“É loucura achar que protegemos alguém, estamos é cortando na carne”, diz delegado geral sobre a morte de músico

O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Lucy Keiko, afirmou nesta quinta-feira (6) que é inadmissível achar que a Polícia esteja protegendo alguém no inquérito sobre a morte do Carlos Henrique Araújo Rocha, 24 anos. Ele disse que determinou transparência na investigação e envio das informações para os advogados da família. 

“Não pode criar factoides. Hoje nós vemos a Secretaria de Segurança cortando na própria carne. Veja quantos policiais foram demitidos, delegados, policiais militares, agentes, qual seria a intenção de fazer uma falsa perícia? Para proteger um policial que não estava lá e se eventualmente tivesse atirado, tivesse uma bala perdida, acertado a vítima, é uma loucura pensar isso. Nós estamos tratando o caso com responsabilidade”, disse o delegado Lucy Keiko que foi homenageado com a medalha do mérito do Ministério Público na manhã de hoje. 

O baixista Carlos Henrique morreu na madrugada do último dia 30, durante colisão envolvendo uma perseguição policial no cruzamento das avenidas Presidente Kennedy e Dom Severino, na zona Leste de Teresina. 

Lucy Keiko informou que a Polícia está inquirindo todas as testemunhas e as perícias confirmam que o músico morreu pelo impacto do acidente. 

“O exame cadavérico confirma que foi acidente. Não há dúvidas que morreu por poli traumatismo. Foi uma violenta colisão, o vídeo demonstra muito isso. E o que houve, na verdade, foi desencontro de informações, notas que foram feitas sem a devida cautela, e a Polícia, se for necessário, vai ouvir todo mundo que teve contato com o evento. Se for necessário, vamos ouvir o médico do Samu. Vamos chamar para depor também alguém no HUT (Hospital de Urgência de Teresina)”, disse o delegado geral. 

“A investigação, apesar do inquérito policial ter a natureza sigilosa, eu orientei o DHPP (Departamento de Homicídio e de Proteção à Pessoa) que dará o máximo de transparência ao caso. Inclusive, me reunir com advogados da família do músico, nos solidarizamos muito, e disse para eles que terão pleno acesso ao inquérito”, disse Lucy Keiko.

Fonte: Cidade Verde