalho.
Tinha o dom da oratória, enviava cartas pelos Correios para seus 08 filhos residentes em São Paulo e pra sua grande amiga Olivina Runy Reis residente no Rio de Janeiro, as cartas eram escritas com a ajuda de sua filha Maria Auzenir única residente em Jaicós e posteriormente com a ajuda das netas Aurenir, Aldeny e Audenize. Nunca faltava conteúdo para as cartas, que ela ditava todo o texto com introdução, meio e fim. Recomendava “escreva do jeito que estou dizendo”. Antes do telefone enviava telegramas pra os filhos por ocasião da data de aniversário, não esquecia em hipótese alguma. Tinha grande consideração pelos seus compadres, afilhados e amigos, exemplificando alguns Isabel Praeiro (Bela) cunhada e comadre, Maria Dulce Luz, Joana Paiva, Sebastião Eduardo e Vicente Marcelino. Amigos/as Almira, Dona Marta, Mãe Antônia (parteira) Zefa de Edmundo e Luíza de João Messias.
Assista a sessão na íntegra e veja fotos:
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