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Em resgate da história e renovação da fé, 1ª missa é celebrada na Furna do Morro dos Três Irmãos, em Jaicós
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Em um momento de fé e também de reviver a história de seus antepassados, moradores do povoado Várzea Queimada, participaram da primeira missa celebrada na Furna, uma caverna histórica localizada no Morro dos Três Irmãos.
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A programação religiosa aconteceu nesse domingo (17), e reuniu também fiéis católicos da sede do município. A manhã teve início com uma romaria. Logo cedo, os devotos se concentraram na Igreja de São João Batista no povoado Várzea Queimada, de onde partiram em caminhada até a Furna no Morro Três Irmãos.
No trajeto, eles trouxeram uma cruz e também as imagens de Nossa Senhora das Mercês e São João Batista. Como demonstração de uma fé passada de geração a geração, adultos, jovens, crianças e idosos participaram da romaria.
Albina Joana de Carvalho, que veio a pé do povoado até a furna e ajudou a carregar uma das imagens, disse que sua fé a motivou. “O momento dessa caminhada foi um dos que me senti mais feliz. Tenho muita fé e devoção a nossa senhora e foi essa fé que me incentivou a vir de lá até aqui. Trazer a imagem de nossa senhora também foi uma alegria para mim. E enquanto tiver missa na furna, será meu maior prazer participar”.
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Após a chegada dos fiéis na furna, o padre Miguel Feitosa, Pároco da Paróquia de Nossa Senhora das Mercês, realizou a primeira missa no local, que foi marcada pela celebração da fé, partilha, agradecimento e participação.
Os momentos mais marcantes da celebração, foram a entrada dos objetos para ornamentação do altar construído pelos fiéis e a entronização das imagens. A imagem de N.S. das Mercês foi colocada no altar construído pelos voluntários e a de São Sebastião, em uma fenda na parte superior da caverna.
Ao Cidades na Net, padre Miguel disse que celebrar na caverna foi um momento de graça e conhecimento. “Para mim esse lugar bonito e histórico é uma descoberta, em saber que as raízes do povo do Povoado Várzea Queimada saiu daqui. Famílias se abrigaram aqui, constituíram famílias, e ainda hoje podemos ver os rastros do trabalho dessas pessoas, como forno de fazer farinha, rodas que os homens usavam para poder fazer a goma. Então, hoje está sendo um dia de muito conhecimento e também de graça, por saber que esse espaço, construído pelas mãos de Deus, foi um lugar onde abrigou tanta gente”.
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O pároco disse que a própria comunidade se uniu para organizar o local. “Quando cheguei aqui dona Mariinha sempre me falava desse espaço e me trouxe a curiosidade de vir conhecer, para depois celebrar, mas a comunidade antecipou para que a gente já viesse logo celebrar. Então, homens, jovens, e mulheres se organizaram para fazer a limpeza do espaço, construir o altar e poder hoje a gente estar aqui celebrando essa missa de abertura”.
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Conforme traços da história contada por moradores de Várzea Queimada, famílias residiram e trabalharam na Furna. A agricultura e colheita de mel de abelha garantiam a sobrevivência das mesmas. Na caverna, ainda há ruínas de pequenos cômodos construídos pelos moradores e espaços e objetos utilizados para o trabalho, como o forno e a roda do aviamento, utilizados na produção de farinha.
A caverna, que fica há alguns quilômetros do Morro dos Três Irmãos, era de difícil acesso. Para manter viva a história do local, voluntários realizaram um mutirão, abriram caminho para a furna, fizeram a limpeza e restauração do local, e construção do altar.
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Silvana Luiza Barbosa, que ajudou na limpeza da caverna, disse que seus pais e sogro trabalharam no local. “Para mim foi muito importante poder participar do mutirão e organizar esse local. Quando eu era criança meus pais trabalhavam aqui, só que aqui tinha muita abelha e eles não deixavam a gente vir, por isso nunca vim aqui, mas agora surgiu essa oportunidade. Meu sogro e a família também trabalhava aqui, plantava mandioca, feijão, milho, tudo dava. Meu sogro tirava mel também aqui para sobreviver. A vida era dura”.
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Para ela, a restauração do local e a celebração anual da missa, contribuirão para construir mais memórias. “Com esse trabalho que foi feito aqui estamos ajudando também a manter viva a história de nossos pais. E essa missa é ainda mais importante, pois vamos ficar festejando aqui todos os anos e deixando mais lembranças nesse lugar, para nós idosos e as crianças, que são o futuro. Hoje foi um momento de muita fé e esperança”.
José Ferreira Viana, também foi um dos voluntários. Ele disse que foi prazeroso poder ajudar na ação. “No tempo dos índios, o pai da minha mulher e os avós dela moraram aqui em baixo, trabalharam com mandioca, no aviamento, então para mim foi um prazer participar do mutirão do começo ao fim. Graças a Deus estamos satisfeitos com o trabalho que foi feito aqui. E hoje com a abertura dessa missa está sendo ainda mais importante. Se Deus quiser, quero participar todos os anos”.
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Presente também na missa, Francisco das Chagas, disse que espera uma grande participação do povo todos os anos. “Foram 4 domingos de trabalho aqui e participei de todos. Esse é um lugar que venho desde criança, então gostei muito de poder junto com meus amigos fazer esse trabalho, fiquei muito feliz. O que espero é que todos os anos a missa seja cheia como hoje e que seja sempre um momento de fé para todos nós”.
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A partir de agora, uma missa será celebrada na furna todos os anos. O Padre Miguel propôs a data de 1º de novembro, Dia de Todos os Santos, que foi bem aceita pela comunidade, sendo então definida como a data oficial da Missa da Furna.
Melhoria do acesso ao local e nomeação da Furna
Para facilitar o acesso ao local, a Prefeitura de Jaicós, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, que tem a frente o secretário Jessé Gonçalo, abriu uma nova estrada vicinal, ligando a BR-407, na altura do km 484, até a furna. A estrada, tem uma extensão de 1,7 quilômetros.
A caverna histórica também já tem um nome. Através de um Projeto de autoria da vereadora Francisca de Paiva Carvalho, a Francisca de Manin, o local foi nomeado de João Raimundo Barbosa.
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Uma placa indicativa será colocada às margens da BR 407, em local visível e de fácil identificação, contendo o nome e orientação do acesso, além de placa nominal e breve histórico do homenageado no ponto turístico.
No projeto, a vereadora disse que João Raimundo Barbosa morou na furna, juntamente com sua família por vários anos, e posteriormente construiu residência na Várzea Queimada, sendo a sua uma das maiores casas do povoado, na época.
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