Prefeito do Piauí preso pode ter desviado mais de R$ 2 milhões, aponta investigação

O chefe substituto da Controladoria Geral da União no Piauí, Edilson Correia Alves, informou que o valor estimado do desvio que deu origem à Operação Déspota, deflagrada hoje (14), é de R$ 2 milhões e 300 mil. Entre os gestores presos estão o prefeito de Redenção do Gurgueia, Delano Parente (PP), o seu pai Audemes de Sousa Nunes, que é secretário de Infraestrutura, e o advogado Igor Martins.

Segundo Edilson Correia, a CGU entrou na investigação porque parte do dinheiro roubado dos cofres públicos vem do Governo Federal, através do Fundeb. “Esse recurso deveria ser usado na merenda ou no transporte escolar”, destacou.

A fraude em licitações é muito comum no Piauí. De acordo Edilson Correia, cerca de 90% das licitações auditadas pelo órgão são irregulares. Há desde falhas simples, como ausência de um carimbo ou de visto em uma das folhas do documento, até constatação de sobre preço e ainda a não execução correta dos serviços contratados pelo gestor público. “Mas até mesmo pequenas falhas formais podem ser indícios de algum dano mais sério”, afirma Alves Lima.

Geralmente, nas licitações, ocorrem irregularidades quando várias empresas combinam entre si o valor a ser cobrado do poder público. Isso faz o preço subir de forma artificial e a diferença em geral é dividida entre os participantes.

“No entanto, a GCU também investiga o que ocorre depois do processo licitatório em si, como se o que constava no edital foi realmente cumprido pela empresa, se a qualidade e quantidade do material estão de acordo com o contrato. Também apuramos para saber se o produto foi entregue”, explica o controlador.

Para Alves Lima, uma maneira de se evitar fraudes em licitações é o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle, como conselhos municipais, órgãos de auditoria dentro do próprio município, câmara de vereadores, e também os portais de transparência.

Por: Robert Pedrosa – Jornal O DIA